Estatísticas e Análises, Mundo | 21 de agosto de 2013

Expectativa de vida pode chegar a 120 anos em 2050

Pesquisa norte-americana mostra que a população se divide ao analisar a possibilidade de viver mais de um século
Expectativa de vida pode chegar a 120 anos em 2050

O avanço da medicina tem garantido mais qualidade e tempo de vida para a população. Estima-se que nas próximas décadas a população idosa crescerá vertiginosamente. Nos EUA, as projeções do US Census Bureau para 2050 apontam para uma pessoa com 65 anos ou mais para cada cinco americanos.

Com os atuais tratamentos na área da saúde prolongando a vida dos pacientes, a expectativa de vida humana pode chegar aos 120 anos em um futuro não muito distante, como acredita uma recente publicação da revista National Geographic. No entanto, uma parcela dos americanos não parece feliz com a perspectiva de viver tanto tempo, como mostrou estudo da Pew Research Center.

A pesquisa foi realizada entre março e abril de 2013 e contou com 2.012 norte-americanos de todos os 50 Estados do país. Foram analisados comportamentos relativos a envelhecimento, saúde, satisfação com a vida pessoal, possíveis avanços da medicina (incluindo a radical extensão da vida) e outras questões bioéticas.

Os entrevistados vêem a promessa de avanços biomédicos como algo mais perigoso do que vantajoso para a sociedade, caso as pessoas vivam mais décadas do que é possível atualmente. Ao serem perguntados se desejam se submeter a tratamentos médicos para retardar o processo de envelhecimento e viver até os 120 anos, a maioria dos adultos (56%) disse que não. Mas cerca de dois terços (68%) acreditam que outras pessoas assim fariam.

Não existe, atualmente, um método de retardar o processo de envelhecimento. Porém, estão em andamento trabalhos para desvendar os segredos do envelhecimento em universidades e laboratórios. Líderes religiosos, biólogos e filósofos refletem sobre a moralidade dessa extensão de vida radical.

“Ter mais pessoas idosas na população” é considerada uma coisa boa para a sociedade para 41% dos entrevistados, e para 47%, isso não faz muita diferença. Já 10% consideram a tendência como algo ruim. O público é cético sobre a equidade desses tipos de potenciais intervenções médicas. A maioria esmagadora (79%) acredita que “todos deveriam ser capazes de obter esses tratamentos se quiserem”. Mas dois terços pensam que, na prática, apenas os ricos teriam acesso.

Nos últimos 200 anos, os avanços em medicina, nutrição e saúde pública aumentaram substancialmente a expectativa de vida. Em grande parte, isso ajudou muitos bebês e crianças a chegarem à idade adulta. Hoje, os cientistas das principais universidades, instituições de pesquisa e laboratórios corporativos investigam maneiras para retardar ou reverter o relógio natural do envelhecimento humano, incluindo tratamentos de hormônio de crescimento, naturais ou dietas induzidas por drogas e terapias genéticas que procuram reduzir ou reverter os efeitos do envelhecimento. Até agora, nenhum destes métodos provou ser claramente eficaz.

Alguns dados da pesquisa realizada pela Pew Research Center:

– 81% estão satisfeitos com a maneira como as coisas estão indo em suas vidas hoje

– 56% esperam melhorar a qualidade de vida em uma década

– 23% acreditam que estarão com uma vida melhor depois dos 65 anos e 43% esperam estar, pelo menos, na mesma condição que atualmente

– 18% estão muito preocupados e 23% um pouco preocupados em relação aos recursos financeiros após a aposentadoria

– 57% não estão “muito” preocupados com o assunto

– 69% gostariam de viver até a faixa dos 79-100 anos

– 71% acreditam que em 2050 existirá cura para a maioria das formas de câncer

– 69% esperam que existam pernas e braços artificiais mais eficientes do que os naturais

– 63% consideram positivo o aumento da expectativa de vida

– 32% vêem o prolongamento como uma interferência do ciclo natural da vida

– 24% dos entrevistados confiam “muito” em novos medicamentos e tratamentos médicos

– 54% concordam com a afirmação de que “os tratamentos médicos nos dias de hoje valem os custos porque permitem que as pessoas vivam mais tempo e com melhor qualidade”

– 41% discordam e acham que os tratamentos atuais “muitas vezes criam tantos problemas enquanto soluções”

– 73% dizem que provavelmente ou definitivamente não será possível viver 120 anos até 2050

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