Política | 20 de outubro de 2020

Ministério da Saúde anuncia aquisição de 46 milhões de doses da vacina Coronavac

Pasta prevê 186 milhões de doses de vacinas no primeiro semestre de 2021
Ministério da Saúde anuncia aquisição de 46 milhões de doses da vacina Coronavac

Ministério da Saúde anunciou a aquisição via Sistema Único de Saúde (SUS) de 46 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 Coronavac, desenvolvida em parceria internacional entre a biofarmacêutica Sinovac Life Science e o Instituto Butantan, até o final de dezembro de 2020. O anúncio foi feito nesta terça-feira (20), pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com os 27 governadores dos estados e Distrito Federal.

Além disso, o Ministério da Saúde anuncia a intenção de disponibilizar, no primeiro semestre de 2021, 186 milhões de doses de três vacinas – da AstraZeneca/Oxford, do programa Covax Facility (programa mundial da OMS de cooperação para acesso à vacina) e Butantan-Sinovac.

O Governo Federal confirmou que irá adquirir o imunizante após aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Instituto Butantan aponta que o potencial imunizante contra o coronavírus está em fase final de estudos clínicos no Brasil e se mostrou totalmente seguro nos testes realizados desde o final de julho.

Distribuição em 2021 pelo Plano Nacional de Imunizações

A expectativa é que a vacinação nacional possa iniciar em janeiro do próximo ano. Os detalhes sobre a inclusão da Coronavac no Plano Nacional de Imunizações (PNI) serão divulgados após a formalização do acordo.

Segundo Pazuello, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações, que há décadas garante o sucesso das campanhas nacionais de vacinação. “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, garantiu.

Fiocruz disponibilizará 165 milhões de doses em 2021

Além destas doses, a partir de abril, a Fiocruz deve começar a produção própria da AstraZeneca e disponibilizar ao país até 165 milhões de doses durante o segundo semestre de 2021. “Nossa estratégia prioriza a transferência de tecnologia – o que nos permitirá produzir as vacinas no Brasil”, destacou o ministro na reunião com os gestores estaduais.

Como a Butantan-Sinovac e a AstraZeneca estão em etapas avançadas de produção – ambas em fase III, quando são testadas em milhares pessoas – a previsão é de que a vacinação comece em janeiro de 2021. Para isso, no entanto, é importante ressaltar que elas devem ser liberadas pela Anvisa e ter eficácia e segurança garantidas – conforme preconiza o Ministério da Saúde. Primeiramente, profissionais de saúde e grupos de risco receberão as vacinas.

Vacina Butantan-Sinovac: investimento de R$ 1,9 bilhão

Além das vacinas já adquiridas previamente (AtraZeneca e Covax), o Governo Federal assinou protocolo de intenções para a compra de 46 milhões de doses da Butantan-Sinovac, após negociações com o Instituto Butantan. Para tanto, será editada uma nova Medida Provisória para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de R$80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan – o que auxiliará na produção da vacina.

O processo de aquisição terá continuidade após aprovação e registro do imunobiológico junto à Anvisa – conforme prevê o artigo 12 da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. No documento enviado ao Instituto Butantan, o ministro Pazuello também solicitou todos os documentos comprobatórios dos ensaios clínicos já realizados e daqueles em andamento referentes à Vacina Butantan-Sinovac.

Rio Grande do Sul: vacinação antes do inverno

Por videoconferência, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, recebeu a confirmação da compra e da distribuição pelo governo federal das primeiras doses de vacina a partir de janeiro de 2021. Do seu gabinete no Palácio Piratini, junto da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, Leite destacou a importância da liderança do Ministério da Saúde para garantir, dentro do programa nacional de imunização, vacina para todos os Estados.

“O governo federal tem sido bastante leal, correto, republicano no tratamento dessa questão. Não há e nem pode haver uma disputa entre os Estados sobre quem vai comprar (doses de vacina) na frente. Não faz sentido nenhum que, em um país como o nosso, haja disputa entre Estados por aquisição de vacinas. O Ministério da Saúde deve liderar, organizar e fazer a aquisição e a distribuição dessas vacinas, que temos expectativa já para o mês de janeiro”, afirmou o governador Leite ao final do encontro.

rs vacina covid

“O governo do RS já está se antecipando para fazer a aquisição de materiais como seringas e agulhas, e também a organização de espaço para o armazenamento dessas vacinas dentro desse programa nacional de imunização. O nosso governo está comprometido em garantir todas as condições de vacinação para a população gaúcha”, afirmou Leite.

A expectativa do RS é iniciar a vacinação ainda durante o primeiro trimestre de 2021, o que daria tempo para começar a imunizar parte da população antes do próximo inverno.

“A reunião de hoje foi muito boa e, agora, aguardamos pelo planejamento, que ainda está sendo montado pelo Ministério da Saúde, em relação à cobertura vacinal e quais serão os grupos prioritários, porque isso depende ainda de estudos e, especialmente, da quantidade de doses disponíveis que serão adquiridas”, ressaltou a secretária Arita.

Nove vacinas estão na última fase de testes no mundo

Existem atualmente nove vacinas candidatas contra a Covid-19 em testes de Fase 3 (a última fase antes da aprovação).

AstraZeneca/Universidade de Oxford  – em teste no Brasil

Sinovac Biotech (China), conhecida como CoronaVac – em teste no Brasil

BioNTech (Alemanha), Pfizer (Estados Unidos) e Fosun Pharma (China) – em teste no Brasil

Gamaleya Research Institute (Rússia), conhecida como Sputnik V – o Paraná entrou em acordo e fará testes com a vacina

Janssen Pharmaceutical Companies (Bélgica), da farmacêutica Johnson & Johnson – em testes no Brasil

Sinopharm (China) e Wuhan Institute of Biological Products (China)

Sinopharm (China) e Beijing Institute of Biological Products (China)

Moderna (EUA)

CanSino Biologics (China) e Beijing Institute of Biotechnology (China)

Com informações do Ministério da Saúde e SES/RS. Edição do Setor Saúde.

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