Estatísticas e Análises | 16 de junho de 2019

Em 18 anos, preços de planos de saúde sobem 382% no Brasil

No mesmo período, inflação do país foi de 208%
Em 18 anos, preços de planos de saúde sobem 382 no Brasil1

Os preços das mensalidades dos planos de saúde individuais subiram, em média, 382% em 18 anos, de 2000 a 2018, de acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a partir de dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No mesmo período de 18 anos, a inflação no país foi de 208%.

Dentre os componentes da inflação da saúde, os planos lideraram com folga as altas entre 2000 e 2018. Depois desse item, a maior alta foi registrada em serviços médicos e dentários, de 230%, seguida por produtos farmacêuticos e óticos (165%) e serviços laboratoriais e hospitalares (159%).

“Cabe destacar, o crescimento médio anual dos preços dos planos de saúde (8,71%) foi maior que o dos serviços médicos e dentários (6,45%), dos produtos farmacêuticos e óticos (4,93%) e dos serviços laboratoriais e hospitalares (4,50%)”, diz o Ipea.

ANS

Até 2018, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinava o reajuste máximo levando em conta o aumento dos custos das operadoras de planos de saúde. O argumento é que ele era o mais adequado porque captava, por exemplo, gastos com inovações tecnológicas e a maior frequência com que o consumidor usa os serviços da rede.

Uma regra editada no final do ano passado alterou essa metodologia. Agora, a ANS considera tanto os custos médicos quanto a inflação, medida pelo IPCA. A regra vale para planos individuais e familiares.

“O que precisa ser ao menos respondido com garantia pela ANS aos consumidores e empregadores é em que medida a nova metodologia mudará a tendência de aumento continuado dos preços observada entre 2000 e 2018”, disse o Ipea.

Em nota, a ANS afirmou que considera tecnicamente inadequadas as comparações feitas entre o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e índices de preços ao consumidor. De acordo com a Agência, a mensuração da frequência de utilização dos planos de saúde pode ser realizada através do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar da ANS.

A ANS ainda aponta que a nova metodologia de cálculo do índice anual de reajuste dos planos individuais já contempla três aspectos abordados pelos autores do estudo do Ipea: a mensuração de variação das despesas assistenciais das operadoras; um fator de eficiência; e dedução dos reajustes médios aplicados por faixa etária e ponderação das despesas não assistenciais por um índice específico.

“Conforme ocorre em outros países, os preços dos serviços de saúde tendem a crescer acima da média dos demais preços da economia. Além disso, as despesas com assistência à saúde variam tanto em razão de alterações no preço dos procedimentos (consultas, exames e internações) como em razão de alterações na quantidade e tipos de serviços utilizados. Sendo assim, se entre um período e outro há aumento na realização de exames mais complexos, naturalmente haverá aumento nas despesas assistenciais”, diz a agência em nota.

 

Com informações do G1 e Uol. Edição do Setor Saúde.

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