Gestão e Qualidade | 30 de maio de 2014

Cremers defende opção de pagamento adicional para internação no SUS

Realizada audiência pública para autorizar pagamento de "diferença de classe”
Cremers defende opção de pagamento adicional para internação no SUS

O diretor do Cremers e conselheiro federal representante do RS no Conselho Federal de Medicina, médico Claudio Balduíno Souto Franzen, defendeu a possibilidade de pacientes do SUS internados em hospitais filantrópicos ou particulares conveniados com o sistema obterem internação em condições melhores (quartos individuais ou apartamentos ) do que as oferecidas pelo SUS (enfermarias) mediante pagamento opcional da “diferença de classe”.

O assunto foi discutido em audiência pública realizada no dia 26 de maio, em Brasília, e contou com a participação de 12 especialistas no assunto. O debate ofereceu aos ministros, subsídios para julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 581488, interposto pelo Cremers contra decisão da Justiça Federal da 4ª Região, desfavorável à pretensão da autarquia médica de restabelecer a prática, proibida desde 1991. Foi justamente esse recurso que levou o ministro Dias Toffoli a convocar a audiência pública.

Dr. Franzen ressaltou que o Rio Grande do Sul vive situação peculiar no atendimento médico, feito em sua maior parte em Santas Casas e demais entidades filantrópicas, além de hospitais privados. De acordo com o diretor, o valor pago pelo SUS é muito inferior ao custo real da assistência prestada, o que ocasiona o fechamento de hospitais e uma queda gradativa do número de leitos à disposição do SUS.

A situação do SUS não decorre da falta de médicos nem da falta propriamente de recursos financeiros à disposição do Ministério da Saúde, afirmou Dr. Cláudio Franzen. Segundo ele, dos R$ 9,4 bilhões disponíveis para investir no SUS em 2013, apenas R$ 3,9 bilhões (40% do total) foi repassado. Ele ressalta que o SUS real está muito distante do idealizado. “O acesso universal à saúde é direito do cidadão. Não pode ser cerceado por medidas administrativas. A rede (de hospitais filantrópicos e particulares) não pode ser sucateada para defender teses ideológicas desprovidas de comprovação prática”, alertou.

Após a audiência, o ministro relator Dias Toffoli informou que não há previsão de data para julgamento do RE 581488. O próximo passo na tramitação será a reunião dos elementos apresentados na audiência e o encaminhamento à Procuradoria Geral da República (PGR).

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