Política | 12 de março de 2013

Pedro Westphalen relembra trajetória política em defesa da saúde

Presidente da Assembleia Legislativa participou de primeiro evento Café da Manhã com Saúde
Cafe com saude 1

Imagens: VINÍCIUS REIS/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O vice presidente da FEHOSUL e presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Pedro Westphalen, abriu a programação do Café da Manhã com Saúde na Federação nesta segunda-feira, 11. O tema do evento, “Política e Saúde”, foi escolhido pela relevância de ambos os temas no contexto da sociedade no Rio Grande do Sul.

Ao apresentar o convidado, o presidente da FEHOSUL, Dr. Cláudio José Allgayer, destacou o início da carreira do político e seu envolvimento com o setor saúde, desde a fundação do Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de Cruz Alta e demais sindicatos no interior que, dessa forma, deram origem à FEHOSUL e, posteriormente contribuíram com a criação da Confederação Nacional de Saúde (CNS).

“O Pedro foi recrutado por um grupo de dirigentes do nosso setor que se reunia, em 2001, em um conjunto de atividades classistas. Em uma delas, realizada em Pelotas, alguns companheiros fizeram um ‘convite intimação’ para que ele, que já tinha envolvimento com a política, representasse o nosso setor na Assembleia Legislativa. Sei que foi um longo e  difícil ano até que ele tomasse a decisão. Mas foi a decisão acertada. No último pleito, em sua segunda reeleição, ele foi o terceiro deputado mais votado do Estado. Isso mostra que sua trajetória deixou raízes fincadas dentro da sociedade rio-grandense. A cada eleição os teus pares – dirigentes de hospitais, clínicas e laboratórios – tem uma crescente confiança em teu desempenho”, enalteceu o presidente da FEHOSUL.

Trajetória política

Pedro Westphalen fez um retrospecto da sua carreira política durante o evento. O parlamentar destacou os principais pontos de seu envolvimento em defesa da saúde gaúcha, como a criação dos sindicatos patronais, no final dos anos 80 e início dos anos 90, quando começaram os dissídios coletivos dos funcionários em Porto Alegre e a necessidade dos prestadores de serviços se organizarem no interior, como em Cruz Alta, Caxias do Sul e outras cidades.

“Naquele momento o foco eram os dissídios e foi assim que contribuímos para a criação dos sindicatos no interior, em seguida da FEHOSUL e, posteriormente, da Confederação Nacional de Saúde. Cada vez mais eu tenho a certeza que não há como avançar sem coletividade”, ressaltou o parlamentar.

Antes de ser eleito deputado estadual, pela primeira vez, em  2003, Pedro Westphalen se candidatou a prefeito de Cruz Alta em 1992. Derrotado no pleito municipal, o atual presidente da Assembleia Legislativa não se deu por vencido. Voltou a atuar como médico e diretor do hospital da família, além de continuar praticando a militância política em prol da defesa por melhores condições de saúde do povo gaúcho.

“Naquela época meu pai já fazia parte da Associação dos Hospitais e me trouxe para cá. Eu tomei gosto deste novo cenário que se abriu para mim. Fizemos parte da montagem do novo sistema de saúde sindical no Rio Grande do Sul e isso foi muito importante para a sociedade gaúcha. Faço questão de deixar claro que sou um deputado do segmento da saúde e patronal. Somos trabalhadores iguais e temos que nos colocar assim”, relembra Pedro Westphalen.

Após eleito deputado estadual, no governo de Germano Rigotto, o envolvimento de Pedro Westphalen com a área da saúde só aumentou. Especialmente sua dedicação para solucionar os impasses envolvendo o Instituto de Previdência do Estado (IPE), um calcanhar de Aquiles para os ocupantes do Palácio Piratini.

Ficou sob responsabilidade do parlamentar a indicação do Diretor Médico da instituição, um dos cargos mais importantes no IPE. “Tive um foco no primeiro mandato que era resolver o problema do IPE. Não tive um cargo no partido, não tive uma posição, só queria indicar o Diretor Médico do IPE. Tínhamos que marcar aquela eleição com fatos: naquela ocasião, com os atrasos do IPE, com o passivo de quase R$ 200 milhões, com atrasos de dez meses para os prestadores de serviços, as glosas de 20%, 30%, estava inviabilizando os hospitais, as clínicas e médicos se descredenciando. Era uma situação insustentável”, relembrou.

Na época, o IPE enfrentava uma grave crise, com uma dívida muito alta com os prestadores de serviços. Em conjunto com outros políticos, Pedro Westphalen sugeriu a divisão do IPE em duas unidades: IPE Saúde e IPE Previdência. “Foi a melhor decisão que tomamos na época do governo Rigotto. Reduzimos o passivo, solucionamos vários problemas na imagem do órgão que estava desgastada, médicos e clínicas voltaram a se credenciar e a população voltou a ser bem atendida. Mas precisamos continuar acompanhando o IPE, pois os problemas estão prestes a voltar”, alertou.

Para Pedro Westphalen, ter um gestor que conhece e entende a área da saúde com muita profundidade é fundamental para gerenciar o sistema. “Temos que colocar alguém na Secretaria Estadual de Saúde que entenda de gestão e entenda de saúde. Um exemplo disso é o SUS – Sistema Único de Saúde. Ele é uma maravilha no papel, mas tenta marcar uma consulta, é impossível”, funciona muito bem no papel, mas tem que funcionar na prática para o conjunto da coletividade.

O representante do Laboratório Fleury que participou do evento, Flávio Cauduro, questionou se o deputado vê algum tipo de perspectiva para o SUS em relação a qualificação das tabelas.

Westphalen foi categórico ao responder que é necessária uma revisão completa da saúde e não apenas um olhar ao SUS. “Quando o sistema foi instituído ele foi a maior mudança estrutural da América do Sul. Porém, a Emenda Constitucional 29 levou dez anos para ser aprovada e ainda assim foi retirada do texto a cota de investimentos fixada para a União. É claro que é um avanço, mas ainda precisamos rever muito mais, especialmente a tabela do SUS que está completamente defasada no que diz respeito aos laboratórios”, afirmou.

O Superintendente do Hospital Moinhos de Vento, Fernando Andreatta Torelly, enalteceu a palestra do deputado Pedro Westphalen e destacou a necessidade de uma maior participação política dos gestores. “Neste final de semana participei de uma reunião da Anahp – Associação Nacional dos Hospitais Privados – em São Paulo e o tema foi justamente este, que não podemos mais nos omitir por não concordarmos ou por não sabermos. Temos que ter uma participação política destacada”, frisou Torelly.

Ao final do evento o presidente da FEHOSUL, Dr. Cláudio José Allgayer, junto com o presidente do Sindihosp, Leomar Bammann; o Secretário Geral da FEHOSUL, Luiz Alberto Tarragô Carvalho; e a representante do Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de Pelotas, Patrícia Cavada, entregaram uma placa ao deputado estadual em homenagem ao trabalho desenvolvido pelo setor saúde nos últimos anos.

“O deputado Pedro Westphalen deu uma aula de como se constrói uma carreira política com ética e foco. Para a FEHOSUL é um orgulho muito grande porque ele é originário desta casa e em mais de uma vez ele nos solicitou para que estivéssemos ao seu lado, nos demandando em questões da saúde. Precisamos fazer mais vezes, pois ele está sempre aberto para nos atender”, finalizou o presidente da FEHOSUL, Dr. Cláudio José Allgayer.

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