Santa Casa de Porto Alegre projeta investimento de R$ 118 milhões em 2025
Em entrevista ao portal Setor Saúde, Julio Matos fala sobre os desafios e conquistas em 2024, planos para este ano e analisa questões como gargalos a serem enfrentados pelo setor.
Com oito unidades em Porto Alegre e uma unidade em Gravataí, a Santa Casa de Porto Alegre vem trabalhando para promover uma série de modernizações em suas instalações e parque tecnológico, sem abdicar de iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento da eficiência operacional. “Assim como nos últimos anos, estamos priorizando a modernização de nossas instalações físicas, fundamentais para assegurar ambientes adequados e confortáveis para pacientes, familiares e profissionais. Além disso, haverá a aquisição de novas tecnologias, tanto médicas quanto administrativas. Essas tecnologias incluem equipamentos de ponta para diagnósticos e tratamentos, além de sistemas de gestão mais ágeis e eficazes. Juntos, esses investimentos devem totalizar R$ 118 milhões, permitindo que a Santa Casa siga acompanhando os avanços da medicina e oferecendo o que há de mais atual em alta complexidade”, anunciou o diretor-geral da Santa Casa, Júlio Flávio Dornelles de Matos.
Matos fez uma análise das dificuldades sentidas pelo Complexo da Santa Casa decorrente das enchentes ocorridas em 2024. E também pontuou as conquistas e reconhecimentos que as equipes de gestão e da assistência alcançaram no ciclo passado, em diferentes momentos. O diretor geral também reforçou a estratégia de ampliar os serviços para o público de convênio e particulares, principalmente a partir da inauguração do Hospital Nora Teixeira, em 2023. Ele detalhou ainda as diretrizes estratégicas da Santa Casa para 2025 e destacou que a instituição tem trabalhado em um plano robusto e integrado. Na parte final da entrevista, Matos analisa os gargalos que o setor segue tendo que enfrentar, tais como subfinanciamento do SUS e glosas injustificadas na saúde suplementar. Confira a entrevista completa.
Principais desafios e as conquistas mais relevantes de 2024
O IMPACTO DAS ENCHENTES
“A tragédia climática que o Rio Grande do Sul vivenciou ainda no primeiro semestre de 2024 trouxe desafios que exigiram ações rápidas e movimentos inevitáveis na Santa Casa, com impactos que perduraram durante todo o ano. Em maio, no início das enchentes, nos vimos diante da necessidade de reorganizar toda a dinâmica de trabalho para continuar garantindo o cuidado e tratamento aos nossos pacientes internados e os de maior gravidade que ainda viriam buscar auxílio, bem como para receber pacientes de outras instituições de saúde diretamente atingidas”, lembrou Matos.
“Somente na Santa Casa, em um dos momentos mais críticos, cerca de 1.200 colaboradores ficaram impossibilitados de exercer suas funções nas rotinas dos hospitais do complexo. Para se ter uma ideia, nosso quadro funcional conta com 10 mil profissionais e o déficit de colaboradores atingiu todas as áreas, em especial as de apoio, como copa, lavanderia e cozinha. Como meio de contornar a situação, contamos com uma rede de voluntários, em grande parte de profissionais da própria instituição, que em dias de folga e finais de semana se revezaram para atuar em diferentes setores. Foi um verdadeiro abraço coletivo que a Santa Casa recebeu dos seus próprios colaboradores, mostrando o quanto nossa missão em cuidar do outro e o sentimento de solidariedade estão presentes em cada um desses profissionais, reflexo do Jeito Santa Casa de Ser”, completou.
“E nosso olhar não poderia ser diferente quando entendemos a dimensão do impacto das enchentes na vida dos nossos colaboradores. Foram 735 profissionais diretamente atingidos pelas enchentes, com registro de importantes perdas materiais. Foi, então, que buscamos apoio da sociedade para ajudar a reerguer a vida de cada um deles. Em uma campanha que chamamos de “Abrace a Solidariedade” arrecadamos R$ 2,5 milhões em recursos financeiros, com contribuições de 1.151 doadores, tanto de pessoas físicas, quanto de empresas e instituições. Esses recursos viabilizaram a compra do que a gente intitulou de “Kit Lar”, personalizado de acordo com as necessidades de cada colaborador, composto por utensílios básicos e mobiliários essenciais para o dia a dia, como fogão, geladeira, sofá, mesa de jantar, colchão, guarda-roupas, entre outros.”
