Mundo, Tecnologia e Inovação | 27 de julho de 2015

Pesquisa internacional desvenda potencial cura do Parkinson

Tratamentos comuns para malária podem ativar uma classe de proteínas para combater o Parkinson
Pesquisa internacional desvenda potencial cura do Parkinson

Uma equipe de cientistas da Nanyang Technological University (NTU) de Cingapura e do McLean Hospital, da Harvard Medical School, anunciou uma descoberta médica que pode melhorar milhões de vidas. Medicamentos anti-malária já existentes, teriam a capacidade de tratar o Mal de Parkinson.

A doença degenerativa fatal que afeta o sistema nervoso central e leva as pessoas a perder o controle de movimentos motores atinge entre sete e 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente, não há cura conhecida.

Após triagem mais de mil medicamentos aprovados pela FDA, os cientistas descobriram que a cloroquina e a amodiaquina, dois tratamentos comuns para malária, poderiam ligar e ativar uma classe de proteínas (Nurr1) no cérebro  para combater o Parkinson. Estas proteínas protegem a capacidade do cérebro de gerar neurônios de dopamina, que são essenciais para o movimento dos músculos do corpo. Os pacientes com essa doença gradualmente cessam a produção de neurônios de dopamina, perdendo o controle motor.

Em testes de laboratório a equipe descobriu que, ativando Nurr1, os ratos com Parkinson pareciam ter seus sintomas aliviados. “Apoiado por várias linhas de evidência científica, a Nurr1 é conhecida por ser um alvo potencial da droga para tratar o Parkinson. Apesar dos grandes esforços de empresas farmacêuticas e universidades, ninguém havia conseguido encontrar uma molécula que se ligasse diretamente a ela para ativá-la”, salientou o professor Kwang-Soo Kim, do McLean Hospital.

“Nossa pesquisa mostra que as drogas existentes podem ser reutilizadas para tratar outras doenças e uma vez que vários medicamentos potenciais são encontrados, podemos redesenhá-los para serem mais eficazes na luta contra suas doenças-alvo, reduzindo efeitos colaterais”, considerou Yoon Ho Sup, pesquisador da NTU.

O tratamento atual para a doença foca em reabastecer os níveis de dopamina através de medicação ou procedimentos cirúrgicos, mas enquanto esses métodos melhoram a mobilidade dos pacientes em fase inicial, o mesmo não ocorre para retardar ou parar a doença, explicou o Dr. Kim. Os cientistas buscam, agora, melhores medicamentos para a doença, modificando a cloroquina e a amodiaquina com a esperança de realizar novos ensaios clínicos em breve.

 Ainda há um longo caminho para a oferta de medicamentos utilizando os “achados” desta descoberta, porém o avanço a partir da ativação da classe de proteínas Nurr1, diminui a distância prevista para a chegada de tratamentos efetivos.

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