Médicos alertam para o aumento dos casos de adenovírus
Os adenovírus são uma família de vírus associados tipicamente a doenças febris em crianças pequenas, por isto os pais precisam ficar atentos aos sintomas parecidos ao de resfriado
Confundido com os mais comuns tipos de viroses infantis que ocorrem pelas vias respiratórias, o adenovírus humano, vem preocupando pais e mães que visitam os consultórios de pediatria. Os médicos passaram a observar o aumento exponencial de casos, assim como os de outros vírus respiratórios, logo após o período de pandemia do coronavírus.
“Isso parece estar relacionado com o isolamento social, o uso de máscaras e o fechamento de espaços comuns, o que reduziu o contato com vários patógenos durante o período, levando a um “apagão imunológico” e aumentando a chance de contrair essas viroses”, avalia a médica Jade Pilar Ribeiro Dantas, do Corpo Clínico do Hospital Humaniza, pertencente ao CCG Saúde/Hapvida NotreDame Intermédica.
“Geralmente os sintomas respiratórios são os de resfriado, bronquite ou pneumonia, sendo comuns o aparecimento de febre, coriza, mal-estar, cefaléia, mialgia, otite, conjuntivite, amigdalite e aumento dos gânglios cervicais. É menos comum, mas os adenovírus podem causar também doenças gastrointestinais, oftalmológicas, geniturinárias e neurológicas”, explica a Dra. Jade, atentando para o fato de que em pacientes com imunidade comprometida o surgimento de complicações graves são mais frequentes.
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Doença recorrente
Em qualquer caso a atenção dos pais deve ser constante. Isto se justifica, uma vez que em especial nesta época do ano, ocorre um aumento da incidência dos quadros virais em crianças menores. “Estas epidemias ocorrem globalmente e são mais prevalentes em creches, escolas, hospitais e ambientes lotados”, afirma a médica. Existem dezenas de sorotipos de adenovírus conhecidos e a infecção por um deles garante anticorpos que protegem contra a infecção de um mesmo sorotipo apenas.
Tendo em vista que a maioria das doenças adenovirais é autolimitada e o tratamento é sintomático e de suporte, a Dra. Jade recomenda que o doente fique de repouso, evite contatos com pessoas de fora do círculo familiar e mantenha cuidados de higiene. No caso de crianças menores, a orientação é o afastamento escolar durante o período de doença.
A transmissão do adenovírus pode ocorrer por gotículas de aerossol, via fecal-oral e por contato com objetos contaminados. A lavagem de mãos é essencial para evitar a propagação do vírus e o uso de máscara também se demonstrou importante ferramenta para prevenção. Em ambiente hospitalar, os profissionais de saúde também devem usar vestimentas especiais de isolamento, como aventais e luvas, quando entrarem no quarto da criança.