“Além disso, conseguimos distribuir durante todo o período, mais 3,6 mil peças de roupas, 1,2 mil cestas básicas, 1,6 mil kits de higiene, 1,1 mil botas de borracha, além de mais de 5 mil litros de água e de leite, entre outros itens. Mais uma vez, em meio à dor e ao sofrimento causados pelas enchentes, vimos de perto a comunidade se unir e demonstrar seu apoio e carinho aos nossos profissionais, que tanto se dedicam ao cuidado da saúde da população”, comemorou o diretor geral da Santa Casa de Porto Alegre.
“Também é preciso registrar que a instituição foi impactada pelo desabastecimento de água e energia, assim como boa parte da cidade, exigindo o abastecimento por meio de caminhões pipas e a instalação de geradores de energia. Por mais de duas semanas, recebemos diariamente cerca de 45 caminhões pipas, que permitiam o abastecimento de 50% da nossa necessidade, possibilitando os atendimentos essenciais. Foi esse cenário que nos obrigou a suspender os procedimentos eletivos, como consultas, exames e cirurgias. Somente na segunda quinzena de maio, com a retomada do funcionamento da estação de tratamento de água que abastece a região onde a Santa Casa está localizada, foi possível a retomada gradual desses atendimentos eletivos. Isso resultou em um impacto financeiro de 38 milhões, que quando somado ao nosso déficit SUS anual, na casa dos 150 milhões, tornaram nosso desafio ainda maior na busca de reduzir esse resultado.”
“Porém, mesmo com todos os desafios, temos orgulho do que conseguimos fazer. A Santa Casa não mediu esforços para manter a plenitude do processo assistencial e ainda conseguiu acolher pacientes de hospitais que precisaram fechar áreas, tanto de Porto Alegre como de outras cidades atingidas pelas enchentes, e também seguiu realizando exames de análises clínicas para outros laboratórios da cidade. Também cedemos o uso do nosso heliponto para que outras instituições pudessem receber pacientes e insumos emergenciais, viabilizando mais de 15 pousos no período mais crítico. Um verdadeiro movimento integrado para permitir que a sociedade não ficasse desassistida.”
HOSPITAL NORA TEIXEIRA: MATERNIDADE E CENTRO CIRÚRGICO
“Marcando um importante passo na operação do Hospital Nora Teixeira, após sua inauguração em outubro de 2023, a Santa Casa iniciou as atividades de novas áreas, como a maternidade, o centro cirúrgico e as últimas unidades de internação. A primeira delas, ainda em agosto, foi a inauguração do Centro Cirúrgico Família Celso Rigo, viabilizado pela doação de 14 milhões do empresário gaúcho. Com uma das estruturas mais modernas do país, o espaço conta com cinco salas cirúrgicas e dez leitos de recuperação, além de ambiência exclusiva, modernos recursos de arquitetura e alta tecnologia.”
“Também conta com salas equipadas com bisturi eletrônico ValleyLab, uma tecnologia que oferece maior segurança e melhor desempenho aos cirurgiões, sala de congelação para análise de patologia integrada ao bloco cirúrgico, acesso rápido à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um espaço para espera interna com box individualizado”, adicionou Matos.
“Já em outubro, entregamos para a sociedade a nova maternidade de Porto Alegre. Localizada no primeiro andar do Hospital Nora Teixeira, a Maternidade Santina De Carli Zaffari foi planejada e desenvolvida a partir dos mais modernos conceitos de bem-estar assistencial, unindo profissionais altamente capacitados e a mais alta tecnologia. Temos plena convicção de que entregamos uma maternidade diferenciada, que, assim como os demais serviços do Hospital Nora Teixeira, desempenha um papel fundamental para garantir a sustentabilidade e o atendimento do nosso propósito institucional.”
“Um projeto que nos enche de orgulho e que veio para oferecer uma atenção ainda maior às necessidades das pacientes, com uma suíte equipada com banheira e opções de parto humanizado, priorizando a presença do acompanhante em todas as etapas do processo. Não temos dúvida, que essa entrega representa um novo conceito em assistência ao parto, focando no conforto, bem-estar e segurança das gestantes e suas famílias”, projetou o diretor geral.
MODERNIZAÇÃO DAS UNIDADES ONCOLÓGICAS
“Dentro do plano de modernização da Santa Casa de Porto Alegre, inauguramos novas estruturas no Hospital Santa Rita, que é hoje o principal centro de atendimento oncológico no Rio Grande do Sul. Utilizando verbas de emendas de deputados e senadores da Bancada Federal Gaúcha e do Tribunal de Justiça (TJRS), foram investidos R$ 13,8 milhões em reformas estruturais, compra de equipamentos e mobiliário. Com isso, conseguimos trazer melhorias no Ambulatório, na Unidade de Quimioterapia, na Farmácia Oncológica e Unidade de Internação — espaços destinados ao atendimento do Sistema Único de Saúde.”
