Política | 20 de agosto de 2015

CNS lança “Carta à Nação” juntamente com outras entidades

Fórum permanente formado por representantes de diferentes setores da economia foi constituído
CNS lança Carta à Nação juntamente com outras entidades

A Confederação Nacional de Saúde (CNS) lançou no dia 19, quarta-feira, documento intitulado Carta à Nação, com sugestões para superar as dificuldades econômicas e políticas enfrentadas pelo país. O material é assinado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT), além da própria CNS, entidade representativa dos hospitais, clínicas, laboratórios e dos demais estabelecimentos de saúde no Brasil. A Fehosul (www.fehosul.org.br) é sócia da CNS (www.cns.org.br) e juntamente com seus Sindicatos Filiados, constituem o sistema confederativa de representação sindical que atua na defesa dos interesses dos prestadores de serviços de saúde gaúchos.

Em seu discurso, na solenidade de lançamento do movimento, o presidente da CNS, Dr. Renato Merolli, comentou a atual crise do Brasil e o fato do país conseguir lidar com as dificuldades e tentar resgatar sua credibilidade. “O Brasil está num momento difícil, a corrupção é o principal fator dessa crise, mas precisamos buscar formas de melhorar essa situação. Estamos juntos nesse fórum a favor do Brasil. As propostas apresentadas são para que a sociedade civil tenha um papel ativo na construção de um Brasil democrático”, comenta.

A carta pede ainda a sensibilidade de políticos eleitos para a implementação de uma agenda que abra caminhos para a superação de crises e para a recuperação da confiança dos brasileiros. Entre as estratégias defendidas no documento estão a reforma ministerial, a reforma tributária e fortes investimentos em infraestrutura junto à iniciativa privada nacional e estrangeira.

O presidente da OAB, Marcus Vinicius Coêlho, destacou que, com a publicação da carta, foi formado um fórum permanente de apresentação de propostas para que a sociedade tenha um papel ativo na construção da democracia. 

“Queremos um diálogo onde as ideias sejam realmente ouvidas e levadas em conta. Não um diálogo de faz-de-conta”, disse o presidente da OAB. “A disputa política não pode atingir o emprego dos brasileiros”, reforçou Coêlho.

O primeiro encontro do fórum está marcado para ocorrer no dia 9 de setembro e deverá contar com a presença de representação do Judiciário e do Ministério Público.

Leia a carta:

Carta à Nação

O Brasil se encontra numa crise ética, política e econômica que demanda ações imediatas para sua superação.
Independentemente de posições partidárias, a nação não pode parar nem ter sua população e seu setor produtivo penalizados por disputas ou por dificuldades de condução de um processo político que recoloque o país no caminho do crescimento.

É preciso que as forças políticas, de diversos matizes, trabalhem para a correção de rumos da nação. É uma tarefa que se inicia pelo Executivo, a quem cabe o maior papel nessa ação, mas exige o forte envolvimento do Congresso, Judiciário e de toda a sociedade.

Mudanças, respeitando-se a Constituição, se fazem necessárias.

Por um lado, é preciso dar força aos órgãos de investigação e ao Poder Judiciário para que, nos casos de corrupção, inocentes sejam absolvidos e culpados condenados. A corrupção não pode seguir como um empecilho para o desenvolvimento do país.

É preciso implementar, de maneira célere e efetiva, medidas para melhorar o ambiente de negócios no país, evitando o crescimento do desemprego ou o prolongamento da recessão.

Entre elas, destaca-se a necessidade de ampliação da segurança jurídica no país, com regras claras e cumprimento de contratos e obrigações, evitando que potenciais investimentos sejam perdidos.

A nação também precisa ser desburocratizada, facilitando o processo produtivo e garantindo um ambiente de negócios em que o Estado deixe de agir como um freio à expansão econômica.

É preciso que seja realizado um forte investimento em infraestrutura, em parceria com a iniciativa privada nacional e estrangeira, para retornar o processo de crescimento econômico.

Deve-se, ainda, reduzir imediatamente o tamanho do Estado, assegurando que o mérito e o profissionalismo sejam os critérios na escolha de servidores.

Também não é mais possível postergar a reforma tributária, que deve eliminar fontes de cumulatividade e garantir direitos aos contribuintes.

Noutro campo, também deve-se rever as regras de crescimento automático de gastos de modo a permitir a sustentabilidade dos investimentos em saúde e educação, e sem abdicar da necessidade de permanente inclusão de novos segmentos da sociedade brasileira no mercado de consumo.

Esperamos a sensibilidade dos políticos eleitos para a implementação de uma agenda que abra caminhos para a superação das crises e para a recuperação da confiança dos brasileiros.

Por fim, as entidades signatárias, com a publicação desta carta, formam um fórum permanente de apresentação de propostas para que a sociedade civil tenha um papel ativo na construção de um Brasil democrático e próspero.

Brasília, 19 de agosto de 2015.

 

OAB Nacional

Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Confederação Nacional do Transporte (CNT)

Confederação Nacional de Saúde (CNS)

 

Foto: José Paulo Lacerda

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