Estatísticas e Análises | 17 de março de 2021

Fiocruz classifica situação atual como o “maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”

Pesquisadores pedem maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais
Fiocruz classifica situação atual da pandemia como o “maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”

Ao divulgar nesta terça-feira (16), mais uma edição do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 a Fiocruz classificou o momento atual da pandemia de Covid-19 como o “maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil.” O Brasil registrou o maior número de mortes desde o início da pandemia nesta terça-feira: 2.841 vítimas fatais registradas em um dia pelo Ministério da Saúde.

“A análise chama atenção para os indicadores, que apontam uma situação extremamente crítica em todo país. Na visão dos pesquisadores que realizam a análise, trata-se do maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”, diz comunicado da instituição de pesquisa e de desenvolvimento de vacinas.

O Boletim mostra que, no momento, das 27 unidades federativas, 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%, sendo 15 com taxas iguais ou superiores a 90%. Em relação às capitais, 25 das 27 estão essas taxas iguais ou superiores a 80%, sendo 19 delas superiores a 90%.

taxa ocupação leitos brasil

Os dados são das secretarias estaduais de Saúde e do Distrito Federal, e secretarias de Saúde das capitais. As novas informações apuradas foram adicionadas à série histórica já apresentada pelo Boletim. O mapeamento traz dados obtidos desde 17 de julho de 2020.

No documento, os pesquisadores pedem maior controle da circulação das pessoas, entre outras medidas, como a aceleração do processo de vacinação. “A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir às taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais. Eles enfatizam também a necessidade de ampliação das medidas de distanciamento físico e social, o uso de máscaras em larga escala e a aceleração da vacinação.”

evolução leitos

A Fiocruz cita o município de Araraquara, em São Paulo, como um dos exemplos atuais de como medidas de restrição de atividades não essenciais evitam o colapso ou o prolongamento da situação crítica nos serviços e sistemas de saúde. “Com as medidas adotadas pelo município, Araraquara conseguiu reduzir a transmissão de casos e óbitos, protegendo a vida e saúde da população”, finaliza a instituição.



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