“No Ambulatório de Oncologia SUS foram reformados todos os 14 consultórios, proporcionando mais conforto aos pacientes, além de melhorias nas redes elétrica e hidráulica e no sistema de chamadas de enfermagem. Para a Quimioterapia SUS entregamos oito poltronas e quatro camas novas, um sistema de climatização central e mobiliário inteiramente renovado. Na farmácia, agora dispomos de uma terceira capela de preparação de medicamentos quimioterápicos – aumentando a capacidade de produção. E, dentro dessa mesma dinâmica, também realizamos investimentos em uma das unidades de internação do hospital Santa Rita que conta com 48 leitos para atendimento desses pacientes”, completou Matos.
RECONHECIMENTOS
“O ano de 2024 também trouxe cinco importantes reconhecimentos. O primeiro deles, que reforça nossa qualidade assistencial, foi a recertificação ONA III. Pelos próximos três anos, o complexo hospitalar permanece com o selo de “Acreditado com Excelência”, consequência do compromisso que a nossa Cidade da Saúde tem com o cuidado, a melhoria contínua, a segurança assistencial e a promoção da saúde, bem-estar e transformação na vida dos pacientes. Lembrando que essa certificação é concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), considerada a principal avaliadora de hospitais brasileiros e integrante da International Society for Quality in Health Care (ISQua).”
“O segundo, foi nosso reconhecimento como um dos cinco hospitais mais bem equipados do Brasil, ao lado de importantes centros de saúde de São Paulo. Os dados foram divulgados no HospiRank 2024, levantamento elaborado pela Global Health Intelligence (GHI), uma empresa norte-americana que realiza a análise de dados do mercado de saúde da América Latina. Fomos destaque por nossa infraestrutura avançada e a capacidade de realizar procedimentos de todos os tipos de complexidade. Também figuramos como a única instituição de saúde do Rio Grande do Sul a ocupar uma posição entre as cinco maiores estruturas de atendimento do país, liderando ainda como o hospital mais bem equipado da região Sul”, celebrou o diretor geral da instituição hospitalar.
“Outro importante reconhecimento veio com a conquista de mais um Prêmio ABERJE, promovido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Neste ano, fomos vencedores na categoria Marca, uma disputa que incluiu as instituições de toda a região Sul do país. Esse prêmio tem um valor especial por reconhecer o posicionamento e a reputação da nossa marca, um trabalho que vem sendo construído ao longo dos 221 anos da Santa Casa, mas que ganhou um olhar especial ao longo de todo o último ano. É fruto de uma atuação fundamentada na excelência assistencial e na transparência em todas as relações, o que reforça a credibilidade da instituição e amplia as conexões com o mercado. Sem dúvida, uma premiação que consolida todo esse trabalho e traduz a reputação, a força e a verdade da Santa Casa de Porto Alegre”, assinalou.
“Também fomos premiados com o melhor projeto do Rio Grande do Sul no Prêmio PMIRS Melhores do Ano 2024, promovido pela Project Management Institute (PMI). O projeto vencedor contempla a modernização estrutural do complexo, composta pela construção do Hospital Nora Teixeira, da Praça Alexandre Grendene Bartelle, da Rua Coberta e do novo sistema viário de passarelas. A entrega oficial disso tudo ocorreu no dia 19 de outubro do ano passado, quando completamos 220 anos, representando um marco de inovação e desenvolvimento institucional, somado à otimização dos processos dentro do complexo hospitalar e ao cuidado centrado no paciente. Uma conquista fruto de uma jornada colaborativa de diversos profissionais e setores da instituição que, com dedicação, excelência e profissionalismo, conduziram este projeto e marcaram mais um ciclo de crescimento da nossa instituição, sempre com um objetivo comum: proporcionar o melhor acolhimento aos nossos clientes.”
“E, ainda em 2024, a Santa Casa alcançou um marco importante com a conquista da certificação de Centro Avançado de AVC pela World Stroke Organization (WSO). A distinção reconhece o compromisso da instituição em elevar os padrões de tratamento para pacientes que sofrem de Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Com a certificação, a Santa Casa reforça seu compromisso com a excelência na área, destacando-se como referência nacional e internacional. O reconhecimento, concedido pelo comitê executivo da WSO junto à Sociedade Ibero-Americana de Doenças Cerebrovasculares (SIECV), atesta a qualidade da instituição no que se refere à estrutura, assistência e tratamento do AVC.”
