Estatísticas e Análises | 7 de junho de 2016

Contra o cigarro, a cor mais “feia” do mundo

Austrália e países europeus adotam escala de cor nas embalagens e outras medidas
Contra o cigarro, a cor mais “feia” do mundo

Se a indústria do cigarro usa cores chamativas e o belo design das embalagens para chamar a atenção do consumidor, por que os governos não poderiam fazer o mesmo para diminuir o consumo do tabaco? Em 2012 a Austrália contratou pesquisadores para identificar a cor mais adequada para desencorajar o tabagismo, utilizando-a nas embalagens. O país foi um dos primeiros a adotar regras extremamente rígidas que proíbem elementos chamativos no design das embalagens, deixando-as iguais entre as marcas, e agora, todas com a mesma cor.

Mais de mil fumantes participaram dos estudos durante três meses. A escala Pantone 448C obteve as reações mais negativas entre os entrevistados – cor marrom lamacenta que foi alternadamente descrita pelos entrevistados como “suja” e que remete à “morte”.

Pantone 448 C

Pantone é o nome da empresa que criou o sistema de cor utilizado em uma variedade de indústrias, principalmente na indústria a gráfica.

 

Após o uso de embalagens com esta cor desinteressante, os números de vendas têm mostrado sucesso inicial, indicando queda no consumo. Reino Unido, Irlanda e França já anunciaram que vão adotar a mesma escala de cor.

Outras ações começam a se tornar realidade na Europa, como a obrigatoriedade de se vender cigarros com caixas grandes, que deixem visível as imagens negativas do consumo, como doenças e pessoas padecendo.

As empresas têm agora um ano para vender totalmente o estoque velho e implementar as alterações. Uma série de processos judiciais está em discussão, atacando a legalidade das medidas impostas pelos países europeus. Mas ao que tudo indica, as grandes indústrias de cigarro estão perdendo o seu poder de persuasão também nos tribunais.

A aplicação do veto aos cigarros de mentol, por exemplo, começa no ano de 2020. As declarações promocionais como “este produto é livre de aditivos” ou “é menos prejudicial do que outras marcas”, serão proibidas. Aumentos sistemáticos nos valores dos produtos derivados do tabaco também são utilizados pelos governos, assim como reajustes no valor do imposto cobrado das fabricantes. As novas regras são uma tentativa de diminuir em 2,4 milhões o número de fumantes em toda a Europa.

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