Estatísticas e Análises | 17 de abril de 2021

Estudo Genômico detecta variante do Reino Unido pela primeira vez no RS

A B.1.1.7 é uma das variantes que causam preocupação pela maior transmissibilidade e possível maior severidade da doença
Estudo Genômico detecta variante do Reino Unido pela primeira vez no RS

Estudo genômico das variantes do coronavírus que circulam no Rio Grande do Sul, publicado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), nesta sexta-feira (16), detectou, pela primeira vez, em Pelotas a variante B.1.1.7., que surgiu no Reino Unido. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), foi apenas uma amostra identificada com esta linhagem, com data de coleta em 25 de fevereiro, em pessoa sem histórico de viagem. Investigação de contatos da pessoa não mostrou relação com ninguém que tenha viajado.

De acordo com um dos autores do estudo, o especialista em saúde do Laboratório Central do Estado (Lacen), Richard Steiner Salvato, “mais amostras da região serão sequenciadas para compreendermos se este é um caso isolado ou trata-se de transmissão comunitária (quando já está ocorrendo transmissão entre pessoas no mesmo local)”.

Além do Rio Grande do Sul, essa linhagem foi detectada em outros 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal. A SES/RS ressalta que a B.1.1.7 “é uma das variantes que causam preocupação por apresentar alterações no comportamento do vírus por carregarem mutações específicas. Essa linhagem é conhecida pela maior transmissibilidade, assim como a P.1 (de Manaus), além de uma possível maior severidade da doença.”

As linhagens mais frequentes desde o início da pandemia no Estado foram as mesmas Identificadas no restante do país: B.1.1.33, B.1.1.28, P.2 e P.1. Atualmente, a linhagem P.1 predomina sobre as demais.

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Amostras

As amostras analisadas foram de indivíduos que moram em 139 diferentes municípios do Estado, de ambos os sexos e faixas etárias variadas. O sequenciamento genético é realizado por diversos laboratórios, como Lacen/RS, Fiocruz/RJ, Funed/MG, Universidade Feevale e outros. Nesta última edição do boletim, foram incluídas amostras coletadas entre 9 de março de 2020 e 19 de março de 2021. Essa é quinta edição do boletim, de um estudo realizado desde fevereiro, contendo amostras coletadas desde o ano passado. No histórico, já foram detectadas 22 variantes diferentes em circulação no Estado.

“A manutenção da vigilância genômica e a expansão, no futuro, para outras condições virais, é um avanço e permite que a gente entenda o comportamento e a progressão das pandemias, permitindo, cada vez mais, que se possa fazer intervenções e trabalhar preventivamente, tomando cuidados efetivos para evitar mortes”, disse a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos.

Leia aqui o 5º boletim genômico produzido pelo Cevs.

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