Mundo | 10 de março de 2014

Mortes por Alzheimer podem estar sendo subestimadas

Atestados de óbitos podem estar negligenciando a doença
Mortes por Alzheimer pode estar sendo subestimado

Em menos de 40 anos, o número de pessoas com Alzheimer triplicará. A estimativa é de um estudo publicado no final de 2013 pela Alzheimer’s Disease International, federação internacional que reúne organizações destinadas a estudar e apoiar pacientes de demência, sendo o Alzheimer a mais comum.

Conforme o estudo, existe atualmente cerca de 44 milhões de pessoas que sofrem desse mal. A quantidade deve aumentar para 76 milhões já em 2030 e para 135 milhões em 2050. Os países em desenvolvimento (entre eles o Brasil) sofrerão maior impacto, tendo cerca de 71% dos casos. Um dos motivos para isso é que países em desenvolvimento estão expandindo a expectativa de vida, o que aumenta a quantidade de pessoas idosas. Países desenvolvidos já têm um número de idosos bem estabelecido e, portanto, não há mudança significativa.

Pesquisa indica que Alzheimer mata 1/3 dos idosos acima dos 75 anos nos EUA

Recentemente o Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago (EUA) estudou um grupo de 2.566 pessoas com uma média de idade de 78 anos. Elas foram submetidas a um teste anual para determinar se sofriam de alguma demência. Após oito anos, 1090 participantes morreram, sendo que 559 desenvolveram Alzheimer ao longo da pesquisa. O período médio entre o diagnóstico e o óbito foi de cerca de quatro anos, com o Alzheimer sendo confirmado, por autópsia, em 90% dos casos.

A pesquisa, publicada na revista científica Neurology, aponta para uma mortalidade quatro vezes mais alta entre o grupo que sofria de demência entre 75 e 84 anos, e cerca de três vezes superior entre aqueles com 85 anos ou mais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) ressalta que o Alzheimer, uma patologia crônica não transmissível,  é a forma mais comum de demência, representando entre 50% e 70% dos os casos no mundo.

Os pesquisadores acreditam que muitos atestados de óbitos determinam o infarto ou AVC como a causa da morte, porém esquecem de destacar a causa subjacente, a presença de demências como o Alzheimer.

 

VEJA TAMBÉM