Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 8 de novembro de 2021

Santa Casa de Porto Alegre realiza primeiro implante brasileiro de marcapasso sem cabos

Conectado diretamente ao coração, a abordagem é considerada revolucionária e não deixa cicatriz no tórax, explica o cirurgião Carlos Kalil
Santa Casa de Porto Alegre realiza primeiro implante brasileiro de marcapasso sem cabos, conectado diretamente ao coração

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre realizou no sábado (6), pela primeira vez no Brasil, uma nova abordagem em cirurgias de marcapasso, revolucionando a história dos implantes de marcapassos cardíacos no país.

A nova tecnologia, que não conta com eletrodos, foi implantada diretamente ao coração do paciente, através de um cateter inserido pela região da virilha, sem a necessidade de abrir parte da região do peito.

Segundo o cirurgião Carlos Kalil, responsável pela cirurgia, trata-se de uma importante mudança no tratamento de pacientes com marcapasso. “É um procedimento totalmente revolucionário, tanto em termos de tecnologia como de abordagem. O gerador do marcapasso passa a ser colocado diretamente no coração, por meio da inserção de um cateter introduzido na região da virilha”, explicou.

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“Não há mais a cicatriz no tórax, nem mesmo a marca visível ou física de um marcapasso sob a pele”

Na nova técnica, realizada em um paciente de 76 anos, além do marcapasso implantado ser 93% menor do que os convencionais, as restrições de mobilidade e as feridas pós-operatórias passam a ser praticamente inexistentes, acelerando a recuperação do paciente. “Não há mais a cicatriz no tórax, nem mesmo a marca visível ou física de um marcapasso sob a pele”, frisou o cirurgião.

Até então, como lembra Kalil, a abordagem tradicional da cirurgia de marcapasso no país é realizada com o implante de eletrodos no coração do paciente, que são introduzidos através das veias e ficam ligados a um gerador localizado logo abaixo da pele. “Essa é uma maneira muito tradicional, com um ótimo resultado, mas que em mais de 50 anos teve poucas mudanças, como vimos acontecer hoje”, ressaltou.

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Crédito das fotos: Vinícios Sparremberger

 



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