Política | 8 de dezembro de 2020

Ministro da Saúde prevê 60 dias para registro da Anvisa da vacina de Oxford/AstraZeneca

Governador do RS Eduardo Leite entrou em contato com Instituto Butantan com interesse na CoronaVac
Ministro da Saúde prevê 60 dias para registro da Anvisa da vacina de Oxford AstraZeneca

Em reunião com governadores do Brasil nesta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e farmacêutica AztraZeneca (ambas do Reino Unido) contra a Covid-19 no final de fevereiro.


Pazuello destacou que 15 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca – das 100 milhões acordadas – já começam a chegar em janeiro de 2021. “A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação”, explicou o ministro.

O ministro citou os acordos já feitos pelo Governo Federal com o laboratório AstraZeneca (260 milhões de doses e insumos para fabricação) e a entrada no consórcio Covax Facility (42 milhões de doses): “O SUS já tem capacidade de 300 milhões de doses para 2021”, disse.

Pazuello acrescentou que “todas as vacinas que tiverem eficácia e registro da Anvisa serão adquiridas” e que “nós vamos vacinar todo mundo na maior velocidade possível”.


Brasil negocia 70 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTec

Pazuello afirmou que o governo federal negocia a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech, já aprovada no Reino Unido, que iniciou a vacinação em massa nesta terça-feira (8), e com o Instituto Butantan, que desenvolve com a farmacêutica Sinovach Biotech a CoronaVac – não foram detalhadas quantas doses serão adquiridas.

De acordo com o ministro, a previsão do Ministério da Saúde é receber 8,5 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech no primeiro semestre de 2021 e o restante a partir de junho.

Pazuello afirmou aos governadores que o Ministério da Saúde já elaborou a logística de distribuição nacional das vacinas, que será apresentada em breve.

Programa Nacional de Imunização em 4 fases

No dia 1º de dezembro, o Ministério da Saúde apresentou definições preliminares para vacinação, a partir do Programa Nacional de Imunização (PNI). A coordenadora do PNI, Francieli Fontana, detalhou que a vacinação deve ocorrer em quatro fases, obedecendo a critérios logísticos de recebimento e distribuição das doses. As fases desenhadas pela equipe técnica priorizam grupos, que levam em conta informações sobre nuances epidemiológicas da Covid-19 entre os brasileiros, bem como comorbidades e dados populacionais.

Confira as fases:

– Na primeira fase, conforme a coordenadora do PNI, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

– A segunda fase contempla pessoas de 60 a 74 anos.

– A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras).

-A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.

 

Ao todo, os quatro momentos da campanha somam 109,5 milhões de doses, sendo que os esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde – Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility – preveem esquema vacinal em duas doses. Na reunião, Francieli reforçou que o planejamento dos grupos a serem vacinados e fases é preliminar e pode sofrer alterações, a depender de novos acordos de aquisição de vacinas com outras farmacêuticas, após resultados dos estudos das vacinas candidatas e regulamentação pela Anvisa.

Aprovação emergencial da Anvisa poderá ocorrer antes

Uma vacina contra a Covid-19 pode ser utilizada no Brasil a partir da aprovação da Anvisa, mesmo que a agência não tenha registrado. A Lei Nº 13.979, de fevereiro de 2020, estabelece a autorização da Anvisa de importação e distribuição de medicamentos que ainda não tenham sido aprovados pela agência.

O item VIII do artigo 3º diz que poderá haver “autorização excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa, desde que: a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e b) previstos em ato do Ministério da Saúde”.

Eduardo Leite negocia CoronaVac

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, abordou, em transmissão ao vivo que contou com a participação da secretária da Saúde, Arita Bergmann, as questões acerca do processo de vacinação contra o coronavírus no Estado. Embora tenha manifestado confiança na liderança do Ministério da Saúde no processo de aquisição e de distribuição das doses, Leite garantiu que o Estado não fugirá da responsabilidade, caso o governo federal retarde a tomada de decisão.

Leite afirmou que fez contato com o Instituto Butantan, de São Paulo, com o objetivo de comprar a Coronavac, “Temos confiança de que o Ministério da Saúde irá liderar esse programa, e isso é o correto, a considerar a tradição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), um patrimônio do Brasil. Não faz sentido abrir disputa entre os Estados. No entanto, tenho responsabilidade com o povo gaúcho, com 11,5 milhões de pessoas, e não fugiremos dela. Diante da politização de um tema que deve ser enfrentado com caráter eminentemente técnico, demos início a um processo de negociação diretamente com Instituto Butantan, e encaminhamos expediente manifestando interesse na aquisição de vacinas para os profissionais de saúde do RS”, destacou o governador.

O governador garantiu que deixou a reunião com a confiança de que o Ministério da Saúde tomará a frente no que diz respeito ao processo de imunização.

Reino Unido inicia imunização com vacina de Oxford/BioNTech

O dia 8 de dezembro entra para a história. Menos de um ano após a descoberta do novo coronavírus, o Reino Unido iniciou a vacinação em massa de sua população, com a vacina clinicamente aprovada das farmacêuticas Pfizer (EUA) e BioNTech (Alemanha). A senhora Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira a receber a dose.

O Reino Unido comprou, no total, 40 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Como cada pessoa precisa de duas doses, 20 milhões de pessoas serão imunizadas. Quem for imunizado vai ganhar um cartão comprovando que recebeu as doses.

Maiores de 80 anos, funcionários de saúde na linha de frente e funcionários e moradores de casas de repouso terão prioridade na primeira fase da vacinação da campanha no Reino Unido. A imunização dos britânicos com mais de 50 anos, além dos adultos com alguma doença pré-existente, deve acontecer em 2021.

A vacina Pfizer/BioNTech apresentou eficácia de 95% na prevenção à Covid -19, segundo estudos da fase 3 dos testes do imunizante. Os resultados foram apresentados em novembro. Não houve efeitos colaterais graves nos voluntários.

Saiba mais sobre a vacina, que conta com tecnologia inédita (uso de RNA mensageiro) na matéria Vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech é 95% eficaz, apontam farmacêuticas

Apesar de não ter testes concluídos da vacina Sputnik V, a Rússia iniciou oficialmente, no sábado (5), o seu programa de imunização em massa contra a Covid-19. Os primeiros imunizados vão ser os professores, profissionais de saúde e assistentes sociais em 70 centros de vacinação em Moscou.

Treze vacinas estão na Fase 3 de testes

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13 vacinas contra a Covid-19 estão na Fase 3. Confira:

AstraZeneca/Universidade de Oxford  – em teste no Brasil

Sinovac Biotech (China), conhecida como CoronaVac – em teste no Brasil

BioNTech (Alemanha), Pfizer (Estados Unidos) e Fosun Pharma (China) – em teste no Brasil

Janssen Pharmaceutical Companies (Bélgica), da farmacêutica Johnson & Johnson – em testes no Brasil

Gamaleya Research Institute (Rússia), conhecida como Sputnik V – o Paraná entrou em acordo e fará testes com a vacina

Sinopharm (China) e Wuhan Institute of Biological Products (China)

Sinopharm (China) e Beijing Institute of Biological Products (China)

Moderna (EUA)

CanSino Biologics (China) e Beijing Institute of Biotechnology (China)

Novavax (EUA)

Bharat Biotech (Índia)

Anhui Zhifei Longcom Biopharmaceutical/Institute of Microbiology, Chinese Academy of Sciences (China)

Medicago Inc. (Canadá)

Foto: Aurélio Pereira/MS. Com informações do Ministério da Saúde e Governo do RS. Edição do Setor Saúde.



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