Estatísticas e Análises | 25 de fevereiro de 2018

Febre amarela: primeiro caso confirmado no RS é importado

Último caso da doença registrado no estado ocorreu em 2010
Febre amarela primeiro caso confirmado no RS é importado

O Rio Grande do Sul apresentou o primeiro caso importado de febre amarela. Trata-se de um fotógrafo de 27 anos, residente em Jaguarão, que viajou em janeiro a Minas Gerais e sem histórico de vacina contra a doença, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do RS (SES/RS), que confirmou a informação na quarta-feira, 21 de fevereiro.

Em janeiro, o homem viajou a São Tomé das Letras, Minas Gerais, onde esteve em área de mata. No dia 27 de janeiro, retornou ao RS já apresentando febre, vômitos, edema e mialgia (dor muscular) e, no mesmo dia, foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário São Francisco de Paula, em Pelotas. Ele permanece hospitalizado, apresentando quadro clínico estável.

De acordo com a SES/RS, no dia 29 de janeiro foi coletado material do paciente para análises do Laboratório Central do Estado para dengue, malária e leptospirose, todos com resultado negativo. Uma quarta análise, para febre amarela, foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que teve a confirmação positiva no dia 21 de fevereiro.

“Técnicos da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Pelotas, e do município de Jaguarão já realizaram investigação no local de residência e de trabalho do paciente, sem detecção de focos do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença em áreas urbanas”, informa a Secretaria.

Histórico da doença no RS

O Rio Grande do Sul não apresentava casos confirmados de febre amarela desde 2010, quando foi registrado o último importado. Casos autóctones (contraídos dentro do estado) não são confirmados no RS desde 2009. De 1º de julho de 2017 a 20 de fevereiro de 2018, o estado teve 15 notificações da doença (6 foram descartados, 8 estão em investigação e 1 confirmado), de acordo com o Ministério da Saúde.

Entre 2008 e 2009, o Rio Grande do Sul registrou 21 casos da febre amarela silvestre em humanos. “Desde 1999, é realizada a vigilância de mortes de macacos, com o objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença, pois a mortalidade destes animais pode indicar a presença do vírus em uma determinada região. Dessa forma, é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas, e também evitar a urbanização da doença, por meio do controle dos mosquitos transmissores nas cidades”, informa a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul.

Recomendações da SES/RS

A SES/RS recomenda que a população mantenha atualizada a sua vacinação contra a febre amarela, prioritariamente para quem circula ou mora junto a áreas de matas ou tem previsão de viagem para esses lugares, dentro ou fora do Rio Grande do Sul. Quem já tomou ao menos uma dose da vacina já tem imunização suficiente para toda a vida, pois a vacina deixou de ter validade de 10 anos e passou a ser dose única. Em 2018, a Secretaria estendeu a recomendação da vacina para todos os municípios do RS.

Situação da febre amarela no Brasil

Na quarta-feira, 21 de fevereiro, o Ministério da Saúde (MS) atualizou os dados sobre a doença no Brasil. De 1º de julho de 2017 a 20 de fevereiro de 2018, o país confirmou 545 casos de febre amarela, sendo que 164 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 1.773 casos suspeitos, sendo que 685 foram descartados e 422 permanecem em investigação, neste período. No ano passado, de julho de 2016 até 20 de fevereiro de 2017, eram 557 casos confirmados e 178 óbitos confirmados.

O MS reforça a importância da vacinação da população dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo durante a campanha contra febre amarela. Dados preliminares apontam que, até o dia 19 de fevereiro, 5,1 milhões de pessoas foram vacinadas nos dois estados, sendo 4,7 milhões com doses fracionadas e 422,6 mil com doses padrão. “O número corresponde a 25,2% do público-alvo previsto no Sudeste. A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura”, informa o Ministério. O estado da Bahia iniciou a campanha em oito municípios, no dia 19 de fevereiro.

Com informações da Secretaria Estadual da Saúde do RS e Ministério da Saúde. Edição do Setor Saúde.
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