PIONEIRISMO E INOVAÇÃO EM SAÚDE
“Na Santa Casa, temos o compromisso de transformar vidas por meio da inovação, e 2024 trouxe conquistas e avanços importantes. Fomos, por exemplo, pioneiros no Rio Grande do Sul ao realizar uma cirurgia de transposição uterina. Esse procedimento busca garantir a fertilidade de mulheres diagnosticadas com câncer na região pélvica e que realizam radioterapia durante o tratamento. Isso significa que, além de tratar, podemos oferecer novas possibilidades de futuro para as pacientes”, destacou.
“Outro avanço importante ocorreu no tratamento de hiperplasias benignas da próstata, com a realização da primeira embolização de próstata da instituição. Nessa mesma linha, tão importante quanto dar os primeiros passos é consolidar essas novas práticas. Foi o que conseguimos com cirurgia neuroendoscópica transorbital — uma alternativa aos procedimentos tradicionais para tumores na base do crânio, na qual podemos acessar e retirar tumores por meio de uma pequena incisão próxima à órbita ocular.”
“Utilizando tecnologia robótica, também realizamos uma cirurgia minimamente invasiva em uma menina de 7 kg e apenas 10 meses de vida. A correção de um cisto na bebê, dessa maneira, foi um feito inédito na instituição. Nesse campo, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, também realizamos a retirada de parte do fígado de um doador com o uso de robô para um transplante intervivos. A abordagem permite maior precisão durante o procedimento e uma recuperação mais rápida. Com o sucesso do transplante, fizemos a diferença na vida de um menino de três anos.”
“Também buscamos inovações na área de transplantes, capacitando nossas equipes e realizando nossas primeiras captações de tecidos musculoesqueléticos. Esse passo marcou o início de um trabalho que busca ampliar a oferta de ossos para transplante no Rio Grande do Sul e reforçar a instituição como referência para todos os tipos de transplantes.”
“Mas os avanços também tiveram grande impacto em áreas de gestão, mudando importantes processos da instituição. Somente em 2024, os projetos liderados pela área de inovação proporcionaram uma economia de mais de R$ 8 milhões e impactaram mais de 66 mil vidas, reafirmando o compromisso da instituição com a transformação digital e o cuidado humanizado. Entre eles, podemos destacar o aplicativo ‘Santa Casa POA’, que permite o agendamento de consultas e exames, oferecendo mais autonomia para os nossos pacientes”, classificou Matos.
“Também implantamos um portal de reconhecimento do Corpo Clínico, possibilitando analisar e mensurar a contribuição dos nossos profissionais; um projeto de economia circular, essencial para a gestão sustentável de resíduos têxteis; e um sistema para digitalizar e otimizar o processo de navegação do paciente realizado pelo Núcleo de Navegação da Santa Casa. Esses são alguns exemplos de soluções que impactaram diretamente a qualidade do atendimento ao paciente, fortalecem nossa gestão interna e reforçam nosso compromisso com a inovação em saúde.”
Investimentos estratégicos para 2025
“Para 2025, a Santa Casa está comprometida com investimentos estratégicos em diferentes áreas da instituição, incluindo desde a modernização de novas estruturas e a aquisição de novas tecnologias até um olhar ainda mais focado em ensino e pesquisa e na experiência do paciente. Todo planejamento faz parte do nosso compromisso em garantir uma assistência de excelência, inovadora e acessível.”
“Assim como nos últimos anos, estamos priorizando a modernização de nossas instalações físicas, fundamentais para assegurar ambientes adequados e confortáveis para pacientes, familiares e profissionais. Além disso, haverá a aquisição de novas tecnologias, tanto médicas quanto administrativas. Essas tecnologias incluem equipamentos de ponta para diagnósticos e tratamentos, além de sistemas de gestão mais ágeis e eficazes. Juntos, esses investimentos devem totalizar R$ 118 milhões, permitindo que a Santa Casa siga acompanhando os avanços da medicina e oferecendo o que há de mais atual em alta complexidade”, anunciou Matos.
“Entre os investimentos estão a reforma do Hospital Dom Vicente Scherer, a criação de uma nova Central de Material Esterilizado (CME), a aquisição de dois novos angiógrafos para os serviços de hemodinâmica; e as modernizações da UTI Central, localizada no Hospital Santa Clara, e do Bloco Cirúrgico do Pavilhão Pereira Filho. Neste último, também será instalado um robô para cirurgias de tórax, cuja aquisição foi viabilizada por uma doação dos irmãos Klaus e Frederico Johannpeter no valor de R$ 12 milhões. Além disso, teremos o início da Fase 2 das obras da emergência SUS do Hospital Dom João Becker, em Gravataí, ampliando o espaço para 1.416 m²”, detalhou.
