Política | 12 de janeiro de 2018

Ministério da Saúde passará a pagar hospitais por fases da quimioterapia de leucemia

Novo modelo foi anunciado durante reunião para avaliar o pregão de registro de preço do medicamento L-asparaginase nativa
Ministério da Saúde passará a pagar hospitais por fases da quimioterapia de leucemia

O Ministério da Saúde (MS) adequará o valor da tabela de procedimentos de quimioterapia para Leucemia Linfóide/Lifoblástica Aguda (LLA). O anúncio foi feito no dia 8 de janeiro, durante reunião realizada entre técnicos da pasta e entidades de referência em oncologia e de controle para validar o pregão de registro de preço de compra do medicamento L-asparaginase nativa.

O novo modelo será dividido por fases (indução, consolidação, intensificação e manutenção), e permitirá o retorno da responsabilidade aos hospitais oncológicos pela compra do medicamento, utilizado no tratamento de crianças com LLA.

Atualmente, o Ministério da Saúde repassa mensalmente um valor médio da quimioterapia dos pacientes com LLA, que dura cerca de três anos. Com o novo modelo, o pagamento será correspondente a cada etapa desse tratamento, em geral mais caro nas fases iniciais.

O cálculo leva em conta o valor dos medicamentos utilizados e o custo do atendimento realizado. “O novo valor que está sendo avaliado será compatível com o preço registrado do medicamento Peg-asparaginase, que obteve registro na Anvisa e precificação pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), no segundo semestre de 2017”, informa o Ministério.

A entidade acredita que o registro de preço da Peg-asparaginase no Brasil é importante para solucionar a situação do mercado brasileiro na aquisição de L-asparaginase nativa. “Agora, o país passa a ter uma L-asparaginase comercializada em território nacional, o que não ocorria há pelo menos cinco anos e que motivou o Ministério da Saúde a importar e distribuir o medicamento, desde 2013, garantindo assim, o abastecimento dessas unidades de saúde e o tratamento dos pacientes com a doença. A retomada da compra dos medicamentos pelos hospitais observa essa disponibilidade do produto e, consequentemente, o fim do desabastecimento que vinha sendo verificado”, afirma o MS.

Registro de Preço

Durante a reunião, o Ministério da Saúde e as entidades especializadas acertaram que serão solicitados maiores esclarecimentos para a vencedora do pregão. Serão exigidos documentos adicionais sobre estudos clínicos e de farmacovigilância.

A próxima compra do Ministério da Saúde será para o atendimento de seis meses, considerando o tempo hábil para que os hospitais realizem a compra de L-asparaginase de sua preferência. Como é um registro de preço, quando não há a obrigatoriedade da compra, só serão enviados os insumos mediante solicitação dessas unidades de saúde. A empresa vencedora do pregão apresentou um valor 34,21% inferior ao da última aquisição.

A compra de medicamentos oncológicos, como a L´asparaginase, é obrigatoriedade dos hospitais habilitados em Oncologia, denominados CACONs e UNACONs. O Ministério afirma que o valor desses medicamentos já é contemplado pelos repasses realizados pela entidade, de acordo com os procedimentos ambulatoriais e de internação relacionadas ao tratamento.

Participaram da reunião a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Tribunal de Contas da União.

 

Com informações do Ministério da Saúde. Edição do Setor Saúde.

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