Gestão e Qualidade | 17 de janeiro de 2024

“É fundamental focar na maximização da HealthSpan” defende CEO da Unimed Grande Florianópolis

Richard Oliveira é o 14º entrevistado na série especial do portal Setor Saúde.
É fundamental focar na maximização da HealthSpan defende CEO da Unimed Grande Florianópolis

Ao portal Setor Saúde, o CEO da Unimed Grande Florianópolis (UGF), Richard Oliveira, analisa o cenário atual da saúde suplementar sob a ótica da operadora. Ele também apresenta conquistas de 2023, os projetos e as diretrizes estipuladas para este ano. O 14º participante da série especial de entrevistas com executivos de hospitais, operadoras e clínicas do Brasil, fala ainda sobre a importância das operadoras olharem cada vez mais para a manutenção da boa saúde dos seus beneficiários. Conforme o executivo, “a HealthSpan refere-se à quantidade de tempo em que uma pessoa desfruta de boa saúde e funcionalidade ao longo da vida, em contraste com a Lifespan, que é a duração total da vida. Para promover uma boa velhice, é fundamental focar na maximização da HealthSpan.”

Outro ponto de destaque da entrevista são as iniciativas da operadora em questões como governança corporativa e inclusão. Oliveira fala sobre Inteligência Artificial e as práticas ESG, tendências que estão ganhando cada vez mais espaço no setor da saúde. O CEO aborda ainda gargalos e ineficiências que devem ser foco de atenção dos governos e das organizações de saúde em 2024. Confira.


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Principais desafios e as conquistas mais relevantes

“2023 foi um ano desafiador para a saúde suplementar no Brasil e ainda sobrevivemos aos reflexos gerados pela pandemia, que determinou mudanças rápidas, como investimentos não previstos para aquele momento, mas primordiais para cuidar e salvar vidas. Quando o cenário pandêmico estabilizou, procedimentos, exames e consultas retidas foram retomadas em larga escala, levando a despesas muito superiores às receitas geradas pelas operadoras. O aumento dos gastos assistenciais (cirurgias, exames, consultas) não é fruto apenas da frequência de uso, mas de uma alta de preços de insumos que inflacionaram o setor, provocada em parte pela própria pandemia, que até o momento não retomou um patamar de normalidade,” inicia Oliveira.

“Em termos de Unimed Grande Florianópolis, ou UGF como a chamamos, o ano de 2023 foi importante por fortalecer parcerias com instituições de saúde, com o objetivo de ampliar a oferta de atendimento. Eu destaco o cuidado com crianças com o Transtorno do Espectro Autista, razão pela qual saímos de 1 para 115 clínicas e 779 profissionais na região de nossa área de abrangência, acolhendo mais de 112 famílias, até o momento. Também ampliamos a oferta do atendimento oncológico, inauguramos o Centro de Infusão UGF dentro do nosso Hospital e reformulamos a unidade pediátrica, trazendo um ambiente lúdico e ainda mais humanizado para o serviço de saúde infantil”, comemora o CEO da Unimed Grande Florianópolis.

Centro de Infusão UGF

Outra vertente de atuação que foi destaque em 2023 é o comprometimento com a governança. “A Governança Corporativa é uma forte frente de atuação. Em se tratando de Unimed, fomos a primeira do país a ter um diretor de mercado na diretoria executiva e um comitê técnico dentro do conselho de administração. O resultado é sempre buscar uma organização com os princípios da Governança, como equidade, transparência, prestação de conta e a responsabilidade corporativa, sendo o fator humano o centro de nossas ações”, completa.


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2024: manter os investimentos em transformação digital, tecnologia e inovação

A Unimed Grande Florianópolis manterá o plano de investimentos em transformação digital, tecnologia e inovação, como vem sendo feito nos últimos anos. “As decisões de investimento podem depender de vários fatores, incluindo o ambiente econômico e regulatório. No setor de saúde, considerar investimentos em tecnologia, expansão de serviços, treinamento de equipe e conformidade com regulamentações podem ser estratégicos”, explica.

