Mundo | 5 de maio de 2016

EUA: Fusões e aquisições de operadoras se mostra ruim para prestadores e consumidores

Especialistas debateram tema em recente congresso americano de hospitais
EUA Fusões e aquisições de operadoras se mostra ruim para prestadores e consumidores

Os provedores de serviços de saúde dos EUA (hospitais, clínicas e laboratórios) e os pagadores (operadoras/seguradoras) permanecem profundamente divididos sobre a fusão ou aliança de empresas de planos de saúde. O fato foi destacado em um debate durante a reunião anual da Associação Americana de Hospitais, a AHA 2016.

Como destaca artigo do portal Fierce Health Payer “uma particular preocupação, de acordo com os palestrantes, são as aquisições de duas das principais seguradoras de saúde (Aetna-Humana e Anthem-Cigna) que reduziriam o número de grandes players pagadores (nos Estados Unidos) de cinco para três”.

“O nível sem precedentes de consolidação destes negócios poderia gerar um seguro de saúde mais caro e menos acessível para os consumidores”, considerou um membro do conselho da AHA, Thomas Miller. “Nós também estamos muito preocupados com o fato de que esses acordos podem dificultar o esforço que os hospitais tenham estabelecido para impulsionar o sistema de saúde dos EUA para frente”.

A AHA tem sido uma feroz opositora das aquisições, com lideranças da saúde norte-americana testemunhando contra as fusões em audiências no congresso nacional, bem como cartas detalhadas enviadas para o Departamento de Justiça com argumentos contrários às transações.

Para a professora da Universidade Northwestern, Leemore Dafny, tais esforços são justificados porque, não há um consenso provando que as fusões criaram eficiências de custo ou melhoria da qualidade e/ou de inovação. Por outro lado existem evidências de diminuições no reembolso dos serviços e aumento nos valores cobrados pelos planos de saúde dos consumidores. Mas alguns dados também são claros, segundo ela, sobre o fato de que o setor de seguros de saúde já é composto de “mercados altamente concentrados que têm ficado ainda mais concentrados ao longo do tempo”.

O atual cenário demonstra que os gestores hospitalares não devem se intimidar em relação às fusões, conforme declara o advogado especializado em questões antitruste, Dr. Doug Ross. “Afinal de contas, são os hospitais que estão arcando com o peso”.

O artigo encerra ressaltando que os reguladores federais são suscetíveis  a aceitar a ideia de que a aplicação da legislação antitruste deve proteger os consumidores, e por isso, é necessária ser considerado todos os envolvidos ao avaliar o “ok” para as fusões.

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