Mundo | 2 de julho de 2014

França quer diminuir gastos da saúde substituindo medicamento para degeneração macular

Economia seria de 200 milhões de euros por ano
França quer diminuir gastos da saúde substituindo medicamento para degeneração macular

O governo francês, buscando cortar custos na saúde, informou que pretende autorizar a utilização do medicamento Avastin, da Roche, como tratamento para um tipo específico de doença ocular, substituindo outro fármaco, o Lucentis, comercializado em parceria pelas farmacêuticas Roche e Novartis e que custa cerca de 30 vezes mais.

O projeto de lei, se aprovado pelos legisladores franceses, permitirá que os médicos utilizem o Avastin como tratamento para degeneração macular relacionada à idade (DMRI) – uma das principais causas de cegueira entre os idosos. Se aprovada a medida, estima-se que a mesma poderia trazer economia anual para o Governo de pelo menos 200 milhões de euros. A votação será na próxima semana.

A Novartis disse que “rejeita fortemente” os planos do Ministério da Saúde da França, dizendo que poderia colocar os pacientes em risco já que o Avastin não é formulado para tratar tal patologia. Já a Roche lançou um comunicado alertando que decisões financeiras por organismos nacionais de saúde não devem comprometer a segurança do paciente.

Apesar de o Avastin não ser aprovado pelos órgãos reguladores da saúde como tratamento para a degeneração macular, ele funciona de forma semelhante ao Lucentis e custa cerca de 30 euros por dose na França contra os 900 euros cobrados por uma aplicação de Lucentis.

Ambas as farmacêuticas suíças têm enfrentado nos últimos meses investigações na França e na Itália por suspeita de práticas anti-concorrenciais (veja aqui).

No site da Anvisa, há uma conclusão sobre o tema, publicada em 2011, no que diz respeito à eficácia do uso de Avastin. Segundo o órgão regulador brasileiro “embora os produtos bevacizumabe (Avastin) e ranibizumabe (Lucentis) sejam diferenciados quimicamente, do ponto de vista terapêutico podem ser considerados alternativas equivalentes em eficácia, o que é atestado pelo intenso uso off label (uso ainda não aprovado por reguladores) do bevacizumabe (Avastin) intra-ocular no Brasil e no mundo”.

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