Mundo | 2 de agosto de 2013

Radioterapia aumentaria riscos cardíacos

Estudos indicam que pacientes sofrem complicações no coração cinco a dez anos após tratamento com radiação
radio

A radioterapia é uma importante aliada no combate a determinados tipos de câncer. A evolução dos tratamentos para chegar a diagnósticos precoces (como quimioterapia, cirurgias e imunologia) combinados com a radiação tem demonstrado eficiência no aumento de pacientes que ultrapassam os 10 anos de sobrevida após o tratamento. Porém, os benefícios trazem também a preocupação com a ligação com a Doença Cardíaca Induzida por Radiação (RIHD, na sigla em inglês), como mostram recentes estudos.

Suspeitas de que a radioterapia aumenta o risco de doença cardíaca já vêm sendo noticiados desde a década de 1970. O British Medical Journal, na época, em 1976, fez uma análise sobre o assunto e desconsiderou maiores preocupações. Contudo, foi na década de 1990 que as ocorrências – como câncer de mama, de pulmão e doença de Hodgkin – passaram a ser mais frequentes. Em 2007 a ASCO (sigla para Sociedade Americana de Oncologia Clínica) apresentou estudos sobre RIHD, afirmando que entre 10% e 30% dos pacientes tiveram complicações do gênero cinco a dez anos após o tratamento.

As publicações afirmam que a ligação entre a radiação e doenças cardíacas é clara. Oncologistas que optarem pela radioterapia devem verificar a saúde cardiovascular do paciente imediatamente após o tratamento e em curto prazo.

O coração é um órgão que sofre mais os efeitos da radiação, principalmente quando o tratamento envolve o tórax ou mediastino. Há chances de espessamento e calcificação de tecidos e artérias inflamadas. Aos pacientes, resta uma escolha delicada: a radioterapia e o risco futuro de sofrer com complicações cardíacas, ou evitar o tratamento e perder um forte combatente na luta contra o câncer.

A melhor notícia da pesquisa é que, com o aumento das preocupações a respeito sobre a RIHD ao longo das últimas décadas mudou a forma de aplicação da radioterapia, tanto em intensidade quanto com o uso de proteção para limitar a área do corpo exposta. Os especialistas acreditam que, com isso, já será possível notar uma diminuição de doenças num futuro próximo.

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