Estatísticas e Análises, Mundo | 16 de março de 2015

Estatinas aumentam o risco de diabetes em 46%

Estudo confirma perigo do tratamento para reduzir colesterol
Estatinas aumentam o risco de diabetes em 46 porcento

Um estudo publicado no jornal britânico Diabetologia sugere que terapias com estatinas podem aumentar o risco de diabetes tipo 2 em 46%. Há, assim, um perigo maior de diabetes com estatinas, que até este estudo era reconhecido como um risco de 10% a 22%.

A afirmação vem do estudo conjunto entre a University of Eastern Finland e o Hospital Universitário de Kuopio (Finlândia). As estatinas estão entre os medicamentos mais potentes desenvolvidos para doenças cardíacas. Evitam que a doença se desenvolva em pessoas saudáveis ​​e reduz as chances de ataques cardíacos e morte naqueles que já estão diagnosticados, incluindo os diabéticos, que são particularmente vulneráveis.

As novas descobertas foram colhidas a partir do estudo com 8.749 homens não-diabéticos, que foram acompanhados ao longo de seis anos. “Os benefícios do tratamento com estatinas na prevenção cardiovascular compensa seus efeitos nocivos sobre o metabolismo da glicose”, diz o pesquisador Markku Laakso, professor da universidade finlandesa. “No entanto, o risco de diabetes pode ser parcialmente evitado com a utilização de uma dose mais baixa de estatina”.

Entre os participantes, com idades entre 45 e 73 anos, 625 foram diagnosticado, ao final do estudo, com diabetes. Foram analisados pontos como a sensibilidade à insulina, índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura, atividade física, tabagismo, consumo de álcool e histórico familiar de diabetes. Os pacientes tratados com estatinas tinham 46% mais chances de desenvolver diabetes do que aqueles que não tomam estatinas.

O estudo descobriu que drogas (incluindo Lipitor da Pfizer Inc. e Crestor, da AstraZeneca Plc) tornam o corpo menos sensível à insulina e reduzem a produção do hormônio usado para converter o açúcar no sangue em energia. Os pacientes devem estar cientes do risco potencial e considerar a redução da quantidade de medicamento que eles usam, recomenda Markku Laakso. “Mesmo que o tratamento esteja aumentando o risco de contrair diabetes, as estatinas são muito eficazes na redução do risco cardiovascular”, lembrou o especialista.

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