Mundo | 7 de abril de 2015

80 mil pessoas poderão morrer por causa das superbactérias

Estimativas do governo britânico sugerem que infecções podem aumentar exponencialmente nos próximos 20 anos
80 mil pessoas poderão morrer por causa das superbactérias

O governo britânico emitiu um alerta, dia 6, sobre a possibilidade de milhares de pessoas morrerem se ocorrer um surto de infecções resistentes a medicamentos. De acordo com o aviso, cerca de 80 mil pessoas podem perder a vida por causa das chamadas “superbugs”.

O relatório afirma que os tratamentos médicos modernos também podem ser fatais por causa da presença de micróbios super-resistentes à maioria dos antibióticos. Os profissionais de saúde estão preocupados com a existência de novas estirpes de vírus e bactérias que são resistentes aos antimicrobianos, resultando na ineficácia dos medicamentos antivirais e antibacterianos comumente usados ​​em hospitais e centros de saúde em todo o mundo.

Elaborado pelo Gabinete do Governo britânico, o material afirma que não havendo antibióticos que funcionem de forma eficaz, operações de cirurgia de rotina, e até mesmo menores, poderia tornar tais procedimentos de alto risco, levando a um tempo maior duração da doença e o aumento da mortalidade.

O estudo diz ainda que o número de infecções causadas por superbactérias pode aumentar exponencialmente nos próximos 20 anos: “se um surto generalizado viesse a ocorrer, poderíamos esperar que cerca de 200 mil pessoas pudessem ser afetadas por uma infecção bacteriana no sangue, que não poderia ser tratada de forma eficaz com as drogas existentes, e cerca de 80 mil dessas pessoas poderiam vir a morrer.”

Os líderes do Reino Unido estão trabalhando com parceiros globais para enfrentar este problema. Um aviso anterior também foi emitido por políticos e cientistas, sublinhando a necessidade de encontrar um tratamento eficaz para infecções deste tipo. De acordo com o primeiro-ministro britânico David Cameron, em declaração no mês de julho do ano passado, a  infecção por superbactéria é uma ameaça séria, podendo levar toda a comunidade de saúde “de volta para a idade das trevas da medicina.”

Bactérias e vírus resistentes aos medicamentos já são responsáveis pela perda de 50 mil vidas por ano nos Estados Unidos e na Europa juntos, como revelou o relatório.

O uso de antibióticos no Reino Unido está em ascensão. O The National Institute for Health and Care Excellence vem alertando os profissionais de saúde para controlarem a prescrição de antibióticos aos pacientes, e assim, ajudar a diminuir os riscos do aumento de casos de superbactérias.

EUA anunciou plano de combate

O governo americano anunciou no dia 27 de março um novo plano de cinco anos para travar a propagação de bactérias resistentes a antibióticos (ver aqui).

Um dos problemas se aloja no uso de antibióticos na criação de animais para o consumo humano.  A rede de fast food McDonald´s (ver aqui) e a Nestlé fizeram recentemente mudanças em suas políticas corporativas para coibir o uso de antibióticos ao longo das suas cadeias de suprimentos. Porém, são iniciativas isoladas e muitas empresas não têm se esforçado para promover mudanças na produção de seus alimentos.

VEJA TAMBÉM