“Assim, ao longo dos últimos anos e, também para 2024, investimos em transformação digital, tecnologia e inovação, sendo dois grandes destaques a primeira cabine de pronto atendimento e telemedicina do país, a Doctor-U (à esquerda, foto abaixo), responsável por agilizar consultas e conectar paciente e médico 24 horas por dia. Outra frente é o aplicativo Cliente UGF (à direita, foto abaixo), ferramenta digital que permite ao beneficiário gerir o plano de saúde de onde estiver, além de realizar consultas via telemedicina pelo próprio app. Ou seja, frentes importantes que nos aproximam dos clientes, sendo esse o caminho de 2024”, anuncia Oliveira.

doctor u e app cliente ugf

Inclusão tem se destacado na atuação da Unimed Grande Florianópolis

“Quando falamos em oferta de saúde, penso que é importante atuar de forma inclusiva, proporcionando um retorno à sociedade. Em 2022, inauguramos a Arena Unimed, um espaço democrático na beira-mar de Florianópolis com academia ao ar livre e diferentes aulas (dança, yoga, muay thai e outros) oferecidas de forma gratuita às pessoas, sem a necessidade de ser cliente da cooperativa. Basta baixar o aplicativo, agendar a aula e comparecer. Em um ano de atividade, foram cerca de 8 mil vidas beneficiadas, mais de 50 mil presenças em 1,6 mil aulas e avaliação 4,9 (numa escala de 1 a 5) pelos frequentadores. Sem dúvidas, um resultado positivo que entrega valor e consciência sobre a saúde para as pessoas. Como o projeto trouxe resultados positivos, agora, o passo seguinte será o de continuar a avaliação da ampliação”, pontua o CEO da operadora de planos de saúde.

“Outra frente inclusiva que muito nos orgulha é a contratação de pessoas com deficiência. Por ser uma importante ferramenta de responsabilidade social, acreditamos que talentos PCDs consolidam valores importantes, como a empatia e a inclusão. Na Unimed Grande Florianópolis, são 60 PCDs colaboradores, além de uma equipe específica de Cultura, Diversidade e Inclusão, com o objetivo de intensificar a busca por ambientes justos para todos. A equidade de gênero é outra frente que se destaca pelos mais de 80% dos nossos colaboradores serem mulheres, razão pela qual chamamos a UGF de alma feminina. Dentre os cargos de gestão, a presença feminina já é maioria em nossa cooperativa”, adiciona Oliveira.


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Principais diretrizes ou eixos estratégicos estipulados para o ciclo 2024, em termos de gestão e assistência

Ao falar sobre diretrizes e eixos estratégicos estipulados para 2024, Oliveira apresenta detalhes de cada eixo. “As diretrizes e eixos estratégicos para a gestão e assistência na área da saúde podem variar entre diferentes organizações e países”, explica o CEO. Em termos gerais, alguns eixos comuns trabalhados pela operadora são:

 1.⁠ ⁠Eficiência Operacional:

   – Objetivo: Aprimorar processos para otimizar o tempo de atendimento.

   – Indicadores: Tempo médio de espera, taxa de ocupação de leitos.


 2.⁠ ⁠Inovação Tecnológica:

   – Objetivo: Implementar soluções tecnológicas para melhorar diagnósticos e tratamentos.

   – Indicadores: Taxa de adoção de novas tecnologias, melhoria na precisão diagnóstica.


 3.⁠ ⁠Qualidade do Atendimento ao Paciente:

   – Objetivo: Garantir uma experiência positiva para os pacientes.

   – Indicadores: Índice de satisfação do paciente, taxa de readmissão.


 4.⁠ ⁠Educação Continuada para Profissionais de Saúde:

   – Objetivo: Manter a equipe atualizada com as melhores práticas e avanços médicos.

   – Indicadores: Participação em programas de educação continuada, atualização de certificações.


 5.⁠ ⁠Gestão de Custos e Sustentabilidade Financeira:

   – Objetivo: Manter as finanças saudáveis sem comprometer a qualidade do atendimento.

   – Indicadores: Margem de lucro, índice de inadimplência.


 6.⁠ ⁠Prevenção e Promoção da Saúde:

   – Objetivo: Focar em programas de prevenção para melhorar a saúde da comunidade.

   – Indicadores: Participação em campanhas de saúde pública.

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Tendências e/ou inovações ditarão os rumos da saúde

Na visão de Oliveira, a Inteligência Artificial e as práticas ESG estão cada vez ganhando espaço no setor da saúde.