“Nas áreas de ensino e pesquisa, vamos seguir ampliando nossa atuação. Elas são pilares essenciais para o desenvolvimento da saúde e o ano de 2025 será focado em fortalecer e promover novos estudos em âmbito nacional e internacional. Somente em 2024, o Centro Multidisciplinar de Pesquisa Clínica liderou 127 estudos patrocinados, sendo 47 deles iniciados ao longo do último ano. Alinhado a isso também está nosso trabalho permanente em atrair e formar talentos, com o fortalecimento de parcerias estratégicas com diferentes instituições de ensino, como La Salle, Unisinos e UFCSPA, além da nossa Escola Técnica, reforçando a Santa Casa como referência acadêmica e científica.”
“No que tange a eficiência operacional do complexo, 2025 também será um ano para otimizar recursos, processos e fluxos internos. Estamos revisando práticas de trabalho, implementando tecnologias integradas e promovendo capacitações contínuas para que nossas equipes possam entregar o melhor para os nossos pacientes, em todas as etapas de atendimento dentro da instituição. Nessa área, também teremos a conclusão dessa jornada digital, a partir de um ecossistema com diversas soluções integradas, que já iniciam na possibilidade de agendamento online, mas também incluem a otimização do prontuário eletrônico, ampliando a comunicação direta com equipes médicas. Isso tornará o atendimento mais ágil, transparente e personalizado, melhorando a experiência de todos os pacientes que passam por nosso complexo.”
“Esses investimentos são fundamentais não somente para reforçar nosso compromisso com a excelência em saúde, mas para nos mantermos à frente das demandas do setor e das expectativas da sociedade. E mais do que isso, eles são um passo decisivo no processo de construção de um sistema de saúde mais sustentável e inovador, mas principalmente centrado no ser humano”, reforçou o diretor geral da Santa Casa de Porto Alegre.
Estratégias para garantir a sustentabilidade econômico-financeira e esforços para aperfeiçoar a eficiência
“Nos últimos anos, nossa instituição tem adotado estratégias para garantir a sustentabilidade econômico-financeira enquanto preservamos nossa função social de atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O movimento mais significativo nesse sentido foi a inauguração, no final de 2023, da nossa nova unidade hospitalar, o Hospital Nora Teixeira, voltada para a prestação de serviços a pacientes de planos de saúde e particulares.”
“Ela se somou a um esforço permanente em fortalecer nossa capacidade financeira e, ao mesmo tempo, assegurar que continuemos cumprindo nosso compromisso de atender a todos com a mesma qualidade. Anualmente, os atendimentos SUS geraram um déficit de aproximadamente R$ 150 milhões, reflexo do subfinanciamento crônico do sistema público de saúde. Essa lacuna de recursos, infelizmente, é uma realidade conhecida e negligenciada pelos gestores públicos, o que nos levou a buscar soluções autossustentáveis para equilibrar nossas operações”, pontuou Matos.
“Por isso, a estratégia de ampliar os serviços para o público de convênio e particulares. É ela que permite diversificar nossas fontes de receita e compensar os déficits recorrentes do segmento SUS. Esse modelo híbrido possibilita que a instituição continue a expandir seu impacto social sem comprometer a sustentabilidade financeira. Além disso, ele reafirma nosso compromisso com a eficiência, a inovação e a responsabilidade com os recursos que gerimos. Seguiremos trabalhando para manter o equilíbrio entre nossa missão social e a saúde financeira da organização, sempre focados em oferecer serviços de excelência para todos os públicos que atendemos”, projetou.
“A gestão de agendamentos de cirurgias foi outro avanço essencial dentro da Santa Casa. Implementado gradualmente desde 2023, a plataforma FIN-X agora permite que todos os blocos cirúrgicos da instituição operem de forma digital, conectando de forma integrada os times de agendamento, autorizações, médicos e hospitais. Entre os resultados, já temos uma maior produtividade, com redução de 40% nos desperdícios de tempo relacionados ao agendamento, e ganho de dois agendamentos adicionais por dia. Essa solução representa um avanço não só na eficiência operacional, mas na experiência do usuário e na gestão dos processos cirúrgicos. Para os próximos meses, a expectativa é ampliar as funcionalidades da plataforma e incluir o agendamento de cirurgias SUS.”
“Os esforços ainda incluem a implementação e mudanças na gestão do Ciclo da Receita para que se possa garantir a sustentabilidade financeira da nossa operação. Trata-se de um trabalho desenvolvido por um comitê multidisciplinar para gerenciar as etapas relacionadas à geração e recebimento de receita dos serviços prestados. A partir dele conseguimos maximizar o fluxo de caixa da instituição, identificando oportunidades e propondo melhorias em todas as etapas do atendimento ao paciente, desde o agendamento e autorização prévia de uma consulta ou procedimento, até o pagamento final, aumentando a eficiência na cobrança, reduzindo desperdícios e tempos de recebimento”, detalhou o executivo.
