Gestão e Qualidade | 12 de junho de 2013

Moinhos é exemplo em modelo de investimento

Superintendente financeiro, Mohamed Parrini, fala como a instituição alcançou destaque internacional
Moinhos é exemplo em modelo de investimento

O modelo de investimento e a forma de compatibilizar qualidade, segurança e rentabilidade econômica do Hospital Moinhos de Vento (HMV) tem sido um ponto de destaque em nível nacional e internacional. Recentemente, o superintendente financeiro, Mohamed Parrini, ministrou palestras em importantes eventos, mostrando como a organização tem conseguido gerenciar o seu crescimento.

Tanto no Hospital Management Summit, fórum estratégico sobre gestão, inovação, planejamento e relacionamento que ocorreu em São Paulo, quanto no International Forum on Quality & Safety in HealthCare, em Londres (ambos em abril), Mohamed apresentou o case bem-sucedido da instituição. O planejamento estratégico do HMV, que se estenderá até 2014, deverá ter a aplicação de um total de R$ 320 milhões.

Para o portal Setor Saúde, o superintendente respondeu a alguns questionamentos e detalhou  o processo de investimentos do hospital, desde o planejamento, integração entre colaboradores e preocupação com a segurança do paciente.

Setor Saúde – O planejamento estratégico que está em curso engloba grandes investimentos e diversos projetos até 2014. Como a gestão tem conseguido trabalhar a cultura interna para a viabilização do projeto?

Dr. Mohamed – O projeto de expansão do Hospital Moinhos de Vento está diretamente relacionado ao cumprimento de sua missão e sua história na sociedade gaúcha e brasileira. Temos como compromisso o atendimento das necessidades de saúde da comunidade, e neste momento de crescimento dos beneficiários da saúde suplementar, temos a obrigação de conseguir atender a todos que nos procuram, mantendo nossa história de qualidade, segurança e inovação. Estamos alocando neste programa um robusto rol de investimentos, algo em torno de R$ 320 milhões, e contratando continuamente mão de obra de alto nível para suprirmos a demanda existente. O desafio, neste momento, é crescer melhorando. Nosso planejamento engloba ferramentas e projetos para o alinhamento de nosso Corpo Clínico, e transmissão da cultura da qualidade para os novos colaboradores. Nossa história deve ser preservada, olhando para o futuro. As ferramentas envolvem desde eventos externos, remuneração variável por metas individualizadas e coletivas, palestras, e canal de comunicação direta com a Alta Direção do HMV.

Setor Saúde – Quais os principais desafios que o modelo de investimento do hospital encontrou desde a sua concepção até o momento atual? E quais indicadores poderiam ser indicados como os mais marcantes no acompanhamento de todo o processo?

Mohamed – Os desafios dos hospitais privados no Brasil tem sido maiores ao longo do tempo, em função da migração dos clientes para o modelo de saúde de grupo e planos de saúde. Atualmente 90% das receitas dos hospitais privados são remuneradas diretamente pelas operadoras. Isto estabelece outro vetor na gestão, pois nos obriga a observar os movimentos ocorridos nas operadoras, buscando encará-las como parceiras, e atendendo aos espaços não preenchidos. Outro ponto importante é o planejamento. O momento da tomada de decisão para novos investimentos é chave para o futuro de uma instituição, e exatamente por isso requer um planejamento técnico, seja do ponto de vista econômico, quanto do estratégico. Todo modelo de investimentos necessariamente deve passar por uma análise madura de viabilidade econômica, e considerar além da demanda para os novos negócios, também o lucro operacional atual e futuro, para avaliar a capacidade de autofinanciamento da instituição. Todos os nossos indicadores de acompanhamento seguem diretamente a nossa Missão, que está principalmente relacionada a Cuidar de Vidas, a Segurança do Paciente, a Sustentabilidade da Instituição, e Inovação na Medicina.

Setor Saúde – A relação entre segurança do paciente, tecnologia e inovação são elementos que estão cada vez mais presente em hospitais de excelência. Quais foram os exemplos apresentados no evento realizado em Londres, e quais são os principais ganhos para o paciente e para a instituição?

Mohamed – O congresso é menos focado em tecnologias e muito focado na questão da Segurança do Paciente, que é justamente o tema principal deste Fórum. Todos os cases apresentados buscam demonstrar exemplos de sucesso neste sentido, nos dando soluções para Liderança de Equipes, Alinhamento do Corpo Clínico, Importância da Multidisciplinaridade, entre outros. Um conceito muito falado foi o “Triple Aim”. Esta ferramenta foi desenvolvida pelo Instituto IHI, na qual enfatiza que todas as estratégias das organizações de saúde devem buscar atender a três grandes dimensões, que são: melhorar de forma real a saúde do público atendido; melhorar a experiência do paciente atendido (incluindo qualidade, acesso, e satisfação); e controle dos custos envolvidos.

Setor Saúde – É possível fazer um paralelo entre a gestão hospitalar no Brasil e na Inglaterra após as discussões e trocas de experiências no International Forum on Quality & Safety in Healthcare?

Mohamed – A gestão da saúde na Inglaterra encontra-se em estágio muito avançado quando comparado a outros países. A saúde pública é um dos grandes ativos do governo do Reino Unido, mas é possível efetuar analogias interessantes principalmente na questão da Segurança do Paciente e seus desafios em integrar as equipes em todas as instituições do mundo. As dificuldades são comuns a todos, e as soluções também podem ser compartilhadas, como observado no Congresso.

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