Mundo | 23 de janeiro de 2014

Crise no sistema de saúde da França

Reforma deverá implicar em cortes profundos no financiamento do setor
Médicos da França em greve contra novas medidas do governo

Com a necessidade de reduzir despesas o presidente francês, François Hollande, do Partido Socialista (PS)  iniciou o ano com uma nova visão – considerada ” liberal ” pelos analistas – focada na redução dos gastos estatais. Enquanto são elaboradas as reformas que ajudarão a reduzir o déficit da Previdência Social ( que gera custos que podem chegar aos 600 bilhões de euros), os custos da saúde pública, que continua sendo um grande gerador de gastos, começam a ser enfrentados com reações adversas de significativos contingentes da população.

Uma análise divulgada neste mês alerta que, se não forem efetuados cortes  no financiamento do sistema de saúde, os gastos vão crescer cerca de 3,8% ao ano. Para conter esse crescimento em 2,4% em 2014 (no ano passado o número ficou em 2,5%), o governo projeta medidas que reduzam em 2,9 bilhões de euros o investimento anteriormente previsto para o  ano.

“Os esforços devem ser contínuos e inabaláveis até, pelo menos, 2040”, adverte o relatório divulgado  pelo Conselho Superior para o Futuro do Sistema de Saúde francês. A Ministra da Saúde, Marisol Touraine, revelou que a Estratégia Nacional de Saúde direcionada a este foco está apenas na sua primeira etapa.

Segundo ela, o grande desafio será o “controle de gastos com saúde, que requer um trabalho pesado sobre o nosso sistema e sua organização, incluindo medidas em relação ao número de centros de saúde (2,7 mil)”, comentou a ministra em recente coletiva aos meios de comunicação. Se nada for alterado, o deficit do setor social em 2030 deve chegar a pouco mais de 4% do PIB francês, 14% em 2040, e pode dobrar até 2060.

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