Empregabilidade e Aperfeiçoamento | 8 de janeiro de 2016

A cooperação (necessária) entre médicos e enfermeiros

Artigo aborda escalada de conflitos inter-profissional na realidade norte-americana 
A cooperação necessária entre médicos e enfermeiros

Em um artigo publicado no portal norte-americano Kevin MD, a anestesiologista Marjorie Stiegler (foto) escreve sobre a hostilidade inter-profissional na área da saúde. “Existe realmente uma escalada de conflitos no âmbito da prática e uma espiral de desrespeito, ou isso é apenas mais visível na era moderna dos comentários anônimos e mensagens virais on-line? Eu não sei ao certo, mas ultimamente, a discussão parece mais evidente para mim”, analisou a profissional que mantêm o blog http://www.marjoriestieglermd.com/.

Ela também aborda a relação pouco amistosa entre os próprios médicos. “Muitas vezes envolta em humor, este tipo de mentalidade é uma ameaça real, não apenas para satisfação pessoal e profissional, mas, possivelmente, para a segurança do paciente, uma vez que impede a comunicação aberta e a confiança mútua”. Esse tipo de atrito segundo ela, é relativamente comum. “Por que é necessário inferiorizar um grupo para afirmar o valor próprio de outro? Isso não faz sentido. A habilidade fala por si. Esta tática ruim/bom é desnecessária e reflete negativamente sobre aqueles que a criaram”.

“Medidas de qualidade, conhecimento e habilidade de qualquer indivíduo caem no emaranhado da máquina da experiência perioperatória (termo usado para o período de tempo que vai desde que o cirurgião decide indicar a operação e comunica ao paciente até que este último retorne, depois da alta hospitalar, às atividades normais). É difícil fazer essa medição”. Os pacientes são complexos, aparecem com uma série de problemas pré-existentes – alguns conhecidos, outros diagnosticados na consulta –, podem se submeter a uma cirurgia rápida ou demorada, simples ou complexas, e recebem cuidados de, provavelmente, em torno de 20 médicos diferentes durante a sua internação, os quais são bem treinados e bem-intencionados.(NR: a autora fala da realidade americana).

“Os pacientes às vezes são resistentes e se recuperam, mesmo quando cometemos erros, e outros às vezes se encontram tão debilitados que simplesmente não podem ser curados, mesmo se tudo for feito corretamente”. E até certo ponto, diz a autora, isso é irrelevante. “Eu não preciso de um estudo comparando um tipo de médico com outro, ou médicos e enfermeiros, para saber que todos nós somos dignos de respeito humano básico. Os farmacêuticos são importantes, como são os dentistas, outros terapeutas, assistentes, técnicos, e – ousamos dizer – os médicos também”.

Segundo a Dra. Marjorie Stiegler, “meu respeito pelos outros não é baseado em horas ou anos de treinamento, número de noites e fins de semana sacrificados, ou as iniciais depois de nossos nomes, mesmo que isso possa realmente ser diferente”. Ela ressalta que todos os profissionais da saúde têm seu devido valor. “Não é necessário marginalizar uns aos outros para ter orgulho do nosso próprio valor. Todos nós existimos para ajudar os pacientes, não para colocar os outros abaixo em algum tipo de batalha pela supremacia”.

O artigo conclui dizendo que é fundamental a união entre profissionais. “Eu trabalho para cuidar de pacientes com o melhor de minha capacidade. Eu não posso fazê-lo sem o resto de vocês, e de vez em quando, você não pode fazê-lo sem mim. Nós estamos todos juntos nisso. Vamos começar a agir como tal”, defende a anestesiologista.

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