Einstein: reforço da vacina de mRNA aumenta proteção contra Covid-19 entre os profissionais de saúde
Pesquisa comparou imunização com duas doses de CoronaVac e Oxford-AstraZeneca mais reforço da vacina à base de mRNA, da Pfizer/BioNTech
Uma nova pesquisa realizada pelo Einstein avaliou a efetividade da dose de reforço das vacinas contra a Covid-19 entre os profissionais de saúde da instituição durante a pandemia do coronavírus. O estudo evidenciou que a vacina à base de RNA mensageiro (mRNA) da Pfizer/BioNTech consegue ampliar a proteção obtida após duas doses prévias.
A análise, publicada em artigo no periódico Clinical Infectious Diseases, foi realizada entre janeiro e dezembro de 2021 e avaliou 11.427 profissionais de saúde da organização.
Entre os profissionais que receberam 2 doses de CoronaVac, 31,5% foram diagnosticados com a covid-19. Comparando com quem recebeu 2 doses de CoronaVac e a dose de reforço da vacina de RNA mensageiro, a taxa caiu para 0,9%. Já nos indivíduos vacinados com duas doses de Oxford-AstraZeneca, 9,8% testaram positivo para o vírus, com a taxa caindo a 1% com a dose extra da Pfizer/BioNTech.
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“Estamos falando de um vírus que deve permanecer entre nós”
Nas análises ajustadas do estudo, a efetividade das vacinas à base de mRNA após a segunda dose se mostrou ainda maior na comparação com os profissionais de saúde que não receberam a dose de reforço. Naqueles que receberam duas doses da CoronaVac mais vacina a terceira da Pfizer/BioNTech a taxa foi de 92%, e de 60,2% para duas doses do imunizante da Oxford-AstraZeneca mais o reforço de mRNA.
“Embora duas doses de CoronaVac e Oxford-AstraZeneca previnam contra Covid-19, é importante analisarmos as taxas de imunização destas vacinas com a adição de um reforço, no caso a vacina Pfizer/BioNTech. O estudo de coorte retrospectivo entre os profissionais de saúde constatou que há uma proteção significativamente maior deste imunizante de reforço. Assim, conseguimos mapear as melhores estratégias para reduzir e administrar o impacto do vírus”, comenta Luiz Vicente Rizzo, que coordenou o estudo.
“Estamos falando de um vírus que deve permanecer entre nós. Por isso temos que ter as melhores formas de combate, o que inclui desde a prevenção até a busca por uma redução de males no organismo. Esta pesquisa é relevante por ter sido feita com um público que convive com o risco de contaminação. Independentemente das duas doses de vacinas contra covid-19, CoronaVac ou Oxford-AstraZeneca, a dose de reforço com a vacina de RNA mensageiro fez a diferença não só no nível de infecção por covid-19, mas também evitou hospitalizações e óbitos em um período de uma nova variante, que à época era a Delta variante”, completa Alexandre Marra, pesquisador do Einstein e primeiro autor do estudo.
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Doses bivalentes
O governo brasileiro já iniciou da aplicação das vacinas bivalentes contra a Covid-19. Inicialmente, o novo imunizante será aplicado apenas nos grupos de risco. O calendário está dividido em quatro fases:
1) em pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
2) em pessoas com idade de 60 anos a 69 anos;
3) em gestantes e puérperas; e 4) para profissionais de saúde.
Quem faz parte do público-alvo precisa ter completado o ciclo vacinal para receber a dose de reforço bivalente, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose recebida.
“É importante relembrar que as vacinas monovalentes, aplicadas até aqui, continuam sendo importantes aliadas no combate à covid-19. Por isso, quem não faz parte do público previsto para receber as doses bivalentes e não está com o ciclo vacinal completo, deve procurar uma unidade de saúde para tomar as doses de reforço pendentes”, diz Rizzo.