Jurídico, Mundo | 10 de junho de 2014

Autoridades italianas buscam provas de fraude contra Roche-Novartis

Investigação sobre formação de quartel chega à agência italiana de fármacos
Autoridades italianas buscam provas de fraude contra Roche-Novartis

Com mandados de busca e apreensão, investigadores italianos do Núcleo Especial para Proteção de Mercado e do Núcleo de Fraudes Tecnológicas da Guarda de Finanças estiveram na Agenzia Italiana Del Farmaco (órgão público autônomo sob a direção do Ministério da Saúde do país) no dia 5 de junho. As autoridades procuravam documentos e provas sobre as negociações entre a agência e as empresas Roche e Novartis.

As empresas são investigadas por formação de cartel para dificultar a venda de remédios concorrentes mais baratos (leia mais aqui). A suspeita é de que houve criação de manobras, através de notícias falsas sobre as características de dois remédios.

As duas potências da indústria farmacêutica conseguiram excluir do mercado um medicamento de preço reduzido para tratamentos de DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), o Avastin. O problema alegado, é que existem casos suspeitos de efeitos colaterais que levaram à morte pacientes nos EUA. Dessa forma, canalizaram a procura para o Lucentis, medicamento que atua da mesma forma, mas de preço mais elevado.

O problema está no preço dos remédios. Embora sejam basicamente iguais e com os mesmos efeitos, os dois possuem preços diferentes. Enquanto o Lucentis custa cerca de R$ 4,5 mil por injeção, o Avastin custa em torno de R$ 90. O mais caro é vendido nos EUA pela subsidiária da Roche, a Genentech, enquanto no resto do mundo é vendido pela Novartis.

O ministério da Saúde italiano aplicou multa bilionária (R$ 3,6 bilhões) por formação de cartel das duas empresas. O valor é para ressarcir prejuízos causados aos cofres públicos na Itália desde 2012, quando o Lucentis foi colocado à venda.

 

 

 

 

 

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