Mundo | 22 de outubro de 2015

Instituição fará estudo do impacto de viver em ambientes fechados

Mayo Clinic avaliará quais aspectos mais influenciam a saúde
Instituição fará estudo do impacto de viver em ambientes fechados

A Mayo Clinic (EUA), um dos mais respeitados centros de saúde do mundo, está lançando um amplo estudo, que analisa os efeitos causados por uma vida passada, na maioria do tempo, em ambientes fechados.

Segundo levantamento de um artigo do portal Fast Company, os norte-americanos gastam apenas 10% do seu tempo em ambientes externos. “Isso é apenas cerca de duas horas e meia por dia que estamos respirando ar puro e sentindo o sol em nossos rostos. No resto de nossas vidas, estamos correndo entre nossas casas e empregos e uma variedade de outros locais fechados, como ginásio, shopping, supermercado ou restaurantes”.

Embora a comunidade médica regularmente diga que passar tempo ao ar livre é mais saudável, ainda não havia sido realizada uma análise abrangente sobre como, e em que medida, viver enclausurado afeta a saúde. Laboratórios especializados no sono têm feito pesquisas de ponta em relação aos efeitos do ritmo circadiano (ciclo de aproximadamente 24 horas, que influencia o relógio biológico do corpo humano). Cientistas também estudam como a exposição à luz artificial afeta a saúde. “Mas como tudo se encaixa? Como todos os materiais, cheiros, luzes e sons em nossos espaços interiores afetam nossos corpos e mentes?”, questiona o artigo.

A Clínica Mayo e a Delos (empresa imobiliária com ênfase no bem-estar), firmaram parceria para lançar o estudo mais ambicioso sobre como a vida “indoor” influencia o corpo humano e o cérebro. Para fazer isso, foi criada uma área de Bem Viver (Well Living), moderna unidade em Rochester, Minnesota, projetada para medir todos os aspectos de um espaço interior e acompanhar como isso afeta funções biológicas de uma pessoa.

Em um primeiro momento “parece como sala genérica que você veria em qualquer lugar”, segundo o texto. “A unidade foi configurado para criar uma sala de plano aberto com mobiliário desagradável, um quarto com uma cama de pelúcia, uma TV equipada com um console de videogame e uma cozinha. Os quartos podem ser facilmente reconfigurados para formar um escritório gigante, oito estúdios, 12 quartos de hotel, ou qualquer combinação de quartos necessários para diferentes estudos”.

Todos os aspectos dos quartos são monitorados de forma discreta, para que os participantes estejam em um ambiente mais próximo do natural. A cama contém sensores para determinar exatamente como uma pessoa está deitada e quanta pressão está sendo exercida sobre cada parte do corpo. Há câmeras em todos os lugares. A luz que entra pelas janelas são medidas de hora em hora. Até o ar é monitorado.

Atrás dos quartos, há um centro de controle onde os dados de todos os quartos são processados e onde cada parte do laboratório é gerenciado. “Isto permitirá que os cientistas repliquem exatamente os estudos ou modifiquem em pequenas coisas, para analisar novas nuances. Após os estudos, toda a informação recolhida será analisada ​​e transformada em relatórios”.

A Clínica Mayo está buscando, em comunidades locais, voluntários dispostos a serem “cobaias” para experiências diferentes. “Muitas pessoas envolvidas com a Mayo vêem como uma missão, contribuir para o aprofundamento da ciência médica”, comentou o Dr. Brent Bauer, diretor médico do laboratório. “Descobrimos que estudantes de medicina e funcionários da Mayo ficam geralmente felizes em participar de experimentos como este”, completou.

Também está sendo avaliada a possibilidade de que novos residentes que chegarem à unidade de Rochester, estejam dispostos a ganhar algum dinheiro para gastar dias ou semanas morando no laboratório, como se fosse um hotel ou um apartamento. Vale ressaltar que, segundo a equipe envolvida com o estudo, todos os participantes serão completamente informados sobre como o trabalho será feito.

A pesquisa deverá iniciar em 2016 e os resultados serão divulgados assim que estiverem disponíveis. Os dados poderiam ser úteis para a comunidade médica, mas também para as empresas do ramos de bem-estar focadas em criar casas, edifícios e demais ambientes que qualifiquem a saúde humana.

VEJA TAMBÉM