As diretrizes estratégicas estipuladas para o ciclo 2025, em termos de gestão e assistência
“As diretrizes estratégicas da Santa Casa para 2025 tem como compromisso a excelência nos atendimentos, a sustentabilidade financeira e a expansão de serviços, com foco na experiência do paciente e na eficiência organizacional. Esses objetivos norteiam tanto a gestão quanto a assistência, buscando avanços integrados em áreas prioritárias”, indicou Matos.
“Entre os principais eixos estratégicos, destaca-se a consolidação da jornada do paciente, que inclui o redesenho de jornadas selecionadas e a adoção de uma ferramenta tecnológica para monitorar e avaliar os resultados obtidos. Essa iniciativa tem como objetivo tornar a experiência mais fluida, eficiente e personalizada.”
“A instituição ainda busca aperfeiçoar e expandir linhas de cuidado e serviços de relevância para a sociedade, contribuindo para ampliar o impacto social e a capacidade assistencial. Nesse contexto, também está a ampliação do volume de serviços destinados a pacientes de convênios e particulares. Estratégia essa que busca diversificar as fontes de receita da instituição, vital para compensar o déficit gerado pelo subfinanciamento da saúde pública. Outro ponto central é o aperfeiçoamento na gestão de protocolos clínicos, garantindo práticas baseadas em evidências e promovendo mais segurança e qualidade no atendimento.”
“Além disso, a elevação do grau de satisfação dos clientes, mensurada por indicadores como o NPS (Net Promoter Score), também será uma prioridade, refletindo o compromisso com a experiência do usuário e o alinhamento às melhores práticas do setor. São diretrizes pensadas essencialmente para consolidar o papel da Santa Casa como referência em cuidado humano e sustentável”, pontuou Matos.
“Outro ponto relevante é a criação de serviços de prevenção multidisciplinar, com destaque para a implantação de um serviço de check-up no Hospital Nora Teixeira. Além de incentivar e promover a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças, essa iniciativa está alinhada à crescente demanda por serviços de saúde que priorizem o bem-estar integral e preventivo.”
“A ampliação das receitas provenientes de ensino e pesquisa também é um pilar estratégico, com foco em fortalecer a posição da Santa Casa como referência acadêmica e científica. Isso inclui a expansão de programas educacionais, parcerias com instituições nacionais e internacionais e a promoção de novos estudos.”
“No campo da gestão, destaca-se o projeto de aperfeiçoamento das práticas de gestão de custos, com foco na eficiência operacional. Essa iniciativa prevê a revisão completa de todos os departamentos da instituição para identificar oportunidades de redução de desperdícios e otimização de recursos, garantindo uma operação mais sustentável. Isso inclui o mapeamento de processos a partir de ferramentas ágeis, com fluxos de trabalho automatizados; a implementação de uma área de produção hospitalar com o objetivo de de ampliar a atuação integrada entre todas as áreas envolvidas em um processo produtivo; e a criação de um núcleo de gestão do acesso, que atuará na convergência dos fluxos relacionados a gestão de leitos, agendamentos e autorizações, assegurando uma experiência de qualidade nos atendimentos da Santa Casa, bem como a sincronização e interoperabilidade da cadeia produtiva.”
“Além disso, a implantação de um programa de avaliação de desempenho para todas as áreas médicas, incluindo o corpo clínico e chefias, será essencial para garantir os altos padrões de qualidade já presentes na Santa Casa; mas agora com um alinhamento muito mais próximo aos objetivos institucionais. Essa medida também visa estimular e valorizar profissionais comprometidos e identificar áreas de desenvolvimento.”
“Trata-se de um plano robusto e integrado, que combina a expansão de serviços, o fortalecimento da gestão e o compromisso com a excelência assistencial.”
“Os principais gargalos e ineficiências que demandam atenção urgente dos governos e das organizações de saúde em 2025 não são novos”, diz Matos
Conforme o diretor geral da Santa Casa, “os principais gargalos e ineficiências que demandam atenção urgente dos governos e das organizações de saúde em 2025 não são novos. Alguns deles, inclusive, refletem desafios estruturais e operacionais que impactam gravemente a nossa sustentabilidade, começando pelo subfinanciamento do SUS.”
“Esse é um problema crônico e que a Santa Casa, assim como todas as instituições de saúde filantrópicas, precisa lidar diariamente. Mesmo com os avanços alcançados, a saúde pública brasileira ainda opera com recursos insuficientes, frequentemente mal distribuídos ou subutilizados. A alocação mais justa e eficiente desses recursos é crucial. Isso exige maior comprometimento dos gestores públicos em revisitar a defasagem das tabelas, bem como aumentar o orçamento da saúde. Mas mais do que isso, garantir que os investimentos cheguem efetivamente às áreas mais necessitadas.”
