Política | 3 de julho de 2014

Municípios não utilizam R$ 89 milhões na saúde

Dinheiro ficou parado na conta de 52 prefeituras gaúchas  
Estudo europeu aponta melhoras na sobrevivência de pacientes com câncer

Recente relatório do Tribunal de Contas da União, identificou que R$ 89 milhões de recursos federais, que deveriam ser aplicados no setor saúde do RS, ficaram parados sem utilização em contas de 52 prefeituras.

O valor deveria ter sido utilizado em medidas como melhorias em postos para a Saúde da Família (R$ 3 milhões); pagamento de consultas, pequenas cirurgias e outros itens (R$ 14 milhões); compra de medicamentos de farmácia básica (R$ 22 milhões); e no Serviço de Atendimento Médico de Urgência – Samu (R$ 5,8 milhões).

O TCU entendeu inacreditável que a falta de aplicação de R$ 9,4 milhões no programa contra DST/Aids “se contrapõe ao fato de o Rio Grande do Sul ter apresentado a maior taxa de incidência de Aids do Brasil em 2010”. O Estado registra o maior índice do Brasil (37,5 novos casos para cada 100 mil habitantes). Da mesma forma, os gaúchos ocupam o primeiro lugar na taxa de mortalidade em função da Aids, com 13 óbitos por 100 mil habitantes.

O documento leva em conta dados municipais até o final de 2012. O dinheiro parado significa “não realização de ações de saúde” e “agravamento de situações de risco”. Embora possa ser usado em anos seguintes, a demora na aplicação desses valores acarreta prejuízos à população.

A situação é ainda mais grave em Porto Alegre. De acordo com o TCU, o saldo em 2012 para o programa contra a AIDS era superior às receitas e rendimentos do mesmo ano, o que sugere que nada foi aplicado. As receitas e rendimentos em 2012 para programa eram de R$ 2,03 milhões e, no dia 31 de dezembro do mesmo ano, quando o dinheiro deveria estar praticamente zerado, o saldo apresentado foi de R$ 2,05 milhões.

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