Gestão e Qualidade | 20 de julho de 2017

Hospital Mãe de Deus e Unimed iniciam nova parceria com modelo de remuneração

O "Sistema UM de Saúde" é baseado na metodologia DRG e pretende melhorar a assistência
Alceu_DRG

O Hospital Mãe de Deus (HMD), em parceria com a Unimed Porto Alegre, lançou, no dia 14 de julho, um novo modelo de remuneração baseado na metodologia DRG – Diagnosis Related Group, também conhecida como Grupo de Diagnósticos Relacionados. Chamado de Sistema UM de Saúde – junção das palavras “Unimed” e “Mãe de Deus”, a ideia é buscar, a partir da avaliação de desempenho assistencial do hospital, desenvolver um novo modelo de relacionamento.

O portal de notícias Setor Saúde esteve no lançamento, exclusivo para colaboradores. Na apresentação, o Diretor Superintendente do Mãe de Deus, Alceu Alves da Silva (foto acima), classificou a iniciativa do hospital e da operadora como “ousada”. Ao Setor Saúde, Dr. Alceu afirmou que o UM “obriga a instituição a conhecer seu desempenho assistencial, conhecer o custo desse desempenho”, porque a negociação será baseada nesses indicadores. Segundo ele, uma vez codificado o procedimento, o sistema envolve um pagamento único. “Se você não tem eficiência, é provável que gaste mais do que vai receber”, explicou.

O Diretor Superintendente também comentou que serão, por enquanto, apenas cinco procedimentos, todos de alta previsibilidade e baixa complexidade, como alguns tipos de internações, “para que tenhamos cuidados”. Segundo Dr. Alceu, uma vez que o sistema entregue os resultados esperados pelo HMD e pela operadora, “podemos avançar e criar um novo modelo de remuneração tendo como alicerce aquilo que efetivamente interessa que é a qualidade da assistência prestada”.

Ao Setor Saúde, o Dr. Salvador Gullo Neto, Diretor de Provimento de Saúde da Unimed Porto Alegre, afirmou que a parceria vem desde 2010 e culminou no lançamento agora neste mês de julho de 2017. Segundo ele, o trabalho passa pela codificação integrada com profissionais do HMD e da Unimed, criando uma base de dados. “Numa primeira parte, estamos olhando quais indicadores assistenciais podemos extrair dessa base, e num segundo momento, vamos começar a trabalhar com o pagamento por DRG”, afirma o Diretor. Ainda conforme Salvador, o trabalho tem um foco primário: o paciente. “Ele recebe melhoria assistencial no serviço”, explicou.

Salvador Gullo da Unimed Porto Alegre e Luiz Felipe Gonçalves (Superin. Médico do Mãe de Deus)

Salvador Gullo da Unimed Porto Alegre e Luiz Felipe Gonçalves (Superin. Médico do Mãe de Deus)

 

Para Salvador, o que se pretende com o UM é “trabalhar um modelo que seja realmente sustentável para a saúde, que se possa trabalhar a eficiência do prestador e entregar para nossos clientes a assistência mais custo-efetiva possível”. O modelo ainda está numa fase que o Diretor classificou como piloto, mas, entendendo as dificuldades do processo, seus caminhos, ajustando e aprendendo, “vamos poder escalar isso na medida em que nos sentirmos seguros” incluindo outros procedimentos, explicou Salvador.

VEJA TAMBÉM