Estatísticas e Análises | 25 de novembro de 2016

5 coisas que você deve saber sobre anestesia

Especialista apresenta questões para ajudar a separar fato de ficção
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Para algumas pessoas, a anestesia é uma das partes mais assustadoras da cirurgia. De forma geral, as técnicas anestésicas podem ser divididas em três tipos:

Sedação: que tem o objetivo de reduzir a ansiedade do paciente; 

Anestesia geral: que pode ser feita por injeção de medicamentos na veia (venosa) ou através da inalação de gases anestésicos (inalatória); e

Bloqueios: em que uma determinada parte do corpo fica anestesiada e são utilizados geralmente para cirurgias de membros (braços e pernas) e parte inferior do abdômen.

Em artigo do portal Health Essencials (EUA), o anestesista Christopher Troianos, diretor do setor de anestesiologia da Cleveland Clinic (EUA), falou dos riscos do procedimento, para ajudar a separar fato de ficção. O especialista destacou cinco pontos-chave da anestesia que por vezes, são mal compreendidos ou mudaram nos últimos anos.

1. Anestesia nem sempre significa que você vá dormir

“Existem três tipos diferentes de anestesia, e você está apenas inconsciente em uma delas”.

 – A anestesia geral é o que muitas pessoas pensam quando se trata de anestesia. Isso coloca você para dormir durante a cirurgia. Ela é geralmente usada para cirurgias em áreas como o abdômen, peito ou cérebro. Os médicos também podem recomendar anestesia geral se esperam uma cirurgia longa ou complexa.

– A anestesia local envolve uma parte específica do corpo para evitar a dor durante a cirurgia ou outros procedimentos. É muitas vezes usada para o trabalho dental – o dentista entorpece apenas a parte da boca onde o paciente precisa de uma extração ou outro procedimento.

– A anestesia regional bloqueia a dor em uma parte maior do corpo, como um braço ou uma perna, ou abaixo da cintura. O exemplo mais comum é na analgesia epidural, que bloqueia a dor durante o parto.

Em alguns casos, os médicos usam sedação juntamente com anestesia local ou regional, para deixar a pessoa mais relaxada e confortável, mas não totalmente adormecida.

2. A anestesia é muito segura

Isso é verdade atualmente, mas não foi sempre assim, diz o Dr. Troianos. “Nos anos 1960 e 1970, não era incomum ocorrer morte relacionada à anestesia na proporção em cada um em 10.000 ou 20.000 pacientes”, diz ele. “Agora é mais como um em cada 200.000 pacientes – é muito raro”. O especialista diz que a anestesia é mais segura hoje por causa dos avanços na tecnologia e da medicação.

– “Anestesiologistas usam um oxímetro de pulso para garantir que o paciente receba oxigênio suficiente durante a cirurgia. Isso ajuda a garantir que o tubo de respiração usado para anestesia geral entre na traqueia e não no esôfago – algo que era mais difícil de determinar no passado.

– Outra coisa que anestesiologistas observam é a hipertermia maligna. Esta é uma reação rara que algumas pessoas têm com drogas anestésicas, que causa febre alta e pode resultar em complicações e até morte. “Anestesiologistas estão agora em melhores condições para tratar isso, graças a uma melhor medicação”, diz Dr. Troianos.

3. Os efeitos colaterais são relativamente menores

É comum a experiência seguinte ao acordar da anestesia:

– Náusea

– Dor de garganta por causa do tubo de respiração (para anestesia geral)

– Menor dor no local da injeção (para a anestesia local ou regional)

Embora a maioria das anestesias passe seus efeitos rapidamente, o paciente ainda pode sentir-se tonto ou ter sua capacidade de avaliação prejudicada após a cirurgia. “Nós costumamos dizer às pessoas para não fazerem quaisquer decisões importantes da vida ou dirigir um carro ou operar máquinas durante as primeiras 24 horas após a cirurgia”, ressaltou o Dr. Troianos.

4. Há muito pouco risco de paralisia em analgesias epidurais

No passado, as pessoas que passavam por uma anestesia peridural ou raquidiana tinham um risco de paralisia por causa da anestesia, diz o especialista. “O anestésico ficava em garrafas de vidro e a equipe fazia a limpeza delas com uma solução à base de álcool”, diz ele. “O álcool pode causar danos nos nervos. Portanto, se o álcool ficou dentro da garrafa, pode causar paralisia”. Desde que as garrafas já não são esterilizadas desta forma, o risco desapareceu, diz ele.

5. Não há razão para temer estar acordado durante a cirurgia

“Algumas pessoas se preocupam em acordar ou ficarem paralisados durante a anestesia geral”.

Filmes recentes têm usado isso como um ponto para enredos, mas é algo extremamente raro, diz o Dr. Troianos. E anestesistas usam muitas estratégias para evitar isso. “Normalmente, a taxa de pressão arterial e do coração do paciente vai subir antes de recuperar a consciência. Então, monitoramos essas coisas para orientar a quantidade de anestésico que usamos”, explicou.

Se alguém está extremamente doente ou sofreu um acidente grave, os sinais vitais são menos confiáveis. E aqueles que abusam de drogas e álcool são, por vezes, menos afetados pela anestesia do que outros. Nesses casos, no entanto, anestesiologistas acompanham atentamente as ondas cerebrais para ajudar a garantir que o paciente permanece adormecido. Isso permite que os médicos ajustem a anestesia para manter a inconsciência até que o processo termine, conclui o Dr. Christopher Troianos.



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