“O fator humano continua sendo catalisador na relação médico-paciente e em todos os aspectos que envolvem o segmento. A inteligência artificial, que hoje traz velocidade na informação, cumprirá um papel importante na prestação do cuidado, como a leitura dada para as informações, que serão analisadas e tratadas conforme elas chegam, passando para o near real time respostas de autorizações para exames e procedimentos. Velocidade igual se aplicará nas filas de atendimento privado, mas não vejo capacidade para evitá-las radicalmente no setor público, pois implica em outros recursos, como pessoal, logístico e estrutural. Sendo assim, mais healthtechs estarão dedicadas a compreender o comportamento, o consumo das pessoas  e as necessidades do sistema de saúde”, entende.

“As políticas ESG passarão por um processo de maturidade, saindo do “por que fazer” para  “como fazer”. Na próxima década, vejo E e S como consequência e G como impulso transformador. Bem compreendido pelos gestores, o ESG garantirá maior sustentabilidade das operações de saúde, minimizará o impacto ambiental das práticas médicas e contribuirá pelo bem-estar da sociedade”, afirma.  

Principais gargalos e ineficiências devem ser foco de atenção dos governos e das organizações de saúde em 2024

“As desigualdades socioeconômicas e de saúde continuam sendo desafios a serem vencidos e não vejo mudanças significativas para reduzir o abismo entre serviço e oferta a quem precisa. Ranking apresentado pelas Nações Unidas mostra que o Brasil está na lista  dos 10 países mais desiguais do mundo”, diz Oliveira.

“Por outro lado, alguns caminhos já trazem reflexos positivos. Com o maior alcance de brasileiros digitalizados, ferramentas de gestão inteligentes se somarão para reduzir os gargalos operacionais e administrativos do sistema. Num país mais conectado, a telemedicina será levada para pontos hoje inalcançáveis, desde que empenho e subsídios ampliem o acesso para onde a desigualdade social está concentrada. “

“Outro ponto que requer atenção: o crescimento desenfreado, não controlado e não totalmente transparente na confecção de remédios prototipados pela indústria farmacêutica. Se medidas não forem tomadas pela racionalização e equilíbrio, a largada desses custos continuará sobrecarregando o sistema de saúde suplementar, que é refém dos reguladores”,  adiciona.

Maximização da HealthSpan

No final da entrevista, Oliveira aborda um tema bastante importante: ações necessárias para a manutenção de uma boa saúde por um longo período, trazendo reflexos positivos para uma boa velhice.

“Como executivo da área de saúde suplementar gostaria de abordar um “moonshot” típico de uma operadora de saúde suplementar, a “HealthSpan” refere-se à quantidade de tempo em que uma pessoa desfruta de boa saúde e funcionalidade ao longo da vida, em contraste com a “Lifespan”, que é a duração total da vida. Para promover uma boa velhice, é fundamental focar na maximização da HealthSpan.” Oliveira pontua pontos-chave:

 1.⁠ ⁠Atividade Física Regular:

   – Objetivo: Manter a mobilidade e a função muscular.


 2.⁠ ⁠Dieta Balanceada:

   – Objetivo: Fornecer os nutrientes necessários para a saúde ótima.


 3.⁠ ⁠Saúde Mental e Emocional:

   – Objetivo: Cultivar resiliência emocional e manter uma saúde mental positiva.


 4.⁠ ⁠Exames de Rotina e Prevenção:

   – Objetivo: Detectar e tratar precocemente problemas de saúde.


 5.⁠ ⁠Sono de Qualidade:

   – Objetivo: Assegurar uma boa qualidade de sono.


 6.⁠ ⁠Engajamento Social:

   – Objetivo: Manter conexões sociais significativas.


 7.⁠ ⁠Gestão do Estresse:

   – Objetivo: Desenvolver estratégias para lidar com o estresse.

“Promover uma HealthSpan robusta envolve ações proativas em vários aspectos da vida diária, integrando hábitos saudáveis desde cedo. A abordagem holística para o envelhecimento saudável contribui para uma velhice mais ativa, independente e satisfatória. Essa é a procura incessante”, finaliza.

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PERFIL UNIMED GRANDE FLORIPA

 

 



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