Gestão e Qualidade | 3 de fevereiro de 2022

CEOs da Saúde têm percepção de otimismo em relação à economia para 2022, aponta PwC

Estudo demonstra ainda que os executivos do setor estão mais preocupados com os riscos cibernéticos e com questões sociais do que as médias globais
CEOs da Saúde têm percepção de otimismo em relação à economia para 2022, diz pesquisa da PwC

Na quarta-feira (2), a PwC apresentou em coletiva de imprensa, a 25ª edição da Pesquisa Anual Global com CEOs (25th Annual Global CEO Survey), que ouviu mais de 4.400 executivos, em 89 países, com uma participação expressiva de líderes do Brasil. “Tanto no Brasil quanto no mundo, há uma percepção de otimismo em relação aos próximos 12 meses”, disse o sócio da PwC, Bruno Porto. Ele destaca ainda que os líderes de saúde (de indústrias, entre elas as farmacêuticas e do setor de serviços, como hospitais e operadoras), também trazem maior preocupação com questões sociais que a média global. Os riscos cibernéticos também têm gerado, cada vez mais, um olhar de atenção por parte dos executivos.

O estudo revela que 77% dos executivos acreditam na aceleração da economia global ao longo de 2022. Para 73% dos participantes, a economia de seus próprios países deve acompanhar a melhora no desempenho global, os percentuais são semelhantes aos registrados pela média global. Outros 9% dos participantes do setor apostam em estabilidade econômica e 14% em desaceleração.

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Sobre a expectativa de crescimento de suas empresas nos próximos 12 meses, 58% dos líderes de companhias de saúde estão muito confiantes em um crescimento neste ano, enquanto a visão mundial de crescimento em 12 meses é de 56%.

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Considerando os próximos três anos, a confiança da indústria também segue o patamar mundial, com 65% e 64%, respectivamente, na perspectiva de aumento das receitas das companhias. “O indicador aumenta levemente, ou 65% dos executivos da saúde se dizem extremamente ou muito confiantes num contexto de médio prazo. E ainda, 27% modernamente confiantes”, destacou Porto.

A pesquisa revela que os países mais importantes para as perspectivas de crescimento de receita são Estados Unidos (41%), seguido da Alemanha que ficou à frente da China como mais importante com 24% e 23%, respectivamente. “A Alemanha tem angariado cada vez mais importância para o executivos de saúde, passando inclusive a China. O que explica este cenário é o investimento em Biotecnologia e em centros de pesquisa e de desenvolvimento, além da inovação. Eles têm polos de pesquisa e inovação, como ‘Vales do Silício da Saúde’, e programas que possuem apoio do governo, de empresas privadas e de centros de pesquisas, entre outros. ”

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Preocupações: pandemia, desigualdade social e riscos cibernéticos

A pesquisa demonstra que os riscos à saúde estão entre as maiores preocupações dos CEOs do setor, refletindo a preocupação dos executivos das empresas a respeito do impacto da pandemia no setor. 51% dos entrevistados consideram que este fator pode afetar negativamente as empresas no próximo ano, contra 48% nos dados gerais.

Para 25% dos líderes do setor de saúde a desigualdade social está entre as principais ameaças para os negócios neste ano, percentual acima da média global de 18%. A preocupação com as mudanças climáticas, porém, apesar de ter sido mencionada pelo mesmo percentual de 25% no setor de saúde, está abaixo da média global em que 33% dos líderes apontaram o tema como uma ameaça aos seus negócios.

Os líderes do setor também citaram forte preocupação com o potencial impacto dos riscos cibernéticos. Para eles, suas empresas podem ser afetadas por ameaças no que se refere ao risco de inovar em tecnologia (69%), venda de produtos e serviços (68%), desenvolvimento de produtos ou serviços (53%), levantar capital (15%) e atrair e reter talentos (15%).

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“Os riscos cibernéticos são muito graves para o setor. Tivemos relatos de hospitais que foram tomados por ransomware na França no ano passado. O ataque parou hospitais e equipamentos importantes para a manutenção de pacientes, causando mortes”, lembrou Porto.

Porto completou: “O core da indústria farmacêutica é inovar. Perder patentes ou ter problemas de ordem operacional é algo de muita preocupação do CEO de Saúde deste segmento. A venda de produtos, afetando as receitas em razão dos ataques, igualmente ajudam a explicar a preocupação maior do setor de saúde em relação à média global. ”

Estratégia corporativa voltada para os negócios

Questionados sobre quais aspectos definem as estratégias corporativas a longo prazo e os bônus anuais, tanto executivos do setor quanto na avaliação global, as métricas de satisfação do cliente, de engajamento dos empregados e de automação e digitalização se destacaram em relação aos indicadores sociais e ambientais, como representação de gênero e raça, e metas de emissões de gases do efeito estufa.

“Os CEOs têm prestado atenção ao ESG. É claro que os resultados de curto e médio prazo seguem como preocupação. Mas sem dúvida, há necessidade de se olhar o que vai ser sustentável para o modelo de negócio do futuro. E aí entra o tema de ESG, que não é relatório de sustentabilidade, não é algo da boca para fora. De fato, tem se tornado imperativo de negócios”, explicou Porto.

“Porém, vemos que o setor de saúde está menos preocupado com as metas de emissões de gases do efeito estufa”, disse Porto. Em relação à jornada de descarbonização, a proporção de empresas com compromissos Net Zero e carbono neutro no setor está ligeiramente abaixo da média global. “O ponto positivo é que há projetos em andamento, o que demonstra que existe um movimento nas empresas de saúde para se aproximar da média global”, diz Porto.

Net Zero e carbono neutro setor saude

Consolidação no setor de saúde e o ESG

Ao portal Setor Saúde, Porto disse que os movimentos de consolidação (fusões e aquisições) podem ajudar a melhorar a adesão ao ESG, a partir da aquisição de hospitais menores, por exemplo. “A gente vê este grande movimento com hospitais e empresas de medicina diagnóstica acontecendo no Brasil. Em nosso país há 4.500 hospitais pequenos e médios. Vemos hoje um movimento muito forte para a digitalização da medicina. Os hospitais pequenos e médios que não conseguem adotar isto de forma mais rápida, vão ficando mais ineficientes. Dois dos maiores players que atuam com consolidação têm uma visão social muito importante. Eles têm a visão da saúde integral, que engloba não só hospital e medicina diagnóstica, mas ações com a comunidade também. A consolidação pode trazer muito mais facilidades para escalar estes conceitos em hospitais menores, visto que eles estão com dificuldades de adotar, por exemplo, a LGPD, e não possuem as plataformas digitais e tecnológicas. As necessidades de curto prazo para estes players menores são mais importantes do que pautas de longo prazo como a ESG, transformação digital, etc. A consolidação tem esta vantagem”, finaliza.

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