“A longa fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 600 mil pedidos de consultas represadas só no Rio Grande do Sul, também é outro assunto prioritário. Essa situação impede que milhares de pessoas acessem os serviços de saúde que necessitam. Somente aqui no Rio Grande do Sul, mais de 8,5 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS. Por isso, garantir que essas filas avancem é uma prioridade humanitária e de gestão. Para enfrentar esse problema, é essencial que os governos adotem parcerias com prestadores de serviços e realizem adequações no orçamento para priorizar o cuidado dessas pessoas”, entende Matos.
“Nesse cenário, outro ponto crítico está na Atenção Primária de Saúde (APS), que, apesar de ser a porta de entrada do sistema, carece de resolutividade em muitos casos. A falta de confiança da população na APS reflete problemas de estrutura e capacitação. É fundamental investir na qualificação das equipes e na ampliação da resolutividade dos postos de saúde. Quando bem estruturada, uma APS é capaz de resolver 85% das demandas apresentadas, como temos alcançado nas unidades de saúde que a Santa Casa administra em Porto Alegre, evitando encaminhamentos desnecessários para níveis mais complexos do sistema. Os gestores públicos precisam concentrar esforços para transformar a APS em um serviço confiável e eficiente. Isso reduzirá a pressão sobre outras áreas do sistema.”
“Na saúde suplementar, temos a criticidade envolvendo a situação do convênio IPE Saúde. As recentes mudanças de precificação não condizem com os custos reais dos prestadores de serviços, especialmente os hospitais de alta complexidade como a Santa Casa. É essencial renegociar as bases contratuais para assegurar a viabilidade financeira das instituições que atendem a esse convênio, garantindo que o padrão de qualidade seja mantido. E nessa mesma seara, entendemos fundamental que haja uma fiscalização mais efetiva por parte das autoridades reguladoras sobre essas práticas realizadas pelas operadoras de saúde, que comprometem a capacidade de investimento dos hospitais e, consequentemente, inibem maior qualidade assistencial.”
“Ainda no âmbito do sistema suplementar, há um problema crescente em relação à burocratização de processos, que se acentuou em 2024 e vem impactando a sustentabilidade dos hospitais. É preciso que exista uma fiscalização mais efetiva dos órgãos competentes sobre práticas abusivas das operadoras de saúde em relação aos prestadores de serviços. Além de glosas injustificadas, existem excessos de solicitações de autorização em todas as etapas de atendimento, o que atrasa todos os pagamentos. Esse fluxo financeiro prejudica severamente o equilíbrio das instituições, que precisam arcar com os custos do atendimento imediato e só recebem os valores devidos mais de 90 ou 120 dias depois, muitas vezes após anos, com processos demorados. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) precisa enfrentar essas questões com rigor em um trabalho conjunto com prestadores e entidades representativas, para equilibrar o sistema e garantir que os recursos cheguem de forma mais eficiente aos hospitais”, sugeriu Matos.
“Mas 2025 também é um ano para olharmos para dentro e trabalharmos para ampliar a eficiência operacional e identificarmos onde existem novas possibilidades. Essa é uma prioridade contínua que envolve o desenvolvimento e capacitação da força de trabalho, nosso ativo mais valioso; a revisão de processos e protocolos assistenciais, sempre alinhada com o mais alto nível de padronização, permitindo a redução de variabilidades e desperdícios. E não podemos esquecer das transformações digitais. O uso intenso dessas tecnologias tem o potencial de transformar profundamente a gestão e a assistência em saúde, promovendo maior eficiência, melhores desfechos clínicos e sustentabilidade financeira. Esse último tão crucial para a Santa Casa.”
“É preciso ampliar a integração de prontuários eletrônicos e ferramentas de análise de dados. Isso tudo permite diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados, além do monitoramento remoto de pacientes, especialmente os que vivem com condições crônicas. Além disso, a automação de processos administrativos e a digitalização de fluxos operacionais reduzem custos e minimizam erros. Porém, essa transformação digital exige superar desafios como a necessidade de sistemas interoperáveis, garantir a cibersegurança e promover a capacitação de todos esses profissionais.”
“E não podemos esquecer de um trabalho conjunto que envolve todo o ecossistema de saúde, público e privado. É urgente que se amplie o investimento na prevenção e promoção da saúde. A longo prazo, isso tem um impacto direto na sobrecarga do sistema de saúde. Para além de campanhas educativas, é preciso novos e eficientes programas de controle de doenças crônicas e políticas públicas efetivas nesse cuidado. Um desafio que, sem dúvida, demanda uma abordagem integrada entre governos, operadoras, prestadores e fornecedores, com políticas públicas claras, maior regulação, colaboração e inovação”, finaliza Matos.
