Estatísticas e Análises | 29 de janeiro de 2016

RS bate recorde de transplantes em 2015

A conscientização de famílias foi determinante para o resultado
RS bate recorde de transplantes em 2015

O ano de 2015 marcou o recorde do número de transplantes de órgãos realizados no Rio Grande do Sul, segundo informou a Secretaria Estadual da Saúde em entrevista coletiva, a qual estava presente o Portal de notícias especializado em saúde, Setor Saúde.

No ano passado, o Estado registrou 2.274 procedimentos, um aumento de quase 10% em relação a 2014. De acordo com o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, “um dos motivos para desempenho recorde pode ser atribuído a queda no percentual de negativas familiares, que entre as causas das não doações, caiu de 44% para 40%”.

Na oportunidade, o secretário reforçou a importância da conscientização por parte das famílias, sendo que a única forma para autorizar uma doação é o consentimento dos parentes. “A redução das negativas revela o impacto das campanhas realizadas, que incentivam que as pessoas tratem do tema em casa, e da nossa atenção em qualificar as equipes que fazem o contato com as famílias”, frisou.

Os dados mostraram ainda que 40% dos casos de mortes encefálicas não se efetivaram em transplantes por falta de autorização da família. Em seguida, não ocorreram devido a paradas cardiorespiratórias (19%) e por outras situações em menor escala.

Medicamentos para transplantados

Na entrevista coletiva, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, apresentou a nova política de dispensação de medicamentos para transplantados, como os imunossupressores. A proposta é descentralizar a dispensação dos medicamentos, evitando a ida dos pacientes à Farmácia do Estado. A partir da implantação da nova política, os transplantados passarão a fazer a retirada dos ítens nos hospitais onde foi realizado o transplante.

A nova modalidade de dispensação se dará por meio da adesão dos hospitais a essa nova política. A SES fará a entrega dos medicamentos com uma antecedência de três meses para que as unidades possam fazer a distribuição aos pacientes. Isso passa a ocorrer, desde que acertada a parceria com a entidade, em todos os hospitais que realizam transplantes no Estado, distribuídos por Porto Alegre, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria.

Nível de excelência

Durante a coletiva de imprensa, o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Cristiano Franke, destacou as ações de capacitação junto aos profissionais. “As equipes realizam o contato com a família, fornecendo todas as informações sobre o processo, explicando e tirando dúvidas”, relata. “Ao todo, são mais de mil profissionais que atuam na área no RS. Cada transplante, pode envolver mais de 100 pessoas e deslocamentos de carro e até avião”, concluiu.

No evento desta quarta-feira, o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e coordenador do Colegiado dos Programas de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Roberto Manfro, também frisou a excelência do Rio Grande do Sul na área. “Estamos em um patamar igual ou até melhor do que os principais países e é um desafio nosso manter esse nível”, afirmou.

Série histórica transplantes RS:

2015 – 2.274
2014 – 2.075
2013 – 1.673
2012 – 1.750
2011 – 1.725
2010 – 1.422
2009 – 1.239
2008 – 1.217
2007 – 1.341
2006 – 1.404
2005 – 1.216
2004 – 1.133
2003 – 1.071
2002 – 1.052
2001 – 1.002
2000 – 664

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