Gestão e Qualidade | 28 de março de 2017

10 medidas importantes para a Segurança do Paciente

A tecnologia de informação em saúde (TI) está no topo da lista das questões de segurança do paciente
10 medidas importantes para a Segurança do Paciente

Pelo segundo ano consecutivo, a tecnologia de informação em saúde (TI) está no topo da lista das questões de segurança do paciente contidas no Relatório do Instituto ECRI para as Instituições de Saúde: Os 10 Quesitos mais Importantes para a Segurança do Paciente. A missão do ECRI (agência independente de investigação para a saúde) é contribuir para melhorar a segurança, a qualidade e a relação custo/efetividade no cuidado da saúde.

Este ano, a maior preocupação é o gerenciamento das informações de saúde no prontuário eletrônico. A terceira preocupação mais premente, a implantação e o uso de instrumentos de apoio à decisão clínica, também está relacionada com a tecnologia de informação. O Instituto ECRI elaborou a lista de questões de segurança na saúde a partir de dados obtidos das organizações de segurança do paciente (Patient Safety Organizations – PSO).

Para abordar as ameaças à segurança dos prontuários eletrônicos, o Instituto ECRI encoraja os profissionais de tecnologia da informação, de gerenciamento da informação e os engenheiros clínicos a participarem dos programas de segurança, qualidade e gerenciamento do risco das organizações de segurança do paciente na saúde. Os usuários também devem compreender “a capacidade e os potenciais problemas” do seu prontuário eletrônico e comunicar suas apreensões sobre questões de segurança, de acordo com o relatório.

Em um recente estudo no Journal of the American Medical Informatics Association, no Texas, pesquisadores em informática identificaram 245 questões de segurança relacionadas com o prontuário eletrônico em um grande hospital terciário ao longo de um período de oito meses. Estas questões responderam por 7% das preocupações discutidas nas reuniões de segurança do hospital.

O Instituto ECRI critica o subaproveitamento dos instrumentos de suporte à decisão clínica que, segundo a instituição, podem resultar em agravo ao paciente. A supervisão feita por equipe multidisciplinar e o treinamento dos usuários finais no uso adequado do suporte à decisão clínica poderiam melhorar a situação.

Os problemas referentes a laudos e resultados de exames, e o acompanhamento dos mesmos, podem estar vinculados à complexidade do processo de solicitação de laudos dos exames e à fragmentação do trabalho que costuma decorrer desta complexidade, diz o relatório. O instituto sugere que as organizações analisem os seus sistemas de laudos e resultados de exames e monitorem a eficácia deles em promover um acompanhamento satisfatório.

Responsabilizar os médicos pelas prescrições é a chave para o monitoramento da administração de antimicrobianos. O relatório do Instituto ECRI também deixa claro que “as organizações também podem ensinar os pacientes, os familiares e o público em geral sobre o tema”.

Dos 7.613 eventos de segurança relacionados com a identificação do paciente analisados pelo Instituto ECRI, cerca de 9% resultaram em agravos ao paciente, incluindo mortes. As iniciativas de identificação dos pacientes devem recrutar tanto os profissionais da equipe clínica quanto os de outros setores, e devem demandar aos membros da equipe que identifiquem as barreiras a um processo de identificação seguro. Além disso, mostradores eletrônicos, faixas de identificação do paciente e sistemas de código de barras podem ser usados para corroborar este processo.

Os erros na administração de opioides, como outros tipos de erros de medicação, costumam estar relacionados com a cultura e o volume de trabalho da instituição, observa o relatório. É possível implantar melhores práticas para os processos que exigem identificação do paciente, compra de medicamentos, colocação de etiquetas de identificação, utilização de sistemas de gerenciamento clínico por código de barras e dupla verificação independente.

Questões de saúde mental podem passar despercebidas nos setores de atendimento de urgência, fazendo com que as necessidades dos pacientes não sejam contempladas, observa o relatório. O Instituto ECRI encoraja as instituições de saúde a avaliarem todos os pacientes para que os profissionais possam determinar as necessidades deles em termos de saúde mental. Os profissionais de saúde também devem ser capacitados para reconhecer os primeiros sinais de problemas de saúde mental e para responder nestes casos.

Apesar de numerosos estudos mostrarem as relações entre a prevenção de erros e a cultura de segurança, muitas instituições ainda têm “sistemas ou processos organizacionais inadequados para aperfeiçoar a segurança e a qualidade”, diz o relatório. O Instituto ECRI destaca a importância da adoção de estratégias proativas para examinar os protocolos, identificar o que pode sair errado, e aprimorar todo o processo a fim de torná-lo menos sujeito ao erro. As lideranças na saúde também devem apoiar uma “cultura justa” com ênfase no aprendizado em vez da crítica, conclui o relatório.

Veja a lista completa da lista das questões de segurança do paciente no Relatório do Instituto ECRI:

 1. Gerenciamento da informação dos prontuários eletrônicos.

2. Deterioração clínica do paciente não identificada.

3. Implantação e utilização de suporte à decisão clínica.

4. Emissão e acompanhamento de laudos e resultados de exames.

5. Monitoramento para a administração de antimicrobianos.

6. Identificação do paciente.

7. Administração e monitoramento de opioides nos quadros agudos.

8. Questões de saúde mental em outros ambientes de saúde (não voltados para a saúde mental).

9. Indicação e posologia dos novos anticoagulantes orais.

10. Inadequação dos sistemas ou processos organizacionais de aperfeiçoamento da segurança e da qualidade.

*Texto com informações da: Medscape

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