Gestão e Qualidade | 24 de junho de 2015

José Carlos Abrahão assumiu como diretor-presidente da ANS

Integrar planos de saúde e SUS é uma das medidas para combater desperdício de recursos
Abraão tomou posse da ANS

O novo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, tomou posse no dia 23 de junho, em evento ocorrido no Rio de Janeiro. Designado pela presidente Dilma Rousseff, o médico pediatra especializado em administração hospitalar, de 63 anos, assume importante função no órgão que regula o setor responsável pela saúde de 50 milhões de brasileiros.

Em entrevista ao jornal Estadão, ele falou dos planos para o mandato de dois anos, afirmou que pretende aumentar a integração entre os planos de saúde e o SUS, intensificar a cobrança de ressarcimento das operadoras e combater o desperdício de recursos tanto na realização de procedimentos desnecessários quanto na gestão inadequada das empresas.

Abrahão destacou que a primeira medida a ser tomada é trabalhar com a “agenda regulatória que está calcada no tripé da garantia de acesso com qualidade, sustentabilidade do setor, não só econômica mas também assistencial, e a integração com o SUS”. Segundo ele, o Brasil tem um grande sistema nacional de saúde, mas ainda é necessário “trabalhar bastante o diálogo, o relacionamento entre todos esses atores para que nós possamos realizar uma regulação adequada sempre focada no consumidor”.

Abraão será diretor-presidente até 2017

Ao Estadão, o novo diretor-presidente revelou que aposta no estímulo de campanhas pelo uso consciente do sistema de saúde brasileiro e do sistema de saúde suplementar. “A sua preservação acontecerá por meio de um conjunto múltiplo de ações, como critérios no processo de incorporação tecnológica, desenvolvimento de protocolos clínicos, avaliação do custo-efetividade dos procedimentos, combate ao desperdício. Temos de rediscutir o modelo de remuneração entre operadoras e prestadoras, precisamos reduzir o custo setorial e a imprevisibilidade; e não podemos esquecer que a sociedade mundial e a brasileira conseguiram uma conquista, que é a maior sobrevida da nossa população, mas essa maior sobrevida leva a um perfil epidemiológico importante, com mais doenças neurodegenerativas”, disse.

Ao analisar a forma de integrar os sistemas, Abrahão salientou que existem “várias ações na saúde suplementar que muitas vezes se sobrepõem às ações do SUS. Então, a integração é fundamental. Um outro ponto é que estamos cada dia mais preocupados com o ressarcimento do sistema único, a nossa responsabilidade com a coisa pública é permanente e o programa do ressarcimento vai continuar sendo fortalecido”, completa.

Representantes de todo Brasil estiveram presentes

Em seu mandato – que vai até maio de 2017 –, Abrahão diz que a ANS será mais incisiva contra as operadoras que negam cobertura. “Há uma consulta pública agora (veja aqui) em que estamos fazendo com que as operadoras tenham as suas ouvidorias para atender presencialmente os seus beneficiários. É mais uma medida para estimular a operadora a oferecer um atendimento de melhor qualidade”, concluiu.

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