Estatísticas e Análises | 11 de janeiro de 2018

Febre Amarela: vacinação estendida para todo o RS

Secretaria da Saúde anuncia recomendação da vacina para 34 cidades do litoral gaúcho
Febre Amarela vacinação estendida para todo o RS

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul está recomendando a vacinação prioritária contra a febre amarela à população de 34 municípios do litoral gaúcho, que anteriormente não faziam parte da área de imunização e controle da doença.

A Secretaria informa que, com a medida, a vacinação será ampliada para todos os municípios do Rio Grande do Sul. A medida é uma estratégia preventiva diante do surto de febre amarela que atinge os estados de São Paulo, Rio de Janeiro Espirito Santo, Minas Gerais e Bahia.

De acordo com o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, a cobertura vacinal no Estado atinge, hoje, cerca de 70% da população. “Quem ainda não se vacinou pode procurar a unidade de saúde mais próxima da sua residência, de forma tranquila e sem pânico”, recomenda o secretário.

Gabbardo orienta que quem está planejando viajar para os estados com surto da doença faça a vacina dez dias antes da viagem. O secretário ressalta que quem já foi imunizado não necessita de uma dose de reforço.

Gestantes, idosos e imunodeprimidos devem avaliar com seu médico os riscos e benefícios da imunização. A vacina contra a febre amarela integra o Calendário Nacional de Vacinação e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde.

Confira os 34 municípios do litoral que passam a ser área de recomendação para Vacinação de Febre Amarela em 2018, no Rio Grande do Sul:

1) ACEGUÁ

2) ARROIO DO PADRE

3) ARROIO DO SAL

4) ARROIO GRANDE

5) BALNEÁRIO PINHAL

6) CANDIOTA

7) CAPÃO DA CANOA

8) CAPÃO DO LEÃO

9) CERRITO

10) CHUÍ

11) CIDREIRA

12) DOM PEDRO DE ALCÂNTARA

13) HERVAL

14) HULHA NEGRA

15) IMBÉ

16) JAGUARÃO

17) MAMPITUBA

18) MORRINHOS DO SUL

19) MORRO REDONDO

20) MOSTARDAS

21) PALMARES DO SUL

22) PEDRAS ALTAS

23) PEDRO OSÓRIO

24) PELOTAS

25) RIO GRANDE

26) SANTA VITÓRIA DO PALMAR

27) SÃO JOSÉ DO NORTE

28) TAVARES

29) TERRA DE AREIA

30) TORRES

31) TRAMANDAÍ

32) TRÊS CACHOEIRAS

33) TURUÇU

34) XANGRI-LÁ

Sobre a doença

A febre amarela é uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos). Os primeiros sintomas são inespecíficos, como febre, calafrios, cefaleia (dor de cabeça), lombalgia (dor nas costas), mialgias (dores musculares) generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente ocorre declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Em poucas horas – no máximo, um ou dois dias – reaparece a febre, a diarreia e os vômitos têm aspecto de borra de café. Em sua fase mais grave, pode causar inflamação no fígado e nos rins, sangramentos na pele e levar à morte. Para evitar a doença, o Ministério recomenda usar repelente em crianças a partir de 2 meses de idade e evitar usar perfume em áreas de mata.

Os casos de febre amarela no Brasil são classificados como silvestre ou urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo. A diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão. Na urbana, o vírus é transmitido ao homem pelo mosquito Aedes aegypti. Desde 1942 não é registrado nenhum caso no Brasil. Na silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus e os macacos são os principais hospedeiros; nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado.

Entre 2008 e 2009, o Rio Grande do Sul registrou 21 casos da febre amarela silvestre em humanos. “Desde 1999, é realizada a vigilância de mortes de macacos, com o objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença, pois a mortalidade destes animais pode indicar a presença do vírus em uma determinada região. Dessa forma, é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas, e também evitar a urbanização da doença, por meio do controle dos mosquitos transmissores nas cidades” informa a Secretaria.

Ministério da Saúde anuncia vacina fracionada no Brasil

Na terça-feira, 9 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou uma nova campanha de vacinação contra a febre amarela silvestre, que “fraciona” o estoque de vacina para atingir cerca de 19 milhões de pessoas e frear avanço da doença no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

A estratégia, já adotada em surtos da doença na África, pretende garantir que o governo mantenha estoques estratégicos no caso de novas crises, e vacinar um número grande de pessoas rapidamente. Porém, quem tomar a vacina fracionada precisará repetir a imunização novamente. A campanha acontecerá em 15 dias, entre fevereiro e março.

“Não sabemos a extensão do que vai acontecer com a febre amarela neste ano e, por precaução, estamos regulando nosso estoque para eventual necessidade. Se surgirem outros focos em outros Estados, teremos condições de cobrir”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Em 2017, surto da doença no Brasil

O Ministério da Saúde deu por encerrado  o surto da doença no Brasil no mês de julho de 2017. – o maior com número de casos em humanos desde 1980. Entre dezembro de 2016 e junho de 2017, foram confirmados 777 casos e 261 mortes pela doença no país. Porém, onze novos casos foram confirmados – oito em São Paulo, um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. Quatro pessoas morreram e outros 92 casos estão em investigação. Também foram confirmados 358 epizootias (casos em macacos).

Atualmente, a vacinação para febre amarela é recomendada e oferecida em 21 Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

* Com informações da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul e BBC Brasil. Edição do Setor Saúde.

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