Mundo | 9 de julho de 2014

Como o cérebro funciona com anestesia

Estudo revela como é a navegação do estado inconsciente para o consciente
Como o cérebro funciona com anestesia

Um paciente anestesiado não está com o cérebro completamente “desligado”. O fato de uma pessoa estar completamente inconsciente durante a cirurgia e acordar com memória e habilidades intactos ainda é um grande mistério para muitos. Um estudo liderado pelo anestesiologista Andrew Hudson, da Escola David Geffen de Medicina da Universidade da Califórnia (UCLA), publicado na revista Proceedings, fornece algumas explicações.

Embora não haja sensação de dor ou movimentos, alguns neurônios seguem claramente ativos. O trabalho da equipe fornece indícios importantes sobre a estrutura desse processo que permite ao cérebro navegar da inconsciência de volta à consciência.

Os pesquisadores registraram a atividade elétrica em várias áreas do cérebro de ratos, que estão associadas à consciência. Os animais inalaram um anestésico (isoflurano), com doses que foram gradualmente reduzidas – como as transações feitas em quarto de hospital –. A atividade elétrica neuronal foi gravada ao longo das fases principais do acordar, o que ajudou a ver a evolução e identificar padrões comuns entre as diferentes cobaias.

For descoberto que existem grupos de neurônios que trabalharam de forma diferente, mas não ao mesmo tempo, dependendo da quantidade do anestésico. Alguns grupos de neurônios ativos sob anestesia pareciam atuar como um despertador para outros.

A “recuperação da anestesia não é simplesmente o resultado do fim do efeito do anestésico, mas também do cérebro que encontra sua maneira de se reconectar através de um labirinto de estados possíveis da atividade que permitem a experiência consciente,”, explicou Dr. Hudson.

O estudo sugere uma maneira nova de pensar o cérebro humano sob anestesia e pode incentivar especialistas a reexaminar esse procedimento. Se os resultados forem aplicáveis a outras desordens da consciência – como o coma -, há possibilidade de se prever mais precisamente a recuperação funcional de lesões cerebrais, através da observação das mudanças espontâneas de atividade cerebral.

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