Estatísticas e Análises, Geral | 6 de janeiro de 2015

Cigarro eletrônico tem sua eficácia analisada em trabalho científico 

Artigo do médico Marcelo Gazzana, do Moinhos de Vento, é destaque no Jornal Brasileiro de Pneumologia
Cigarro eletrônico tem sua eficácia analisada em trabalho científico 

Em artigo publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, o chefe do serviço médico de pneumologia e cirurgia torácica do Hospital Moinhos de Vento (HMV), Marcelo Basso Gazzana, analisou a questão do uso de cigarros eletrônicos. Embora cada vez mais popular no mundo, a comercialização do mesmo ainda não é liberada no Brasil.

O trabalho foi elaborado em conjunto com outros três médicos, Marli Maria Knorst, Igor Gorski Benedetto e Maria Costa Hoffmeister. Intitulado “O cigarro eletrônico: o novo cigarro do século 21?”, o estudo traz um panorama completo do consumo de tabaco pela população brasileira, atualizações nas leis de proibição e aponta as características dessa – considerada por muitos especialistas e consumidores – terapia de substituição de nicotina.

“O objetivo (do estudo) foi descrever o cigarro eletrônico e seus componentes e avaliar seu papel no combate ao tabagismo, tratando também de marcos regulatórios e a segurança do consumo”, explica Gazzana. Dados revelam que existem cerca de 30 milhões de fumantes no Brasil. Entre eles, em torno de 70% admitem que gostariam de parar.

“A eficácia é duvidosa e, por outro lado, os riscos são comprovados. Por isso, vários países proibiram a comercialização. Não há um padrão de produção, o que também traz insegurança ao consumidor”, pontua Marcelo Gazzana.

O cigarro eletrônico foi criado em 2003 e surgiu como uma alternativa de uso menos nociva à saúde dos consumidores. Mais de 2,5 marcas são comercializadas pelo mundo atualmente. Em 2009, a Anvisa proibiu a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos.
Na conclusão do estudo, os especialistas destacam que “a utilização prolongada do cigarro eletrônico por tabagistas pode perpetuar a dependência à nicotina, e o seu uso durante a adolescência pode estimular a iniciação do tabagismo. Portanto, uma abordagem do tabagismo que contemple a terapia cognitivo-comportamental, assim como a utilização de medicamentos aprovados pelas agências regulatórias para o controle dos sintomas de abstinência à nicotina, deve ser oferecida aos tabagistas que querem parar de fumar”.

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