PERFIL: Graduado em Direito, é advogado e especialista em Gestão Empresarial. Natural de Santiago, na região central do RS, exerce o cargo de Diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre desde 2015. Possui uma trajetória profissional com mais de 47 anos na instituição, onde integra a direção executiva desde 2005.
Também faz parte dos conselhos consultivos da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul). É ex-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Sem Fins Lucrativos do RS; ex-presidente do Sindicato dos Hospitais Filantrópicos do RS; ex-presidente do Conselho de Administração da OABPrev; e ex-diretor da Associação Comercial de Porto Alegre.
Número de unidades
Oito unidades em Porto Alegre e uma unidade em Gravataí.
Número de colaboradores
9.297 colaboradores. *dados de dezembro/2024
Serviços próprios oferecidos
Além de consultas médicas, internações, procedimentos cirúrgicos, procedimentos obstétricos, serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento, atendimento de urgência e emergência, a Santa Casa conta com serviços especializados: Instituto de Cirurgia Robótica, Instituto Materno-Fetal, Centro de Oncologia do Hospital Nora Teixeira, Centro de Cardiodiagnóstico, Centro de Tratamento da Obesidade, Centro Internacional de Arritmias – Instituto J. Brugada, Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), Centro Cirúrgico Ambulatorial, Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Núcleo de Cirurgia Plástica, Maternidade, Rastreamento de Câncer de Pulmão – Núcleo de Saúde Pulmonar, Centro de Tratamento da Dor, entre outros.
Especialidades de atendimento
A Santa Casa conta com unidades hospitalares especializadas em cardiologia e cirurgia cardiovascular, oncologia, neurologia e neurocirurgia, pediatria, pneumologia e cirurgia torácica e transplantes. Além disso, oferece atendimentos em mais de 50 especialidades, entre elas: cirurgia geral, cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia bucomaxilofacial e odontologia hospitalar, cirurgia de cabeça e pescoço, coloproctologia, cuidados paliativos, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, ginecologia e obstetrícia, mastologia, medicina nuclear, nefrologia, neonatologia, ortopedia e traumatologia, otorrinolaringologia, reumatologia e urologia, entre outras.
Acreditações e certificações
Acreditação ONA Nível III – Acreditado com Excelência (Hospitais Matriz/Porto Alegre).
2º hospital mais bem equipado do Brasil para receber pacientes, segundo ranking da Global Health Intelligence (GHI) – edição 2024.
Centro de Formação em Cirurgia Robótica da Santa Casa credenciado pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) – Único do Rio Grande do Sul.
Centro de Formação em Suporte à Vida certificado pela American Heart Association (AHA).
Laboratório de Análises Clínicas creditado pelo Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (PALC SBPC/ML).
Centro Avançado de AVC certificado pela World Stroke Organization (WSO).
Breve histórico, com ano de fundação
Pioneira em saúde do Rio Grande do Sul, a Santa Casa de Porto Alegre é um dos mais modernos complexos hospitalares do país. Formada por nove hospitais, celebrou 221 anos em 2024, consolidada como referência em medicina de alta complexidade, ensino, pesquisa, inovação, cultura, sustentabilidade e responsabilidade social.
Com um corpo clínico altamente qualificado, formado por mais de 500 médicos contratados e 2,5 mil credenciados, a Santa Casa se destaca por unir estrutura de alta qualidade, modernidade tecnológica e grande expertise técnica. Equipada com um parque tecnológico de última geração, atrai pacientes de todo o país e atualmente é responsável por mais de 1,5 milhão de atendimentos/ano, incluindo mais de 860 mil consultas médicas ambulatoriais, 64 mil internações e 67 mil procedimentos cirúrgicos, 180 mil atendimentos de urgência e emergência, além de 6,3 milhões de Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento (SADTs).
Também é certificada como hospital de ensino, atualmente com mais de 3 mil alunos/ano, e promove em suas unidades programas de Residência Médica e cursos de especialização próprios ou associados a diversas universidades e faculdades do Brasil. Desde 1961, é o Hospital Escola da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), responsável por 440 médicos residentes e 86 médicos estrangeiros em 62 programas de residência médica, 18 alunos em cursos de especialização (fellowship), 44 residentes multiprofissionais em quatro programas de residência multiprofissional e 200 doutorandos.
Um trabalho permanente que posiciona a instituição como um pilar fundamental tanto para o sistema público de saúde como privado do Brasil e consolida seu legado de oferecer assistência de qualidade para todos.