Estatísticas e Análises | 18 de dezembro de 2015

Infectado com vírus Zika por transfusão de sangue

Caso ocorreu em Campinas e gera alerta em autoridade de saúde
Infectado com vírus Zika por transfusão de sangue

O Ministério da Saúde investiga o primeiro caso de paciente infectado pelo Zika vírus após uma transfusão de sangue, feita em março deste ano, em Campinas, interior de São Paulo. O caso foi descoberto pelo Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e confirmado por exame feito pelo Instituto Adolfo Lutz. Uma vez avaliada a capacidade de infecção do vírus por transmissão sanguínea, poderão ser implantados novos procedimentos para aumentar a segurança nas transfusões, segundo o ministério. A identificação do Zika vírus não faz parte, atualmente, do rol de exames laboratoriais obrigatórios na triagem de doadores de sangue. Hoje, o sangue doado passa por testes para doenças como a de Chagas, sífilis, hepatites B e C, além do HIV.

Segundo a Unicamp, o homem infectado, que havia doado sangue no Hemocentro de Campinas alguns dias antes de apresentar os sintomas, teve a iniciativa de ligar para o local para informar que estava com dengue. O hemocentro desencadeou então o processo de investigação da notificação, enviando a amostra de sangue desse doador para o Instituto Adolfo Lutz, que descartou a dengue, mas confirmou o zika vírus. O paciente receptor não desenvolveu a doença, nem apresentou sintomas. Os dois estão bem.

“Ressaltamos que atualmente não há um teste comercial para identificação do vírus disponível para ser usado em larga escala. Alertamos para a importância da notificação pós-doação como método de prevenção em situações como esta, em que não há disponibilidade de um exame de triagem laboratorial”, diz uma nota da Unicamp.

Também por nota, o Ministério disse que “deve ser avaliada a capacidade de infecção do vírus por transmissão sanguínea, além dos procedimentos de hemovigilância que devem ser adotados conforme os novos achados”.

A circulação do vírus Zika é confirmada por meio do teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação da circulação do vírus em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo informou que não há outro caso de zika transmitido por transfusão em investigação. Segundo o órgão, nenhum dos exames PCR feitos no segundo semestre em São Paulo deu positivo para o vírus.

VEJA TAMBÉM