Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Estatísticas e Análises | 13 de março de 2024

O impacto do sono na saúde global é tema do primeiro Grand Round de 2024

Evento promovido pelo Hospital Moinhos de Vento reuniu especialistas para debater a importância de uma noite bem dormida.
O impacto do sono na saúde global é tema do primeiro Grand Round de 2024-

Dormir bem – com qualidade e pelo tempo adequado – é um fator importante para a manutenção da saúde e da qualidade de vida. Por outro lado, cresce o número de pessoas com distúrbios do sono ou que dormem por períodos insuficientes. Para abordar esses temas, o Hospital Moinhos de Vento promoveu, nesta terça-feira (12), o primeiro Grand Round de 2024, intitulado “A otimização do sono para a saúde global”.


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O evento, que marcou o Dia Mundial do Sono, celebrado em 15 de março, contou com a presença do superintendente Médico da instituição, Luiz Antonio Nasi, e das médicas Simone Chaves Fagondes, especialista do Núcleo de Neurofisiologia do Hospital Moinhos de Vento, e Ana Caramori Krieger, professora de clínica médica no Departamento de Medicina, Neurologia e Genética do Centro Weill Cornell de Medicina do Sono, do Hospital Presbiteriano de Nova York.

“A American Heart Association incorporou a questão do sono como um fator de risco para eventos cardiovasculares. Isso significa que não é só tabagismo, sedentarismo, colesterol e outros aspectos que devem ser analisados. Temos que estabelecer na nossa rotina médica a avaliação dessa variável”, destacou Nasi, ao abrir o encontro.

O impacto do sono na saúde global é tema do primeiro Grand Round de 2024

Especialista em Medicina do Sono, Simone abordou as múltiplas dimensões do sono saudável. Para ela, isso não significa apenas a ausência de um ou mais distúrbios. É preciso avaliar a duração do sono, o momento no qual acontece ao longo das 24 horas do dia, sua eficiência ou continuidade e, no dia seguinte, o nível de atenção e de satisfação com o sono obtido.

“A ideia é essa: o sono saudável vai caminhar ao lado da saúde global. Precisamos trabalhar na promoção de atitudes saudáveis, atuar mais na prevenção do que na prescrição de medicamentos”, afirmou Simone.


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Duração do sono diminuiu nos últimos anos

Sono é vital, definiu a médica Ana Caramori Krieger, brasileira que atua nos Estados Unidos. Ainda assim, a população norte-americana reduziu em quase duas horas o tempo dedicado ao ato de dormir nos últimos 50 anos. De acordo com Ana, a média passou de nove para 6,7 horas diárias de sono naquele país. A queda mais acentuada se deu perto dos anos 2000, fato que a especialista associa à introdução dos dispositivos eletrônicos de mãos, como smartphones. O resultado dessa diminuição já tem acarretado outros problemas graves de saúde, mostrou Ana:

“A recomendação de tempo de duração de sono para adultos é entre seis e nove horas. Em paralelo à redução do sono, vemos um aumento na obesidade. Isso não é necessariamente causa e efeito direto, mas é uma correlação muito importante”.


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A média mundial de horas dormidas também é baixa, de cerca de 6,8 por noite – com uma hora a mais nos finais de semana.

“A privação do sono aumenta doenças mentais – depressão e ansiedade –, além de causar imunodeficiência, e problemas nos sistemas metabólico e cardiovascular. Somos um sistema integrado”, justifica Ana.

Para garantir uma noite de sono adequada, Ana recomenda preparar bem o ambiente: pouca luminosidade, redução de ruídos, temperatura mais baixa, e atenção para a ingestão de alimentos pesados e álcool antes de dormir. Embora causem a sensação de relaxamento, as bebidas alcoólicas são prejudiciais.

Apesar de todos esses cuidados, a médica relembrou que os distúrbios do sono são muito prevalentes e merecem atenção. Nos Estados Unidos, entre 20% e 30% da população sofre de insônia. No Brasil, um estudo de São Paulo revelou percentual semelhante: 32%. Já a apneia do sono afeta 20% dos homens norte-americanos (entre 5% e 10% das mulheres) e 32,9% dos brasileiros.

 



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