Estatísticas e Análises | 3 de agosto de 2021

Mais três casos de variante Delta do coronavírus são confirmados no RS

Entre as amostras analisadas no Estado, nova variante é responsável por 15% do total
Mais três casos de variante Delta do coronavírus são confirmados no RS

Mais três casos de variante Delta do coronavírus no Rio Grande o do Sul. Um deles, de um residente de Canoas, foi confirmado por sequenciamento genético completo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), os outros dois casos são de pessoas que vieram do exterior atendidos em Santana do Livramento, que entraram em contato com casos já confirmados anteriormente no município. Estes últimos são considerados casos importados (quando não contraíram o vírus no território). A confirmação foi realizada pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) nesta segunda-feira (2), a partir de sequenciamento genético parcial e vínculo epidemiológico. O Estado soma oito casos desta linhagem até o momento. A Delta representa atualmente 15,08% entre as amostras analisadas. 

delta rs

Nesta terça-feira (3), o Cevs enviará à Fiocruz mais 29 amostras de prováveis casos para confirmação por meio do sequenciamento genético completo de residentes de 16 municípios: São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Santana do Livramento, Passo Fundo, Alvorada, Gramado, Canoas, Montenegro, Caxias do Sul, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Viamão, Guaíba, Triunfo, Esteio e Capão da Canoa.

Casos Delta RS confirmados

4 – SANTANA DO LIVRAMENTO (dois confirmados por sequenciamento genético completo pelo governo uruguaio e dois confirmados por sequenciamento parcial pelo Cevs mais vínculo epidemiológico com os anteriores) últimos dois são casos importados, pacientes vieram do exterior;


2 – GRAMADO (um confirmado por sequenciamento genético completo pela Fiocruz e um confirmado por sequenciamento genético parcial pelo Cevs mais vínculo epidemiológico com o caso anterior);


1 – NOVA BASSANO (confirmado por sequenciamento genético completo pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro) – caso importado, paciente diagnosticado no Estado do Rio de Janeiro;


1 – CANOAS (confirmado por sequenciamento genético completo pela Fiocruz).

Aguardando retorno da Fiocruz:

1 – GRAMADO


3 – SAPUCAIA;


2 – ESTEIO;


1 – ALVORADA;


1 – PASSO FUNDO;


1 – SÃO JOSÉ DOS AUSENTES.

Amostras que serão enviadas para a Fiocruz na próxima terça-feira (3/8):

1 – ALVORADA;


4 – CANOAS;


1 – CAPÃO DA CANOA;


1 – CAXIAS DO SUL;


2 – ESTEIO;


1 – GRAMADO;


1 – GUAÍBA;


2 – MONTENEGRO;


1 – NOVO HAMBURGO;


3 – PASSO FUNDO;


1 – PORTO ALEGRE;


1 – SANTANA DO LIVRAMENTO (confirmado pelo Cevs);


1 – SÃO LEOPOLDO;


6 – SAPUCAIA DO SUL;


1 – TRIUNFO;


1 – VIAMÃO.

Acompanhe as informações sobre o registro de variantes do coronavírus no painel de vigilância genômica da (SES/RS).

O perigo da Delta

A variante Delta pode se espalhar tão facilmente quanto a varicela (catapora), conforme um documento interno do Centro Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Segundo as autoridades é preciso “reconhecer que a guerra mudou“.  O material consiste em uma apresentação de slides compartilhado internamente pelo CDC e obtida em primeira mão pelo jornal The Washington Post no dia 29.

No material, o CDC ressalta que os governos e as agências de saúde pública do país devem imprimir novos esforços para informar o público sobre a gravidade do momento, buscando incentivar a vacinação em pessoas que ainda não se vacinaram e a retomada do uso de máscaras. Nos EUA, o uso delas havia sido relaxado com o avanço da vacinação. Porém, em alguns Estados, menos da metade da população recebeu a primeira a primeira dose.

Novos estudos sugerem que pessoas vacinadas podem espalhar o vírus

Mesmo assim, a vacinação, defende o órgão, é a melhor defesa contra a Delta, “uma variante altamente contagiosa e que se espalha mais rapidamente do que o Ebola ou o resfriado comum”. Os desfechos mais graves (hospitalizações) têm ocorrido em pessoas não vacinadas, acometidas pelo vírus.

Acreditava-se que pessoas vacinadas tinham níveis tão baixos de vírus, que não poderiam transmitir para terceiros. A diretora do CDC, Rochelle Walensky, no entanto, explicou no site da agência no dia 30 que “cargas virais elevadas (identificadas nas pessoas vacinadas que se infectaram com a Delta) sugere um risco aumentado de transmissão e aumentam a preocupação de que, ao contrário de outras variantes, as pessoas vacinadas infectadas com a Delta podem sim transmitir o vírus. ”

Segundo ela, a descoberta é preocupante e foi fundamental para que a entidade atualizasse a recomendação de uso de máscara. A recomendação é que pessoas vacinadas voltem a usar a máscara em espaços fechados, principalmente nas localidades onde há registro de aumento de infecções e hospitalizações.

“Surto de Provincetown”: 74% dos casos, ocorreram em indivíduos totalmente vacinados

As novas orientações utilizam como exemplo o surto ocorrido na cidade turística de Provincetown, localidade com a maior taxa de vacinação do estado de Massachusetts. Os investigadores analisaram 469 casos de COVID-19 e concluíram que 346 infecções, ou 74% dos casos, ocorreram em indivíduos totalmente vacinados. Além disso, 79% das infecções foram sintomáticas. Após a divulgação dos dados, Provincetown retomou a exigência da máscara para todas as pessoas.

Dominante em outras partes do mundo

A variante Delta se tornou dominante em muitos países. Somente nos EUA, ela é responsável por mais de 80% dos casos recém-diagnosticados, de acordo com o CDC. Na China, milhões de pessoas retomaram o confinamento nesta segunda-feira (2), após uma série de surtos em diferentes cidades do país. Ou seja, há motivos fortes para acreditar que mais cedo ou mais tarde, a Delta também chegará com força ao Brasil, se tornando responsável pela grande parte das infecções pelo coronavírus.



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