EUA aprovam primeira droga imunoterápica para câncer de cabeça e pescoço
Keytruda (pembrolizumab) foi aprovado através de nova iniciativa que acelera a liberação de tratamentos para doenças gravesA agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovou no dia 8 de agosto o medicamento Keytruda (pembrolizumab) para tratar pacientes com câncer de cabeça e pescoço – carcinoma de células escamosas – que se espalhou ou voltou após o tratamento de quimioterapia à base de platina. É a primeira droga do campo da imunoterapia aprovada para este tipo de câncer. Keytruda já está aprovado para o melanoma e o câncer do pulmão de células não-pequenas.
“Câncer de cabeça e pescoço é uma doença complexa que tem sido historicamente associada com altas taxas de recorrência e fracos resultados a longo prazo, com destaque para a necessidade crítica de novas opções de tratamento”, disse o Dr. Tanguy Seiwert, diretor associado da Head and Neck Cancer Program e professor de medicina na Universidade de Chicago, em um comunicado. “A aprovação do Keytruda para pacientes tratados anteriormente, que apresentam patologia metastática recorrente da cabeça e pescoço [carcinoma de células escamosas] é um importante passo no tratamento desta doença.”
A FDA vem trabalhando em um novo programa de aprovação acelerado de drogas que demonstrem promessa contra doenças graves. A aprovação pela FDA se baseou em um ensaio clínico com 174 pessoas. A empresa que fabrica o medicamento (Merck & Co.) deve apresentar informações clínicas adicionais para demonstrar o seu benefício. Dois grandes estudos clínicos já estão em andamento.
“A aprovação de hoje representa um avanço significativo para a comunidade de oncologia, bem como para o nosso programa clínico de câncer de cabeça e pescoço”, disse Roger M. Perlmutter, presidente da Merck Research Laboratories.
Keytruda é um anticorpo monoclonal, sendo ministrado através de infusão na veia. Os efeitos colaterais mais comuns são fadiga, tosse, náuseas, prurido cutâneo, erupção cutânea, diminuição do apetite, constipação, dor nas articulações e diarreia. Os efeitos colaterais mais graves, mas menos comuns, podem incluir inflamação do pulmão, cólon, glândulas produtoras de hormonas, fígado e outros órgãos.
As medicações imunoterápicas agem sobre o sistema imunológico, incentivando as defesas naturais do organismo para combater as células cancerígenas. Já os tratamentos tradicionais – quimioterapia e radioterapia -, costumam ter efeitos colaterais mais severos.
A agência reguladora nacional (Anvisa) ainda não liberou a comercialização no Brasil do medicamento. As chances de cura para o câncer de cabeça e pescoço diminuem consideravelmente se o tratamento não é iniciado rapidamente, conforme destacou o oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus, Dr. Stephen Stefani, em matéria do Setor Saúde de dezembro passado.
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