Gestão e Qualidade, Mundo | 5 de setembro de 2016

Guia para prestação de serviços centrados no paciente

Força Tarefa para Transformação da Saúde dos EUA apresenta seis princípios que devem nortear as mudanças
Guia para prestação de serviços centrados no paciente

A prestação de serviço centrado no paciente é uma das metas mais almejadas no cenário atual dos cuidados de saúde, como um mantra a ser perseguido diariamente. Embora a teoria tenha se alastrado, na prática nem todos conseguem seguir esse caminho. O tema é abordado pelo portal Fierce Healthcare.

“Em primeiro lugar, os serviços de saúde eficazes centram-se nas necessidades de uma pessoa antes de ele ou ela se tornar um paciente. A prestação genuína de cuidados centrados na pessoa requer repensar todo o continuum do consumidor e o engajamento do paciente, desde a concepção de produtos de saúde que melhor sirvam os consumidores, até alinhamento do serviço de saúde para o melhor atendimento dos pacientes em um momento de necessidade”.

Mas o tema também levanta muitas questões:

Como um atendimento centrado na pessoa se parece? 

Como se chega lá? 

Como saber quando o profissional e a instituição alcançaram esse objetivo? 

O que você faz para garantir que a sua organização continue centrada na pessoa ao longo do tempo?

“Não há respostas universalmente aceitas”, salienta o artigo. “A Força Tarefa para Transformação dos Serviços de Saúde (Health Care Transformation Task Force), um consórcio de pacientes, fornecedores e compradores de serviços de saúde que atuam para acelerar o ritmo da mudança no sistema de saúde dos EUA, está trabalhando para fechar as lacunas e inspirar um maior foco na compreensão sobre os cuidados centrados na pessoa com um novo guia de 22 páginas, com prioridades e questionamentos baseados no consenso multilateral (Addressing Consumer Priorities in Value-Based Care: Guiding Principles and Key Questions – veja o documento original, em inglês).

“O documento é o resultado de vários meses de muito trabalho para chegar a um consenso entre pacientes e prestadores de serviços, bem como contribuintes e compradores. Criamos um quadro, ao invés de um conjunto de instruções passo-a-passo, porque não há uma resposta padrão, devido à diversidade do sistema de saúde dos EUA e de um mercado onde cada organização de saúde atende, da sua forma, as partes interessadas”.

A estrutura é organizada em torno de seis grandes princípios e de um conjunto de questões que as instituições podem usar ​​para promover o diálogo e tomar medidas para definir o que significa ser centrado na pessoa:

Princípio: incluir pacientes/consumidores como parceiros em todos os níveis de tomada de decisão de cuidados. Por exemplo, os pacientes/consumidores são incluídos como parceiros integrais nas decisões dos serviços de saúde em todos os níveis, desde o projeto de reforma do sistema até as decisões pontuais de tratamento?

Princípio: Prestar cuidados centrados na pessoa. Por exemplo, os pacientes/consumidores e aqueles que os apoiam são o centro do foco das equipes de cuidados?

Princípio: Projetar modelos de pagamento alternativos que beneficiem os consumidores. Por exemplo, o modelo consegue economias de custo através de melhorias na saúde e garante os direitos e proteções dos beneficiários?

Princípio: Conduzir a melhoria contínua da qualidade. Por exemplo, as políticas e práticas de transformação da saúde rumam para uma melhoria contínua da qualidade?

Princípio: Acelerar a utilização da tecnologia da informação (TI) na saúde centrada na pessoa. Por exemplo, o pagamento alternativo e o modelo de prestação de serviços aceleram o uso efetivo de TI?

Princípio: Promover a igualdade de saúde para todos. Por exemplo, o sistema de prestação de serviços e o modelo de reforma de pagamento promovem a equidade na saúde, assim como procuram reduzir as disparidades no acesso aos cuidados e as consequências para a saúde para todos?

A estrutura reflete o consenso das 43 organizações que fazem parte da Força-Tarefa, que inclui representantes de seis dos 15 melhores sistemas de saúde norte-americanos e quatro das 25 maiores operadoras de planos de saúde, bem como as organizações nacionais que representam os empregadores, os pacientes e suas famílias, e o setor político. “A estrutura em si é o resultado da abordagem colaborativa que insistimos para que as organizações adotem”, diz o artigo.

O Grupo Consultivo de Prioridades dos Consumidores (Advisory Group for Consumer Priorities) inclui representantes de diversas instituições renomadas, tais como: National Partnership for Women & Families, Community Catalyst, the National Health Law Center, Blue Cross Blue Shield of Massachusetts, Trinity Health, Ascension Health, New Mexico Health Connections, Institute for Innovation, Press Ganey Associates, American Cancer Society, Cancer Action Network e o Medicare Rights Center.

Debra L. Ness, presidente da National Partnership for Women & Families, salienta a importância da abordagem colaborativa. “Esta estrutura de consenso pode ajudar os sistemas de saúde a garantirem que as prioridades dos consumidores permaneçam à frente e no centro de todas as fases da transformação para um sistema de prestação de serviço baseado em valor. Esse formato deve oferecer cuidados centrados na pessoa, segundo o que ela precisa e quer (um cuidado em que as pessoas são acolhidas e se envolvem). A única maneira de conseguir isso é garantir que os consumidores e os pacientes sejam verdadeiros parceiros no design, na implementação e na gestão”, diz ela.

Em outras palavras, as organizações de saúde que procuram verdadeiramente os serviços centrados no paciente devem atender o antigo provérbio: “Se você quiser ir rápido, vá sozinho; se você quiser ir longe, vá acompanhado”, conclui o artigo.

 

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