Mundo | 29 de janeiro de 2016

Laboratório de análises clínicas terá que provar a eficácia de sua tecnologia, mas apresenta práticas deficientes

Inspeção alertou para o “perigo imediato para a saúde e segurança do paciente" nos EUA
Laboratório de análises clínicas tenta provar a eficácia de sua tecnologia, mas apresenta práticas deficientes

O CMS (sigla em inglês para Centros de Serviços Medicare e Medicaid), autarquia federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, advertiu a empresa norte-americana Theranos de que a inspeção realizada em dezembro no laboratório da instituição na Califórnia encontrou práticas deficientes que “representam perigo imediato para a saúde e segurança do paciente”. Não é a primeira vez que a empresa é alvo de suspeitas (leia aqui). A acusação anterior foi de que dos 240 exames laboratoriais oferecidos, somente 15 teriam tecnologia própria.

Agora, o órgão deu à Theranos, dez dias para provar que corrigiu os problemas, ameaçando revogar sua certificação. A Theranos respondeu que 90% de seu trabalho laboratorial é feito em sua unidade no Arizona, e afirma que já corrigiu alguns problemas na unidade na Califórnia, incluindo a contratação de um novo e qualificado diretor de laboratório.

A empresa Walgreens (maior cadeia farmacêutica dos EUA), dá sinais claros de irá cancelar o seu atual acordo com a Theranos. Já teria, inclusive, solicitado que não enviassem mais os testes coletados e processadas no laboratório da Califórnia, fechando a unidade Theranos Wellness Center. A Walgreens, oficialmente, admite apenas que “está atualmente em discussão sobre a próxima fase do relacionamento”.

A Theranos já foi avaliada em 9 bilhões de dólares. Mas muita coisa mudou para a jovem Elizabeth Holmes (foto), proprietária da empresa que vendeu a ideia de uma tecnologia que necessitava de apenas uma gota de sangue para realizar o exame, a um custo extremamente inferior ao praticado pelos concorrentes. As desconfianças já foram abordadas pelo especialista Irineu Grinberg, membro do Conselho Fiscal da Fehosul e ex-presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas do Rio Grande do Sul, em artigo para o Portal Setor Saúde (leia aqui). Hoje, a empresa vem tentando retomar a confiança do mercado e provar que seus exames são efetivamente inovadores, e não uma fraude, como se especula.

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