Consulta pública avalia introdução de nova opção de tratamento para Doença Renal Crônica pelo SUS
Conitec abre Consulta Pública para avaliar a ampliação dos tratamentos disponíveis no SUS para pessoas com doença renal crônica, problema que atinge aproximadamente 13 milhões de pessoas no Brasil
A Doença Renal Crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública, por ser uma condição muito frequente e ter grande impacto para a vida dos pacientes e familiares, bem como para os sistemas de saúdes, desde suas fases mais precoces. Nesse sentido, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu uma Consulta Pública para que a sociedade em geral e os profissionais de saúde expressem a sua opinião a respeito da incorporação no SUS de novas opções de tratamento para DRC, condição que atinge aproximadamente 13 milhões de pessoas no Brasil [1,2].
Com mais opções de terapias disponíveis no sistema público, os médicos podem adotar protocolos de tratamento mais adequados a cada paciente, aumentando não só a sobrevida dos pacientes com DRC, mas também retardando a necessidade de diálise. As contribuições podem ser feitas até 09 de agosto, no site da Conitec.
“Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos adequados formam um tripé de conduta ideal para atenção à saúde renal. Do ponto de vista de saúde pública, quando um paciente recebe cuidados a partir dos estágios iniciais da doença, essa estratégia é benéfica para o indivíduo e muito mais inteligente para o sistema, que vai ser menos impactado financeiramente e estruturalmente, já que assim estamos evitando internações, diálise e até transplante”, ressalta o Doutor Carlos Eiji Koga, nefrologista.
“Ter acesso a estes novos caminhos é promover um cenário mais democrático nas escolhas disponíveis no SUS, onde o médico e paciente podem juntos definir o que faz mais sentido para cada caso”, comenta a gerente médica da AstraZeneca, Cinthia Montenegro.
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O que é a doença renal crônica?
Localizados na parte de trás do corpo, logo abaixo das costelas, os rins são essenciais para manutenção da vida humana, pois são responsáveis por filtrar e remover resíduos e excesso de água, ajudar a controlar a pressão arterial, estimular a produção de glóbulos vermelhos e manter a saúde óssea. Dessa forma, quando os rins não desempenham plenamente suas funções, pode haver repercussão em todo corpo, ocasionando sensação de cansaço e falta de energia, apetite reduzido, cãibras noturnas, pés e tornozelos inchados, pele seca e irritada, além de alterações na urina.
Quando o problema renal persiste por mais de três meses, o indivíduo pode estar com um quadro de DRC. Em geral, nos estágios iniciais a DRC tem poucos sintomas aparentes, e por isso, infelizmente, muitas pessoas são diagnosticadas muito tardiamente, quando as funções renais já se mostram bastante comprometidas e acaba sendo imprescindível a realização de diálise ou de um transplante renal [3].
Para o diagnóstico precoce, exames de rotina, como a dosagem de creatinina no sangue e de albumina na urina, são recomendados para pessoas com alto risco de desenvolver a DRC, ou seja, que apresentem pressão alta, diabetes, doença cardiovascular, histórico de doenças cardiovasculares e obesidade [3].
Para se ter uma ideia, segundo a última edição do Atlas da Federação Internacional Diabetes, publicado em dezembro de 2021, há mais de meio bilhão de pessoas com o diagnóstico de diabetes em todo o mundo e 44% desses pacientes desenvolvem a DRC [4]. Hábitos alimentares pouco saudáveis e sedentarismo também entram na lista de condições que podem desencadear ou agravar a doença.
Referências
1. Barreto SM, et al. J Epidemiol Community Health 2015;0:1–10.;
2. População brasileira Disponível em: Link Acessada em 14/07/22
3. Sociedade Brasileira de Nefrologia: Link
4. IDF Diabetes Atlas 10th edition: Link