Estatísticas e Análises, Mundo | 10 de julho de 2015

Usar antidepressivos durante a gravidez aumenta riscos de má formação do bebê

Pesquisa confirma relação com defeitos cardíacos e anomalias
Usar antidepressivos durante a gravidez aumenta riscos de má formação do bebê

Pesquisadores dos EUA e do Canadá confirmaram a relação entre o uso de antidepressivos comumente prescritos para grávidas e o aumento do risco de má formação de bebês no nascimento. Segundo o estudo, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI, na sigla em inglês),  já haviam fornecido indícios de sua relação com defeitos cardíacos e anomalias que afetam o crânio e outras partes do corpo do bebê.

O novo estudo, publicado no British Medical Journal, revisou dados de 17.952 mães de crianças nascidas com má formação e 9.857 mães de crianças sem anomalias, cujos partos ocorreram entre 1997 e 2009. Foram analisados o uso, pouco antes ou logo no início da gravidez, de cinco antidepressivos SSRI. Não foi encontrada relação com má formação em três drogas, incluindo sertralina, a mais comumente usada pelas mulheres catalogadas no estudo. Já para paroxetina (Paxil) e fluoxetina (Prozac) foram relatados aumento nas deformidades.

O Prozac foi relacionado a defeitos na parede do coração e a craniossinostose (o bebê nasce com o crânio de forma irregular), enquanto o Paxil estava ligado a cinco defeitos congênitos, incluindo malformações cardíacas, anencefalia (má formação do tubo neural) e defeitos da parede abdominal no qual os intestinos — e em alguns casos, o fígado — se desenvolvem na parte externa do corpo.

A pesquisa incluiu peritos dos respeitados Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) que confirmaram a ligação. Atualmente, os médicos evitam prescrever os medicamentos para gestantes, exceto em casos em que, pela gravidade do estado da paciente, os benefícios ultrapassem os riscos.

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