Mundo | 11 de agosto de 2014

Depressão: dicas para diferenciar a doença de uma tristeza normal

Sintomas mais comuns incluem culpa, irritabilidade e um sentimento de infelicidade constante
Sintomas da Depressão

A depressão é uma doença que não se manifesta sempre da mesma forma. Cada pessoa reage de uma maneira a ela. Em alguns casos, são mais evidentes os sintomas emocionais (tristeza, desânimo, falta de interesse), assim como em outros pode aparecer de forma física (com dor, alterações no sono, falta de energia, fadiga). Consultar um médico é imprescindível quando uma pessoa apresenta um conjunto destes sintomas, que interferem de forma importante na vivência cotidiana.

Estar de mau humor ou triste são coisas normais da vida, principalmente quando se perde um ente querido ou é demitido do emprego, por exemplo. Nesses casos de estresse, os sintomas levam à chamada Depressão Situacional. A maioria das pessoas se recupera normalmente, embora possa demorar alguns dias ou até mesmo semanas. No entanto, é preciso atentar para quando os sintomas são permanentes e interferem na capacidade de viver normalmente, o que é considerada “depressão clínica”. Nesse caso, o paciente enfrenta uma doença grave que pode durar até anos.

A doença não deixa marcas aparentes, é impossível de ser diagnosticada por exames de imagem e, confundidos com uma tristeza normal, os sintomas podem passar despercebidos. Para entender melhor a doença, o site Everyday Health elaborou uma lista dos principais sintomas. Muitas pessoas descrevem a depressão como um “buraco negro”, uma sensação de apatia difícil de ser superada.

10 Sintomas da Depressão:

Tristeza. Sintoma que pode incluir a sensação de desespero e vazio. A pessoa, simplesmente não consegue controlar seus pensamentos negativos. A vontade de chorar é comum e surge sem motivo aparente.

Culpa. Pessoas com depressão grave podem sentir que são inúteis e impotentes, são muito auto-críticos e encaram a doença como um sinal de fraqueza.

Irritabilidade. Sintoma de depressão que gera irritação, ansiedade ou inquietação. Homens seriamente deprimidos frequentemente expressam a depressão através da agressividade ou comportamento imprudente.

Sintomas mentais. Dificuldade para se concentrar, tomar decisões ou lembrar detalhes podem ser sintomas de depressão. O doente sente que sua capacidade de raciocínio está diminuindo.

Sintomas físicos. Pessoas com depressão costumam ter dores no corpo, dor de cabeça ou problemas digestivos que não parecem ter qualquer outra causa médica.

Perda de energia. Semelhante aos sintomas físicos, o deprimido sente-se cansado o tempo todo, como se suas capacidades físicas estivessem se perdendo.

Perda de interesse. Sintoma comum, a perda de interesse em atividades prazerosas (como sexo, passatempos ou interações sociais) também pode aparecer como negligência às responsabilidades e aparência física.

Alterações do sono. Acordar muito cedo pela manhã, não ser capaz de dormir, ou dormir demais podem ser sintomas de depressão.

Alterações do apetite. Mudanças nos hábitos alimentares devido à depressão podem resultar em comer demais ou muito pouco. Um ganho de peso ou perda de mais de 5% do peso corporal em um mês é sinal de alerta. Algumas pessoas experimentam uma perda de apetite, enquanto outras usam a comida como uma forma de compensar os sentimentos de depressão.

Pensamentos suicidas. Ter pensamentos de auto-agressão é um sintoma grave de depressão e sempre precisa ser levada a sério. Se a pessoa está pensando em suicídio, precisa obter ajuda profissional imediatamente.

Caso alguns desses sintomas existam há semanas, é recomendável procurar ajuda médica. A depressão é a quarta principal causa de incapacitação em todo o mundo. De acordo com projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030 ela será o mal mais prevalente do planeta, à frente do câncer e de algumas doenças infecciosas.

Segundo estudo epidemiológico publicado na revista especializada BMC Medicine, 121 milhões de pessoas estão deprimidas, número quase quatro vezes maior do que o de portadores de HIV/Aids (33 milhões). Se considerado um período de avaliação de 12 meses seguidos, o Brasil lidera, entre os países em desenvolvimento, o ranking mundial de prevalência da depressão. Cerca de 18% da população que participou da pesquisa estava deprimida há pelo menos um ano, conforme dados de um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo que avaliou a prevalência de distúrbios psiquiátricos na região metropolitana da cidade, baseado em 5.037 entrevistas.

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