Gestão e Qualidade | 15 de agosto de 2023

Prática inovadora gera economia de R$ 291 mil no uso de antimicrobianos no Hospital Santa Cruz

"Esses resultados ressaltam a importância do Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos no uso racional de fármacos e seus impactos positivos na sustentabilidade financeira da instituição”, destaca o infectologista Marcelo Carneiro.
Prática inovadora gera economia de R$ 291 mil no uso de antimicrobianos no Hospital Santa Cruz

Profissionais do Hospital Santa Cruz (HSC) e estudantes do curso de medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) conduziram uma pesquisa que examinou os efeitos da abordagem Switch Therapy no uso de antimicrobianos. Sob a orientação de Rochele Mosmann Menezes, responsável pelo Serviço Clínico de Farmácia do Hospital, o estudo buscou avaliar os resultados dessa estratégia, que envolve a troca da administração intravenosa pela via oral de antimicrobianos.


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Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre microorganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição, sendo eficaz contra um amplo espectro de micróbios, como bactérias, mofo, fungos e até mesmo vírus. O seu uso transformou a prática médica, convertendo infecções anteriormente fatais em doenças tratáveis, reduzindo a mortalidade em pacientes com sepse grave ou choque séptico.

A prática médica inovadora desta pesquisa envolveu a criação de um protocolo institucional que estabeleceu critérios de elegibilidade e diretrizes para a troca de administração de antimicrobianos. Além disso, uma análise farmacoeconômica foi realizada para avaliar os custos e os benefícios dessa estratégia.


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De acordo com o estudo Pharmacoeconomic and Antimicrobial Stewardship analysis in Waste Management: beyond switching Drug Administration Route (Análise farmacoeconômica e de gerenciamento de antimicrobianos no manejo de resíduos: além da mudança na via de administração de medicamentos), entre 2019 e 2021 o Hospital Santa Cruz realizou 275 trocas na administração de antimicrobianos, gerando uma farmacoeconomia de R$ 291 mil. Além disso, a mudança para a administração oral contribuiu para evitar a geração de 170 quilogramas de resíduos hospitalares.

Os resultados do trabalho foram divulgados no periódico American Journal of Infection Control (AJIC), reconhecido como uma fonte de destaque em controle de infecções, epidemiologia, doenças infecciosas, gestão de qualidade, saúde ocupacional e prevenção de doenças. Com sede em Arlington, nos Estados Unidos, o periódico é o canal de publicação oficial da Associação de Profissionais de Controle de Infecções e Epidemiologia.

Os pesquisadores enfatizaram a importância de adotar abordagens inovadoras e cientificamente comprovadas para otimizar o uso de medicamentos, reduzir os custos e minimizar o impacto ambiental relacionado à administração hospitalar. “Esses resultados ressaltam a importância do Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos no uso racional de fármacos e seus impactos positivos na sustentabilidade financeira da instituição”, menciona o médico infectologista Marcelo Carneiro, um dos líderes do estudo.


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“É relevante observar que essa mudança na via de administração não comprometeu a segurança e a efetividade do tratamento dos pacientes e, além disso, demonstrou ser economicamente eficaz”, continua o médico. “Em 2022 e 2023 novos estudos estão sendo realizados, e o sucesso dessa iniciativa reflete o compromisso contínuo do Hospital Santa Cruz em buscar melhores práticas em medicina”, acrescenta. Também participaram da pesquisa a enfermeira Adália Pinheiro Loureiro, as farmacêuticas Mariana Portela de Assis e Vanessa Hermes e os acadêmicos de Medicina Henrique Ziembowicz, Fábio Balbinot e Isabela Frighetto.

    •  A farmácia promove o uso seguro de medicamentos, melhora os resultados e reduz os custos de assistência médica.


    •  A mudança de via intravenosa para a oral é uma intervenção significativa nos Programas de Gestão de Antimicrobianos.


    •  A mudança de via intravenosa para a oral é uma estratégia prática para prevenir infecções relacionadas a cateteres.

Conclusão: a conversão de terapia antimicrobiana intravenosa para oral resultou em economias significativas para as instituições de saúde, bem como na redução da geração de resíduos de terapia intravenosa.

 

 



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