ESPECIAL: Hospitais adotam novas rotinas para garantir a segurança de seus pacientes e a sustentabilidade das instituições
Setor Saúde lança série em parceira com a FEHOSULA pandemia da Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) fez com que diversas rotinas fossem alteradas em todo o mundo. Na área da saúde, uma das consequências visíveis foi a suspensão das cirurgias eletivas e de consultas, com impactos para o caixa dos hospitais, mas também, para os pacientes. Segundo a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL), há um outro lado que precisa ser olhado: a saúde da população não Covid-19.
O Portal Setor Saúde, em parceria com a FEHOSUL, lança a partir do dia (27), uma série especial de entrevistas com gestores das instituições de saúde. Em cada matéria, serão abordadas as consequências deste novo cenário, que preocupa hospitais, médicos e pacientes.
Segundo a FEHOSUL, durante a pandemia, ocorreu a paralisação de muitos tratamentos dos pacientes com doenças crônicas e cuidados contínuos. Até mesmo a área da urgência e emergência, que se manteve aberta ininterruptamente para receber pacientes graves, sem sintomas relacionados ao Covid-19, teve queda acentuada de procura. Em alguns casos, segundo a entidade, a demora em procurar o hospital e cuidados hábeis, teve resultados trágicos para o paciente.
“É preciso ressaltarmos que existem lugares que nunca foram fechados durante a pandemia: os hospitais. O setor hospitalar sabe lidar, como nenhum outro, com a preservação de uma estrutura segura para os pacientes. Inegavelmente, se você é uma pessoa que precisa de cuidados, você está mais seguro dentro de um complexo hospitalar do que fora da instituição. A pandemia serviu para aperfeiçoarmos ainda mais os processos de controle de infecção e os nossos protocolos de segurança, assim como para estabelecer novos fluxos internos, separados conforme as suspeitas da patologia. O objetivo deste especial é apresentar para a sociedade as boas práticas que os hospitais estão adotando, ajudando a desmistificar o medo e as dúvidas em relação a ir ou não aos hospitais”, explica o presidente da FEHOSUL, médico Cláudio Allgayer.
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“O período inicial de suspensão das cirurgias eletivas, hoje já retomadas, serviu para que as instituições se organizassem para preparar suas estruturas para atender os pacientes com Covid-19. Por outro lado, a sociedade foi bombardeada com o movimento ´fique em casa´. Esta ação foi positiva por um lado, mas extremamente negativa para aquelas pessoas que sentiram, por exemplo, uma forte dor no peito, sudorese, tontura; sintomas típicos de um infarto, ou ainda com outras doenças graves e letais, como AVC, e que hesitaram em ir ao hospital. Notamos em todos os nossos hospitais, casos que se agravaram pela demora em procurar atenção rápida, especializada e segura. E vimos igualmente, relatos de situações em que pacientes, com medo de irem ao hospital, pararam os tratamentos contínuos, no controle de patologias crônicas, algo que nos preocupa muito, principalmente quando falamos de pacientes oncológicos e com doenças renais crônicas. Esta realidade é muito ruim e coloca em risco de vida parcelas significativas da população”, completa Allgayer.
Piora dos indicadores
No Rio Grande do Sul, a retomada das cirurgias eletivas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS) foi autorizada no dia 23 de abril, através da Portaria SES 274/2020. Mas mesmo assim, a medida não veio acompanhada de ações para demonstrar que a ida aos hospitais não causava maiores riscos. Por esta razão, a retomada pela população tem sido tímida.
“Os governantes de nosso Estado estão sendo exemplares no controle dos casos de Covid-19, tornando nosso Estado exemplo para o Brasil. Mas por outro lado, é importante abordarmos a necessidade de não piorarmos os indicadores em outras doenças, não negligenciarmos os demais, que são maioria”, completa Allgayer.
A série, segundo Allgayer, não é direcionada apenas para alertar os pacientes. “Ela é uma importante fonte para os gestores da saúde, que poderão ter acesso às boas práticas de hospitais que tentam retornar, aos poucos, à sua normalidade”, diz.
“Demonstraremos casos relatados que evidenciam o perigo em retardar a procura por atendimento por parte do paciente e apresentaremos um cenário individual sobre a queda sentida em cada hospital. É preciso, por outro lado, apresentarmos as medidas adotadas para garantir a segurança no ambiente de cada hospital, e conhecermos ações que os mesmos vêm trabalhando para se aproximar ainda mais de seus pacientes, através de ações de engajamento e comunicação com a comunidade”, detalha Allgayer.
Série especial: leia as entrevistas publicadas
Hospital Mãe de Deus estabelece novas rotinas para garantir atendimento seguro a todos os seus pacientes (27/05): Rafael Cremonese
Hospital de Caridade de Erechim vive nova realidade em meio à pandemia do coronavírus (28/05): Claudiomiro Carus
O perigo em não procurar o atendimento adequado no momento certo (Hospital Moinhos de Vento, 29/05): Luiz Antonio Nasi
Hospital Divina Providência e as ações para garantir a saúde dos pacientes não Covid-19 durante a pandemia (30/05): Willian Dalprá
Como o Hospital Tacchini vem atuando para garantir atendimento seguro a pacientes Covid e não Covid (31/05): Roberta Pozza
Conheça 6 protocolos do Hospital São Lucas da PUC-RS para garantir atendimento seguro aos seus pacientes (01/06): Leandro Firme
Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo alerta para que pacientes não interrompam seus tratamentos (02/06): Cristine Pilati Pileggi Castro e Júlio César de Bem.
Santa Casa identifica aumento significativo de complicações em pacientes não Covid-19 em função de procura tardia (03/06): Ricardo Kroef
Pacientes não Covid-19: Hospital Santa Lúcia ressalta riscos da procura tardia por atendimento (04/06): Fernando Pedroso
Diretora do Hospital Virvi Ramos de Caxias do Sul detalha impactos da pandemia (05/06): Cleciane Simsen
Hospital Conceição aponta queda de atendimentos de AVC e infarto durante a pandemia: (06/06): Rafael Ribeiro
Como o Hospital Clínicas vem atuando para atender pacientes Covid e não Covid com segurança (07/06): Brasil Silva Neto e Jeruza Neyeloff